quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cristina Kirchner critica declarações de primeiro-ministro britânico sobre as Malvinas




A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, respondeu nesta quinta-feira (16) às declarações do primeiro-ministro britânico David Cameron, classificando a posição do colega europeu acerca das Ilhas Malvinas como “um gesto de mediocridade e quase de estupidez”.
Na quarta-feira (15), em um discurso na Câmara dos Comuns, Cameron disse que a soberania do Reino Unido sobre os territórios disputados são um “ponto final” a discussão entre os dois países.
- Enquanto as ilhas Falkland [denominação britânica para as Malvinas] quiserem ser território soberano britânico, devem continuar a sê-lo. Ponto final.
Cristina criticou o colega durante uma solenidade em Misiones, no nordeste da Argentina. A presidente afirmou que o país não irá ceder na questão e classificou o Reino Unido como “uma grotesca potência colonial em decadência”.
Anistia
A presidente fez uma alusão à lei do Ponto Final, sancionada em 1986, que tentou acabar com os julgamentos de militares que violaram os direitos humanos durante a ditadura (1976-1983). Essa e mais outra lei de anistia, a da Obediência Devida, foram anuladas pelo Congresso argentino em 2003, durante a presidência do falecido Néstor Kirchner (2003-2007), o que permitiu a reabertura dos processos contra militares da ditadura.
- A chancelaria [argentina] definiu a atitude como um gesto de arrogância, mas eu vou mais longe e a classifico de uma reação medíocre e quase de estupidez. Nós, argentinos, nunca acreditamos nos pontos finais, nem na questão dos direitos humanos e muito menos nos direitos soberanos a nossas ilhas Malvinas.
Cristina insistiu que a Argentina seguirá reclamando a soberania das ilhas e reforçou que deseja reiniciar o diálogo com os britânicos para “negociar como manda uma resolução das Nações Unidas”.
- Que não fiquem dúvidas de que a Argentina voltará a recuperar a soberania com base no direito internacional e na paz.
A disputa pelas Malvinas começou em 1833, quando tropas despachadas por Londres expulsaram os argentinos e constituíram uma colônia na costa sul-americana. A ditadura argentina tentou recuperar as ilhas à força em 1982, mas suas tropas se renderam após o conflito de 74 dias deixar 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

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