terça-feira, 28 de junho de 2011

Jobim “comemora” desaparecimento de arquivos ultrassecretos

Ao ser entrevistado nesta segunda-feira (27), o ministro deu a entender que defende a Lei de Acesso à Informação, aprovada pela Câmara Federal e em tramitação no Senado. Não que se trate, na opinião de Jobim, de um direito fundamental — uma dívida do Estado com os brasileiros. Ao contrário. Segundo ele, a revelação do conteúdo dos arquivos da ditadura só é possível hoje porque os papéis mais comprometedores “desapareceram” — e, por isso, já não causarão incômodo algum aos militares. 

“Não há documentos — nós já levantamos os documentos todos e não têm. Os documentos já desapareceram, já foram consumidos à época. Então, não tem nada, não há problema nenhum em relação a essa questão”, afirmou Jobim, sem dar mais e indispensáveis explicações. Daí sua conclusão de que as Forças Armadas não têm “nada a esconder”, podendo, assim, confiar na nova lei.

Segredo mesmo, disse o ministro, só é preciso ter em relação a tecnologias sensíveis ligadas à segurança nacional. “O sigilo tecnológico está protegido pelo próprio texto. Então, não temos problema nenhum”, arrematou. Ele também elogiou o “bem desenhado” projeto de lei aprovado na Câmara. De acordo com a medida, o prazo de proteção a documentos ultrassecretos continua a ser de 25 anos — mas poderá ser renovado por uma única vez, e não indefinidamente, como vigora nos dias de hoje.

É no Senado, porém, que parece haver mais resistências à proposta. Os senadores e ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) já se declararam contrários à abertura irrestrita de todos os documentos oficiais, sob a alegação de que o Brasil poderá criar “mal-estar” com vizinhos sul-americanos como Bolívia e Paraguai.

“Não temos nada a esconder”, repete Jobim. “Os fatos históricos dos quais participaram as Forças Armadas são fatos já conhecidos. Alguém pode dizer que tem o problema da guerra do Paraguai. Não — basta ler sobre a guerra”, emendou Jobim. Nesse caso, porém, ao menos ele não deixou claro se documentos do período também já foram ou não foram “consumidos”.



Uma revelação adiada
O depoimento de Nelson Jobim compromete não apenas sua já polêmica reputação — mas traz também embaraços ao governo federal. É o ponto de partida para uma série de indagações: em que outra gestão e sob quais circunstâncias documentos oficiais sumiram — ou, para usar sua própria expressão, “foram consumidos”? Quando, exatamente, o governo constatou a queima de arquivo?

Mais que isso: o que o Ministério da Defesa pode fazer a respeito? Quais providências o governo Dilma pensa, agora, em adotar para se chegar à verdade dos fatos ocorridos nos porões da ditadura? Ou quer dizer que a Comissão da Verdade se torna uma medida decorativa e inócua, já que, oficialmente, não há mais nada a se revelar?

É inaceitável e cada vez mais vergonhoso que a chamada “história oficial” se recuse a tornar públicos episódios cruciais, como a repressão operada pelos militares — sobretudo à Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1975. Cerca de metade dos desaparecidos políticos do Brasil estava em combate no Araguaia quando sumiu para sempre.

Numa entrevista de junho de 2009 ao jornal O Estado de S.Paulo, Sebastião Curió Rodrigues, o major Curió, admitiu que a ordem era exterminar todos os guerrilheiros, poupando-se apenas os adolescentes. “Dos 67 integrantes do movimento de resistência mortos durante o conflito com militares, 41 foram presos, amarrados e executados, quando não ofereciam risco às tropas”, registrou o Estadão, conforme documentação de Curió. O jovem guerrilheiro Antonio Guilherme Ribas, ex-dirigente da Ubes, chegou a ter a cabeça enviada para Xambioá, no Pará.

Caso igualmente chocante é o da paraguaia Soledad Barret Viedma, que militava na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e foi assassinada um dia antes de completar 28 anos. Traída por seu próprio namorado, o cabo Anselmo, de quem esperava um filho havia quatro meses, Soledad foi encontrada “com os olhos muito abertos com expressão muito grande de terror”, conforme relato de Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos.

“A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade”, lembra Mércia. “Tenho a impressão que ela foi morta e ficou algum tempo deitada e a trouxeram, e o sangue quando coagulou ficou preso nas pernas porque era uma quantidade grande e o feto estava lá nos pés dela. Não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”

Se depender de Nelson Jobim, detalhes de atrocidades como estas jamais virão à tona. Ou, pior, podem passar como se nem sequer houvessem existido.



Portal Vermelho

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Brasil reafirma cooperação sem impor condições e visar a lucro

Brasília – O governo da presidenta Dilma Rousseff defende que o combate à pobreza, a erradicação da fome e a paz se obtêm por meio do desenvolvimento e da cooperação, segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No seminário que trata sobre o assunto em Roma, Patriota disse nesta sexta-feira (24) que o Brasil se dispõe a cooperar para reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida no mundo.
Patriota disse ainda que a cooperação oferecida pelo Brasil respeita as diferenças e características de cada povo e país para firmar acordos. “A cooperação técnica brasileira é livre de condicionalidades e não prevê lucros. Responde a demandas de países em desenvolvimento que acreditam que nossas soluções podem servir de referência para suas políticas e práticas”, disse.
Segundo o chanceler, o Brasil não quer assumir o papel de doador, mas de parceiro. “O Brasil considera que a cooperação Sul-Sul [que envolve parcerias entre países das Américas do Sul e Central, além da África, da Ásia e do Oriente Médio nas áreas de pesquisas e cooperação social] não deve ser concebida como uma ajuda, mas sim como uma parceria. Os projetos de cooperação, dessa forma, são elaborados pelas autoridades brasileiras em conjunto com os dos nossos parceiros”, disse ele.
No seminário em Roma, na Itália, denominado Cooperação Técnica Brasileira: Agricultura, Segurança Alimentar e Políticas Sociais, as experiências do Brasil se destacam como exemplos que podem servir de modelo para países em desenvolvimento. Em debate estão os programas de transferência de renda até os projetos relativos à agricultura familiar e ao incentivo à agricultura para pequenos proprietários, a mecanismos de preservação e estímulo ao meio ambiente e ao desenvolvimento tecnológico.
“Em um mundo marcado por um descompasso entre o crescimento populacional e o crescimento da produção de alimentos, por restrições de acesso à água e à expansão da área cultivável, por severas condicionantes climáticas e ambientais, por assimetrias econômicas e carência de liderança política, acreditamos que podemos contribuir para a segurança alimentar de um número crescente de parceiros”, disse o chanceler.
Patriota, no seminário, lembrou que a cooperação técnica brasileira reúne projetos em 81 países – sendo que 45% se concentram na América Latina e no Caribe e 55% na África, Ásia e Oceania. “O Brasil desenvolve [também] cooperação técnica trilateral com o Japão, a Alemanha, os Estados Unidos, a Itália, a França, a Austrália, o Reino Unido e a Espanha”, disse. “[O Brasil] assinou recentemente memorando de entendimento sobre cooperação técnica trilateral com Israel e Egito.”
“Organizamos esse seminário porque acreditamos que as soluções que encontramos para alimentar 190 milhões de brasileiros podem, de alguma forma, contribuir para que todos os países possam conjuntamente alimentar mais de 7 bilhões de pessoas”, disse o ministro. “Acreditamos que a paz se constrói com o desenvolvimento e não há desenvolvimento sem progresso no âmbito da agricultura.”
O seminário em Roma ocorre a dois dis da eleição para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O ex-ministro José Graziano é um dos seis candidatos ao cargo.

Deputado Federal "Tiririca": "Nepotismo NÃO"

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O financiamento do Encontro de Blogueiros

No ano passado, a diretora superintendente do Grupo Folha e presidente da Associação Nacional de jornais (ANJ), Judith Brito, em entrevista ao jornal O Globo, disse, sobre o papel do veículo em que trabalha e de outros de posições políticas análogas, que “(…) Esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país (…)”
Essa declaração explica a razão de reportagem da Folha de São Paulo, publicada no último sábado, que faz insinuações sobre o financiamento do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas que ocorre neste fim de semana em Brasília.
Abaixo, a matéria:
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FOLHA DE SÃO PAULO
18 de junho de 2011
Lula ataca mídia e pede regulamentação
Em evento de blogueiros com patrocínio federal, ex-presidente critica papel de “falsos formadores de opinião”
Segundo o ministro Paulo Bernardo, novo marco regulatório não vai censurar os meios de comunicação
MARCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Um evento de “blogueiros progressistas” se transformou ontem em palco para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) dispararem ataques à mídia.
Lula criticou o papel de “falsos formadores de opinião” e cobrou a discussão do marco regulatório da mídia (conjunto de leis e diretrizes que regulam o funcionamento do setor).
Paulo Bernardo disse que os meios de comunicação precisam saber “ouvir críticas”, cobrou aprovação de lei pelo Congresso que estabeleça o direito de resposta e disse estar finalizando o debate da nova regulamentação.
O evento é patrocinado pela Petrobras, Fundação Banco do Brasil, Itaipu binacional e governo do Distrito Federal. Participam até amanhã 400 blogueiros que apoiaram o governo Lula e a eleição de Dilma Rousseff.
Lula pediu que Paulo Bernardo coloque em discussão o novo marco regulatório, com debate. Ele disse que a resistência à proposta muitas vezes parte de quem diz ser amante da democracia.
Paulo Bernardo disse que alterou o projeto que recebeu do ex-ministro Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social na gestão Lula).
“Tem novidades. Chegamos à conclusão que temos de colocar questões de telecomunicações porque cada vez mais há convergência.”
Ele negou que o governo trabalhe para censurar os meios de comunicação. “Não partiria de nós esse tipo de proposta. Lutamos para resgatar a democracia do país”.
Sobre a necessidade de o Congresso estabelecer o direito de resposta, derrubado com o fim da Lei de Imprensa pelo STF, Paulo Bernardo disse que há “reportagens irresponsáveis”.
Em encontro em Sumaré (SP), o presidente do PT-SP, Edinho Silva, conclamou os colegas a apoiar “controle social” da imprensa. “Temos de fazer o debate.”
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A foto que encima este texto é de evento ocorrido no ano passado no instituto Millenium, que congrega colunistas e donos de grandes meios de comunicação. Como se vê na imagem, o então candidato a presidente José Serra compareceu para prestigiar o evento.
Essa é a contrapartida da aproximação que o ex-presidente Lula passou a manter com blogueiros a partir do ano passado, quando recebeu dez de nós para uma entrevista no Palácio no Planalto, pois ainda era presidente da República.
Como a grande imprensa, os blogueiros fizeram as suas escolhas políticas, apesar de que veículos como a Folha gostam de fazer parecer que são “isentos”. A única diferença entre a grande imprensa oposicionista e a blogosfera que essa imprensa diz “governista” é quanto dinheiro público cada um recebe.
Antes de prosseguir, porém, reproduzo nota que a Petrobrás, através do blog Fatos e Dados – que inaugurou na internet para rebater o noticiário crítico –, divulgou em resposta à reportagem supra reproduzida da Folha.
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BLOG FATOS E DADOS
18 de junho de 2011
Resposta da Petrobrás ao jornal Folha de São Paulo
Pergunta: Qual o valor do patrocínio ao 2º Congresso Nacional dos Blogueiros Progressistas, que acontece de 17 a 19/06/2011, no Centro de Convenções da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, em Brasília? Por que a Petrobras está patrocinando o congresso?
Resposta: A Petrobras patrocina o evento em função da importância crescente das novas plataformas digitais de comunicação, que estão inseridas na estratégia de comunicação global da Companhia como importante instrumento de suporte aos seus objetivos de branding e negócios. Por isso, a Petrobras mantém um blog e está se inserindo nas Redes Sociais. Além disso, o evento promoverá aumento da percepção positiva da imagem empresarial, visibilidade da marca, o estímulo ao relacionamento positivo com a sociedade e o rejuvenescimento da marca.
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Em primeiro lugar, há que esclarecer o que a imprensa oposicionista tenta distorcer: empresas de economia mista como a Petrobrás ou até mesmo governos de todos os níveis (federal, estadual e municipal) financiam eventos análogos. Empresários têm eventos financiados, total ou parcialmente, todo o tempo.
No caso da imprensa que se autodeclara “oposicionista”, o financiamento vai à casa das centenas de milhões de reais. Em sua “defesa”, essa imprensa diz que todo esse dinheiro se deve à sua audiência.
Se assim for, posso garantir que o financiamento público e privado ao evento dos blogueiros em Brasília é mais do que justo porque não temos, todos juntos, muito menos audiência do que uma Folha, se não tivermos mais audiência.
A matéria desse jornal que este texto reproduz, portanto, resume-se ao exercício de oposicionismo rasteiro e inconseqüente que levou à derrota eleitoral, entre tantas outras, também as pessoas que você vê na foto no alto deste texto.


Blog da Cidadania 

sábado, 18 de junho de 2011

Blogs impediram manipulação, afirma Lula

Por Rachel Duarte, no sítio Sul21:

Convidado ilustre do 2º Encontro de Blogueiros Progressistas, realizado em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou agradecimento aos responsáveis por blogs políticos nos últimos anos. “Não vou me esquecer nunca o papel que vocês tiveram na defesa da liberdade de expressão neste país. Durante os oito anos do meu governo e sobretudo na eleição do ano passado. Vocês evitaram que a sociedade brasileira fosse manipulada, como foi por muito tempo”, disse Lula. “O povo não precisa mais de intermediário na comunicação”, completou.

A entrada do ex-presidente foi nervosa para o público e para ele. Atrás da mesa de abertura, Lula espiava o calor humano que o aguardava. “Olê, Olê Olá, Lula, Lula”. O clássico grito de guerra foi a saudação dos blogueiros em agradecimento pela presença de Lula. E a recíproca foi verdadeira. “Eu estou aqui porque como ex-presidente eu sei o bem que vocês fizeram para o país. Vocês são uma alternativa de participação da sociedade sobre as decisões do país”, falou.

A presença do ex-presidente mobilizou a imprensa nacional, que ouvia da plateia as críticas constantes de Lula. Para Lula, a comunicação sofre um processo de deterioração em todo o mundo. “Não me refiro aos meios de comunicação fazerem críticas. Isso eu aprovo. O que está acontecendo é má fé, difamações, não críticas”, argumentou.

O ex-presidente fez questão de lembrar a disputa eleitoral à Presidência, em 2010, momento que considerou emblemático na relação da comunicação e a política brasileira. “Nestas eleições eu vi o tamanho do preconceito que existe sobre a mulher neste país. O que fizeram com a companheira Dilma foi extremamente baixo”, falou. Um exemplo citado por Lula e que arrancou muitas risadas foi a bolinha de papel que atingiu o então candidato José Serra (PSDB). “Vocês foram chamados de sujos pelos que estavam fazendo a sujeira”, disse Lula aos blogueiros.

Durante o discurso, Lula também mencionou um otimismo sobre o governo Dilma em cumprir com a meta de implantar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), elaborado no seu governo. Ele reconheceu que há dificuldades em transformar discursos em ações práticas, mas deu uma recado ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que está negociando com empresas privadas o PNBL. “Não podemos ter medo de chamar esta gente pra participar, temos que falar com todos sem preconceito”, disse.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas



17 de junho, sexta-feira
17 horas – Início do credenciamento
19 horas – Palestra do ministro Paulo Bernardo sobre os desafios da comunicação no governo Dilma Rousseff
21 horas – Festa de confraternizaçã.
18 de junho, sábado
9 horas – A luta por um novo marco regulatório da comunicação
- Deputada Luiza Erundina (PSB) – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão;
- Jurista Fábio Konder Comparato – autor da Ação de Omissão (ADO) do Congresso Nacional na regulamentação da comunicação;
- Professor Venício Lima – autor do livro recém-lançado “Regulação das comunicações”.
14 horas – Oficinas autogestionadas e simultâneas
1 – Os partidos e a luta pela democratização da comunicação.
- José Dirceu (PT), João Arruda (PMDB), Brizola Neto (PDT), Renato Rabelo (PC do B), Randolfe Rodrigues (PSOL) – mediação: José Augusto Valente;
2 – O sindicalismo na era da internet
- Artur Henrique (CUT), Luis Carlos Mota (Foraça Sindical), Nivaldo Santana (CTB), Ricardo Patah (UGT), Ubiraci Dantas (CGTB) e Antônio Augusto de Queiroz (Diap) – mediação: Rita Casaro;
3 – A política da internet, tecnologias e a neutralidade na rede
- Sérgio Amadeu, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, José Carlos Caribé, Tatiane Pires – mediação: Diego Casaes;
4 – Arte, humor, militância e compromisso: agora por nós mesmos. Compartilhando experiências
- Mediação: Sérgio Teles e Paula Marcondes;
5 – Reforma agrária e as perspectivas na comunicação
- Gilmar Mauro, Rodrigo Vianna, Letícia Silva, Sergio Sauer – mediação: Igor Felippe;
6 – Mulheres na blogosfera
- Luka da Rosa, Amanda Vieira, Mayara Melo – mediação: Niara de Oliveira;
7 – Perseguição e censura contra a blogosfera
- Paulo Henrique Amorim, Esmael Morais e Lino Bocchini – mediação: Altamiro Borges.
8 – A militância digital e as redes sociais
- Eduardo Guimarães, Luis Carlos Azenha, Conceição Oliveira (Maria Frô) – mediação: Conceição Lemes.
9 – Lan houses e a internet na periferia
- Mediação: Mario Brandão.
10 – A economia da outra comunicação: os caminhos e desafios da sustentabilidade da blogosfera
- Ladislau Dawbor, Marcio Pochmann, Clayton Mello – mediação: Renato Rovai.
• Oficina sobre ferramentas do blog – mesa: Marcos Lemos;
19 de junho, domingo
9 horas – reuniões em grupo: troca de experiência, balanço e desafios da blogosfera progressista;
14 horas – Plenária final: aprovação da carta dos blogueiros e constituição da nova comissão nacional organizadora.

Esses blogs que você lê


Vivêssemos em obscuros tempos de outrora, algum esbirro do Poder diria que esses blogs que você lê são perigosos, subversivos, passionais, irresponsáveis…  O poder autoritário jamais aceitará a blogosfera e por uma só razão primordial: ela é uma força incontrolável.
Mais do que incontrolável, a blogosfera é plural. É jornalismo em estado puro. É delírio ou paixão. Você ama ou odeia, mas não despreza. Vai a ela em busca de referendar seus pontos de vista ou saber a opinião contrária a fim de melhor combatê-la, mas vai.
À diferença da grande imprensa tradicional, porém, quando os comunicadores da blogosfera se reúnem não é para combinar o que dirão ou para conspirar contra o surgimento de novas formas de comunicação e, sim, para concordarem em discordar.
Vieses, abordagens, estilos, uma sinfonia de ritmos vai surgindo em espiral vertiginosa. Agrada ou não, mas não se repete e tampouco obedece a qualquer manual ou doutrina. Blogs são caóticos, anárquicos, irreverentes, destemidos ao ponto da imprudência e além.
São capazes de reunir multidões em torno de causas que não beneficiam categorias ou corporações, mas o interesse público. Dizem o que a imprensa jamais denunciaria por seus acordos e “filtros”. E muito mais rápido, pela mesmíssima razão.
Esses blogueiros que você lê, após uma maratona de encontros que se espalharam pelos quatro cantos do país se reúnem a partir do fim da tarde de sexta-feira 17 de junho de 2011 em Brasília em uma confraternização que atrairá autoridades e personalidades.
A estrela do evento será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ministros, deputados e outras autoridades. Centenas e centenas de blogueiros de todas as partes debaterão com o poder do Estado e entre si o futuro desse movimento literário-digital do século XXI.
Por que tanta atenção a um encontro desses comunicadores? Ora, milhões de brasileiros acessaram a blogosfera durante o ano passado em busca de informações sobre candidatos aos mais variados cargos eletivos dos diversos níveis de poder.  Essa é uma das muitas razões.
A blogosfera se enraíza e se espraia pela sociedade, interferindo nos costumes, nas visões de mundo, na cultura e até na dinâmica da política, formando opiniões, gerando dissensões e adesões a idéias que seriam abandonadas ou adotadas em silêncio, em outros tempos.
Agora, esses blogs que você lê estarão reunidos em um só local, na mesma hora, sob o espírito da integração. Mas não da integração do discurso ou das idéias. Será a integração dessa adição, dessa “cachaça” em que os blogs se converteram para blogueiros e leitores.
Não há como não assistir ao II Encontro Nacional desses blogs que você tanto lê. E não será por falta de meios, pois o evento será transmitido por streaming. Para acompanhá-lo, basta clicar aqui a partir das 19 horas desta sexta-feira e durante o sábado e o domingo.
Este blogueiro estará lá.
Abaixo, a programação do evento.
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17 de junho, sexta-feira
17 horas – Início do credenciamento
19 horas – Palestra do ministro Paulo Bernardo sobre os desafios da comunicação no governo Dilma Rousseff
21 horas – Festa de confraternizaçã.
18 de junho, sábado
9 horas – A luta por um novo marco regulatório da comunicação
- Deputada Luiza Erundina (PSB) – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão;
- Jurista Fábio Konder Comparato – autor da Ação de Omissão (ADO) do Congresso Nacional na regulamentação da comunicação;
- Professor Venício Lima – autor do livro recém-lançado “Regulação das comunicações”.
14 horas – Oficinas autogestionadas e simultâneas
1 – Os partidos e a luta pela democratização da comunicação.
- José Dirceu (PT), João Arruda (PMDB), Brizola Neto (PDT), Renato Rabelo (PC do B), Randolfe Rodrigues (PSOL) – mediação: José Augusto Valente;
2 – O sindicalismo na era da internet
- Artur Henrique (CUT), Luis Carlos Mota (Foraça Sindical), Nivaldo Santana (CTB), Ricardo Patah (UGT), Ubiraci Dantas (CGTB) e Antônio Augusto de Queiroz (Diap) – mediação: Rita Casaro;
3 – A política da internet, tecnologias e a neutralidade na rede
- Sérgio Amadeu, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, José Carlos Caribé, Tatiane Pires – mediação: Diego Casaes;
4 – Arte, humor, militância e compromisso: agora por nós mesmos. Compartilhando experiências
- Mediação: Sérgio Teles e Paula Marcondes;
5 – Reforma agrária e as perspectivas na comunicação
- Gilmar Mauro, Rodrigo Vianna, Letícia Silva, Sergio Sauer – mediação: Igor Felippe;
6 – Mulheres na blogosfera
- Luka da Rosa, Amanda Vieira, Mayara Melo – mediação: Niara de Oliveira;
7 – Perseguição e censura contra a blogosfera
- Paulo Henrique Amorim, Esmael Morais e Lino Bocchini – mediação: Altamiro Borges.
8 – A militância digital e as redes sociais
- Eduardo Guimarães, Luis Carlos Azenha, Conceição Oliveira (Maria Frô) – mediação: Conceição Lemes.
9 – Lan houses e a internet na periferia
- Mediação: Mario Brandão.
10 – A economia da outra comunicação: os caminhos e desafios da sustentabilidade da blogosfera
- Ladislau Dawbor, Marcio Pochmann, Clayton Mello – mediação: Renato Rovai.
• Oficina sobre ferramentas do blog – mesa: Marcos Lemos;
19 de junho, domingo
9 horas – reuniões em grupo: troca de experiência, balanço e desafios da blogosfera progressista;
14 horas – Plenária final: aprovação da carta dos blogueiros e constituição da nova comissão nacional organizadora.

Segunda "Flotilha da Liberdade" está pronta para partir rumo a Gaza

O anúncio foi feito pela coalizão internacional da Flotilha da Liberdade em comunicado no qual afirma que a organização turca IHH "continua sendo parte da pequena frota, mas que Mavi Marmara não está em condições de navegar".

"Com campanhas nacionais em mais de 20 países e 10 navios em condições de navegar, a segunda Flotilha da Liberdade está pronta para partir rumo a Gaza a fim de romper o bloqueio ilegal israelense", destaca a nota.

Os organizadores desta iniciativa asseguram que, apesar da ausência do Mavi Marmara, a nova flotilha terá "mais navios do que a primeira".

Aparentemente, a embarcação turca, que liderou a flotilha anterior e foi abordada en 31 de maio de 2010 por um comando do Exército israelense em uma operação que resultou na morte de nove ativistas turcos, não contaria agora com as capacidades técnicas para participar da operação.



Opera Mundi

A importância dos Blogueiros Progressista para a democratização da comunicação

As redes sociais na eleição do Peru



A experiência da campanha vitoriosa de Ollanta Humala nas redes sociais será tema de uma das oficinas do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, que acontecerá de sexta a domingo, em Brasília. A discussão será no dia 18/06, às 16h, e contará com a participação de Sandra Recalde, executiva de cominicação da campanha, Elvis Mori, coordenador de redes sociais Gana Peru e Eliane Carlin, do Coletivo “No a Keiko”. A mesa será mediada por Juan Pessoa, da MPI Comunicação Digital.

O debate será uma oportunidade de conhecer como foi feito o trabalho nas redes sociais e de que maneira contribuíram para a vitória do progressista Humala, no último dia 5 de junho. Será um bom momento de intensificar a integração da América Latina, quando os peruanos compartilharão a experiência vitoriosa com os blogueiros brasileiros.



Blog do Miro

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cristina Kirchner critica declarações de primeiro-ministro britânico sobre as Malvinas




A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, respondeu nesta quinta-feira (16) às declarações do primeiro-ministro britânico David Cameron, classificando a posição do colega europeu acerca das Ilhas Malvinas como “um gesto de mediocridade e quase de estupidez”.
Na quarta-feira (15), em um discurso na Câmara dos Comuns, Cameron disse que a soberania do Reino Unido sobre os territórios disputados são um “ponto final” a discussão entre os dois países.
- Enquanto as ilhas Falkland [denominação britânica para as Malvinas] quiserem ser território soberano britânico, devem continuar a sê-lo. Ponto final.
Cristina criticou o colega durante uma solenidade em Misiones, no nordeste da Argentina. A presidente afirmou que o país não irá ceder na questão e classificou o Reino Unido como “uma grotesca potência colonial em decadência”.
Anistia
A presidente fez uma alusão à lei do Ponto Final, sancionada em 1986, que tentou acabar com os julgamentos de militares que violaram os direitos humanos durante a ditadura (1976-1983). Essa e mais outra lei de anistia, a da Obediência Devida, foram anuladas pelo Congresso argentino em 2003, durante a presidência do falecido Néstor Kirchner (2003-2007), o que permitiu a reabertura dos processos contra militares da ditadura.
- A chancelaria [argentina] definiu a atitude como um gesto de arrogância, mas eu vou mais longe e a classifico de uma reação medíocre e quase de estupidez. Nós, argentinos, nunca acreditamos nos pontos finais, nem na questão dos direitos humanos e muito menos nos direitos soberanos a nossas ilhas Malvinas.
Cristina insistiu que a Argentina seguirá reclamando a soberania das ilhas e reforçou que deseja reiniciar o diálogo com os britânicos para “negociar como manda uma resolução das Nações Unidas”.
- Que não fiquem dúvidas de que a Argentina voltará a recuperar a soberania com base no direito internacional e na paz.
A disputa pelas Malvinas começou em 1833, quando tropas despachadas por Londres expulsaram os argentinos e constituíram uma colônia na costa sul-americana. A ditadura argentina tentou recuperar as ilhas à força em 1982, mas suas tropas se renderam após o conflito de 74 dias deixar 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

No Brasil, Ban Ki-moon defende reforma do Conselho de Segurança


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quinta-feira em Brasília que o Conselho de Segurança da ONU deve ser modificado para se adaptar à nova realidade geopolítica mundial.
“Isso significa que ele deve ser reformado de modo que se torne mais representativo, com mais credibilidade e democrático. Os Estados-membros começaram negociações num texto-base, e espero que isso se acelere”, afirmou Ban em entrevista coletiva, após se encontrar com o chanceler Antonio Patriota no Palácio do Itamaraty.
Ban disse que está “totalmente consciente” da ambição brasileira de se tornar um membro permanente no Conselho – atualmente, o país ocupa um assento rotativo no órgão – e afirmou que o tema “deve ser discutido entre os Estados-membros” da ONU.
O sul-coreano chegou ao Brasil nesta quinta-feira, após visitar Colômbia, Argentina e Uruguai, e ainda esta quinta-feira iria ter um encontro com a presidente Dilma Rousseff.
Sua viagem antecede a eleição para a secretaria-geral da ONU, cargo que ele ambiciona ocupar por mais um mandato de quatro anos. Como é o único candidato, dificilmente enfrentará obstáculos.
Papel maior na ONU
Ban disse ter afirmado aos líderes de todos os países sul-americanos que visitou que “eles podem ter um papel muito maior na ONU e em organizações multilaterais”.
“Ao mesmo tempo, a ONU pode ter um papel maior na região, em termos de promoção de instituições democráticas, direitos humanos e a promoção da cooperação sul-sul”.
Na coletiva, Ban disse ainda ter tratado, em seu encontro com Patriota, da Conferência de Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que deve ocorrer em junho de 2012.
“Esta (desenvolvimento sustentável) será a questão prioritária mais importante para ONU. (…) Avançamos rápido, mas não conseguimos entrar em acordo quanto a um acordo amplo e aceitável.”
Ele afirmou também que o Brasil, dado o papel internacional que conquistou nos últimos anos, está em posição estratégica para construir consensos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Mundo árabe
Comentando as instabilidades no mundo árabe, particularmente na Síria e na Líbia, Ban disse ter conversado muitas vezes com o líder sírio, Bashar Al-Assad, e o exortado a “ouvir os desejos e as aspirações de seu povo”.
“É totalmente inaceitável que muitos civis se manifestando pacificamente para conquistar seus direitos genuínos de maior liberdade e democracia sejam mortos e feridos.”
Quanto à Líbia, disse esperar que o regime do coronel Muamar Khadafi promova um cessar-fogo que possa ser verificado, para que a ONU e outras entidades internacionais possam prover ajuda humanitária aos afetados pelo conflito.
Após o encontro, Patriota disse que tem conversado com chanceleres de alguns países do Conselho de Segurança na tentativa de articular a elaboração de uma declaração presidencial sobre a violência na Síria.
A declaração presidencial, afirmou o chanceler, não precisaria ser votada e “seria uma maneira de o Conselho de manifestar sobre uma situação que é preocupante e complexa”.
Segundo Patriota, Ban lhe disse considerar desejável a iniciativa.

BBC Brasil