sábado, 25 de fevereiro de 2012

Serra será candidato. A mídia vibra!

Por Altamiro Borges

Os dois principais jornais paulistas soltaram rojões neste sábado. “Serra decide concorrer à Prefeitura de São Paulo”, anunciou a Folha na sua manchete. “Serra discute candidatura com Alckmin e pode ir às prévias”, estampou na capa o Estadão. Os jornalões andavam preocupados com o vai-e-vem de Serra, as prévias tucanas e os riscos de Kassab mudar de lado. Agora, eles parecem mais aliviados.

Segundo a Folha, a decisão do eterno candidato de disputar novas eleições “foi comunicada ao governador Geraldo Alckmin após meses de indefinição no maior partido de oposição do país... Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) se reuniram ontem (24) à noite com o ex-governador em sua casa para discutir os detalhes do lançamento de sua candidatura”.

Os pré-candidatos “flanelinhas”

Já o Estadão destaca que Serra pode, inclusive, “disputar” a prévia do PSDB, que seria adiada por alguns dias – ela estava marcada para 4 de março e a cédula já tinha sido impressa com o nome dos quatro pré-candidatos. O objetivo da encenação é “legitimar a candidatura” e evitar novas cisões internas. “A idéia é tentar avançar no consenso em torno do nome de Serra”, confessa o jornal.

Não é para menos que até alguns tucanos mais irreverentes já batizaram os quatro pré-candidatos de “flanelinhas”, que apenas guardam lugar para o eterno candidato. A manobra é tão evidente que “integrantes da executiva municipal foram acionados para encontrar uma saída jurídica para a entrada de Serra na prévia, cujas inscrições foram encerradas na semana passada”.

A troika Serra, Alckmin e Kassab

Ainda não se sabe qual vai ser a reação dos “flanelinhas”. Segundo o Estadão, “o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Trípoli dizem que não vão desistir... Já os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) tendem a abrir mão da corrida”. Também não se sabe qual será a reação da militância tucana, que nos últimos dias andou se rebelando.

Seja qual for o desfecho da prévia, a manobra está montada pela troika – Serra, Alckmin e Kassab. E já conta com o beneplácito da mídia. Como apontou um editorial despudorado do Estadão, o bloco neoliberal-conservador e a chamada grande imprensa encaram as eleições paulistanas como uma prévia da disputa presidencial de 2014. Eles vão jogar pesado e sujo nesta guerra.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Racista é a PQP, não PHA!


 Leandro Fortes
Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil. Fazemos isso com as poderosas armas que nos couberam, a internet, a blogosfera, as redes sociais. Foi por meio de pessoas como PHA, lá no início desse processo de abertura da internet, que o brasileiro descobriu que poderia, finalmente, quebrar o monopólio da informação mantido, por décadas a fio, pelos poderosos grupos de comunicação que ainda tanto fazem políticos e autoridades do governo se urinar nas calças. PHA consolidou o termo PIG (Partido da Imprensa Golpista) e muitos outros com humor, inteligência e sarcasmo, características cada vez mais raras entre os jornalistas brasileiros. Tem sido ele que, diuturnamente, denuncia essa farsa que é a democracia racial no Brasil, farsa burlesca exposta em obras como o livro “Não somos racistas”, do jornalista Ali Kamel, da TV Globo.

Por isso, classificar Paulo Henrique Amorim de racista vai além de qualquer piada de mau gosto. É, por assim dizer, a inversão absoluta de valores e opiniões que tem como base a interpretação rasa de um acordo judicial, e não uma condenação. Como se fosse possível condenar PHA por racismo a partir de outra acusação, esta, feita por ele, e coberta de fel: a de que Heraldo Pereira, repórter da TV Globo, é um “negro de alma branca”.

O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória – e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será. Quem finge não saber disso, finge também que não há racismo no Brasil.

Recentemente, fui chamado de racista por um idiota do PCdoB, partido do qual sou, eventualmente, eleitor, e onde tenho muitos amigos. Meu crime foi lembrar ao mundo que o vereador Netinho de Paula, pagodeiro recentemente convertido ao marxismo, havia espancado a esposa, em tempos recentes. E que havia dado um soco na cara do repórter Vesgo, do Pânico na TV. Assim como PHA agora, fui vítima de uma tentativa primária de psicologia reversa cujo objetivo era o de anular a questão essencial da discussão: a de que Netinho de Paula era um espancador, não um negro, informação esta que sequer citei no meu texto, por absolutamente irrelevante. Da mesma forma, Paulo Henrique Amorim se referiu a Heraldo Pereira como negro não para desmerecer-lhe a cor e a raça, mas para opinar sobre aquilo que lhe pareceu um defeito: o de que o repórter da TV Globo tinha “a alma branca”, ou seja, vivia alheio às necessidades e lutas dos demais negros do país, como se da elite branca fosse.

Não concordo com a expressão usada por PHA. Mas não posso deixar de me posicionar nesse momento em que um jornalista militante contra o racismo é acusado, levianamente, de ser racista, apenas porque se viu na obrigação de fazer um acordo judicial ruim. Não houve crime, sequer insinuação, de racismo nessa pendenga. Porque se pode falar muita coisa sobre Paulo Henrique Amorim, menos, definitivamente, que ele é racista. Qualquer outra interpretação é falsa ou movida por ma fé e vingança pessoal de quem passou a ser obrigado, desde o surgimento do blog “Conversa Afiada”, a conviver com a crítica e os textos adoravelmente sacanas desse grande jornalista brasileiro.

Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo

Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo ou dano moral como pleiteado por Heraldo Pereira de Carvalho no montante de R$ 300.000,00. Na ação promovida por Heraldo Pereira de Carvalho, as partes em audiência designada para 15 de fevereiro de 2012, conciliaram perante o Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 12ª Vara Cível da Circunscrição Especial de Brasília – DF, Daniel Felipe Machado, constando da sentença que homologou o acordo que o jornalista Paulo Henrique Amorim não ofendeu a moral do autor da ação ou atingiu a sua honra com conotação racista, fatos esses reconhecidos por Heraldo Pereira de Carvalho, tanto assim que concordou e assinou o termo de audiência. Em razão da conciliação levada a efeito, Paulo Henrique Amorim fará doação a instituição de caridade correspondente a 10% do montante pedido pelo jornalista Heraldo Pereira de Carvalho.


Conversa Afiada 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Globo a gente se liga em você! Será ?

A Rede Globo foi expulsa pelos manifestantes em Copacabana, que seguiram os jornalistas até que eles entrassem no carro da empresa e fossem embora.
Não é a primeira vez que isso acontece, protestos contra as manipulações da Rede Globo são frequentes.  


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Demotucanos de Minas Gerais intimidam o Deputado Rogério Correia,saiba o motivo:

Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político.










Os tucanos querem descaracterizar a denúncia que os envolve e intimidar quem lhe faz oposição

Bancada do PT contesta tucanos e solidariza-se com deputado do PT-MG

A Bancada do PT na Câmara, por intermédio do líder Jilmar Tatto (PT-SP), divulgou hoje (7) uma nota de solidariedade ao deputado estadual pelo PT de Minas Gerais,

Rogério Correia, contestando os ataques que o parlamentar vem sofrendo do PSDB e do DEM.

A bancada manifesta “integral solidariedade” a Correia e qualifica as agressões como caluniosas e injuriosas por parte de lideranças nacionais dos dois partidos oposicionistas.

“Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político”, diz a nota assinada por Jilmar Tatto.

Denúncias - Segundo o líder, os ataques a Rogério Correia são “caluniosos, destituídos de qualquer prova” e são feitos pela oposição com o objetivo de desviar o foco das graves denúncias que envolvem lideranças políticas tucanas com um sistema de desvio de recursos públicos, objeto de investigação e processos na Justiça Federal.

A Justiça, com base em investigações da Polícia Federal, apura uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, beneficiados com doação de caixa 2 da ordem de R$ 40 milhões na eleição de 2002. A lista traz nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).

Na nota da Bancada do PT, Jilmar Tatto afirma que “ consistente e destemida em Minas Gerais. Querem continuar se fingindo de democratas, quando na realidade não admitem o contraditório. É por isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados se manifesta com indignação e solidariedade ao deputado estadual Rogério Correia”.

Os tucanos querem atribuir a Rogério Correia a autoria de um documento que comprovou um esquema de desvio de recursos de Furnas Centrais Elétricas para financiar campanhas políticas à época do governo Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos, com apoio de setores da mídia, querem deslegitimar o documento, mas o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal já o periciou, dando –o como verdadeiro, inclusive as assinaturas, sem sinais de falsificação. Foi este documento que gerou o processo na Justiça Federal e o deu como verdadeiro.



PT na Câmara 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A esquerda diante da greve de PMs na Bahia: o que fazer?


Diário Liberdade - [Hemerson Ferreira] Greve de bombeiros e policiais recentes tem gerado um debate dentro das esquerdas. Certamente a repressão que chefes de Estado tem-lhes feito, e o apoio da imprensa à repressão, ajuda a ver de que lado devemos ficar. O breve texto trata disso...

Há um debate dentro da esquerda brasileira, iniciado quando da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro em 2011 e reiniciado agora, com a atual greve dos PMs da Bahia: devemos apoiá-los ou não?

Os defensores da omissão ou da oposição à greve lembram, com muita razão, que a PM é o braço armado do Estado, a serviço dos governantes, das elites sociais, da exploração dos trabalhadores. Enfim, eles são também opressores do povo. Um aumento salarial (ou qualquer outro recurso destinado a eles) apenas ampliaria seu poder repressivo. Uma histórica repressão covarde e assassina cometida, dentre outros, pela PM recentemente, e os atuais e cotidianos crimes contra os Direitos Humanos, sobretudo contra pobres, reforça o argumento deste grupo.

Por outro lado, existem aqueles que enxergam uma divisão social (classista) dentro das PMs : além de seus setores mais elitizados (o alto oficialato), comprometido com os donos do poder e da riquezas e, por isso, melhores remunerados, a PM é composta em sua maioria por oficiais de baixa patente, praças, enfim, homens e mulheres altamente explorados, diariamente humilhados, sobrecarregados, muito mal-pagos e internamente oprimidos, pertencendo também à classe trabalhadora (assalariados), vindos do povo (compondo-o), de onde são recrutados e (mal) treinados pelo Estado para fazerem o que fazem...

Na greve dos bombeiros do Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) agiu com uma truculência digna de um regime ditatorial: mandou policiais, colegas de farda dos bombeiros, reprimi-los a qualquer custo. Porém, para sua surpresa, os PMs cariocas se negaram e inclusive aderiram aos grevistas. Assim, Cabral acionou o BOPE, sua tropa de elite (ou melhor, DA elite) acostumada a deixar corpos de favelanos no chão em suas ações, que reprimiu violentamente a todos, ferindo alguns a cassetetes, tiros e prendendo 400 deles.

O governador carioca, então, foi à TV e passou a utilizar da velha cantilena demonizadora de greve que todos já conhecemos: chamou essa brava gente - que na sua maioria são pessoas honestas, pais e mães de família - de criminosos, baderneiros e até de covardes. Só que o tiro saiu pela culatra, pois bombeiros são muito bem quistos pela população. Sua greve ganhou mais apoio popular, cresceu e desmoralizou um governador que teve que retroceder.

A PM baiana é uma das mais mal-pagas do Brasil. É majoritariamente formada por soldados quase todos pretos, dando porrada na nuca de malandros pretos, de ladrões mulatos e outros quase brancos tratados como pretos (como canta Caetano Veloso em "Haiti"). Já protagonizaram greves duríssimas, muitas delas reprimidas violentamente pelo Exército.

O governador baiano Jaques Wagner, do PT, vem utilizando os mesmíssimos argumentos difamadores de greve e grevistas de sempre. Convocou o Ministro da Justiça, seu 'companheiro' de partido, que prontamente enviou o Exército, a Polícia Federal, e sua guarda pretoriana, expedindo onze mandados de prisão aos líderes grevistas, que serão enviados a presídios federais destinados aos bandidos de alta periculosidade.

É o PT mostrando mais uma vez o que se tornou desde sua metamorfose. E pensar: o que seria do governador baiano, do atual Ministro da (In)Justiça, da presidente e de seu partido sem as greves? Eles devem toda a sua história às elas! O que seria, sem as greves, do próprio senhor Luís Inácio Lula da Silva, que chegou a ser preso na ditadura por fazê-las?

Se vivêssemos no século XIX, certamente os políticos, o ministro de Estado e seus sabujos açoitariam e enforcariam alguns líderes grevistas para servirem de exemplo aos demais oprimidos, como na gloriosa Inconfidência Baiana, em 1798. Se fosse na ditadura, alguns grevistas simplesmente desapareceriam ou seriam suicidados, como o martirizado sargente Manuel Raimundo Soares. Mas vivemos em anos ditos democráticos, em que governos do chamado Partido dos Trabalhadores continua a reprimir grevistas violentamente, tratando-os como criminosos, como sempre fizeram as classes dominantes em nosso país...

Não importa se um juiz baiano simpático ao governador (a solidariedade deles aos poderosos é automática e impressionante!) decretou a greve como ilegal. Greve é um direito universal, inalienável, conquistado nas lutas dos trabalhadores - e que consta inclusive nos artigos dos Direitos Humanos. É e sempre foi o meio mais legítimo, justo e eficaz que os trabalhadores arranjaram para nos defender e se defender de nossos exploradores, sejam eles patrões privados ou chefes de Estado. Greve não é mais crime (foi assim tratada até bem recentemente em vários países, e continua sendo em naqueles em descompasso com os Direitos Humanos!) e resulta da mistura da necessidade com a consciência crítica historicamente nascida nos que vivem do suor do trabalho e com miserável salário.

Oxalá chegará o dia no qual uma greve qualquer de trabalhadores (fardados ou não) iniciada em qualquer parte do país (ou do planeta) desencadeie muitas outras paralisações, protestos e demais greves em solidariedade. Eis um motivo para apoiarmos sem vacilo a luta dos PMs na Bahia!

Hemerson Ferreira é Policial Militar no Rio Grande do Sul, historiador e professor.