terça-feira, 31 de maio de 2011

Cebrapaz protesta na Argentina contra ameaças dos EUA à paz



As atividades reunião grandes nomes do movimento latino-americano e mundial pela paz, como o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o cientista político Atilio Borón, a escritora Stella Calloni e a presidente do Mopassol (Movimento pela Paz, Soberania e Solidariedade entre os Povos), Rina Bertaccini.

A agenda na Argentina ressaltará o papel destacado que o Conselho Mundial da Paz e outras organizações desempenham na luta pela paz, contra a militarização, as armas nucleares e a Otan. “Vamos mostrar que as organizações do movimento popular em todo mundo, sob a liderança do Conselho Mundial da Paz, estão se mobilizando contra essa ofensiva agressiva e belicista dos EUA e seus aliados imperialistas europeus”, explicou Carvalho.

Segundo o diretor do Cebrapaz, o Tribunal Ético Sobre as Bases Militares Estrangeiras na América Latina e no Caribe deverá condenar veementemente a militarização do continente latino-americano e caribenho pelo imperialismo norte-americano. “Nosso continente vem recebendo crescentemente a presença de bases militares dos Estados Unidos. Essas bases estão na Colômbia, na Amazônia peruana, em países da América Central como Panamá e Costa Rica, em países caribenhos como a Guiana e Aruba e em vários outros pontos”.

O tribunal também deve condenar os Estados Unidos pela reconstituição da 4ª Frota — o mais audacioso passo estadunidense no sentido da militarização das Américas. Para Carvalho, o restabelecimento dessa ameaça naval, após quase 60 anos, está relacionada a dois aspectos fundamentais: a descoberta das imensas jazidas petrolíferas na camada do pré-sal do litoral brasileiro e as sucessivas ascensões de governos progressistas no continente latino-americano.

“A recriação da 4ª Frota tem a ver com a cobiça estadunidense pelo petróleo e demais riquezas naturais do nosso continente. Seguramente os EUA são dependentes do petróleo para fazer funcionar sua economia imperialista e estão de olho nessa riqueza do Brasil, assim como estão de olho também no petróleo da Venezuela”, diz Carvalho.

Sobre os aspectos políticos, o diretor do Cebrapaz lembra que a posse do presidente Hugo Chávez, na Venezuela, em 1999, foi o marco inaugural de sucessivas eleições de líderes progressistas no continente — fenômeno que “desafia, questiona e põe em xeque a hegemonia” estadunidense.

“A América Latina deixou de ser o quintal dos fundos dos Estados Unidos e passou a ser um polo importante da luta democrática, progressista e pela soberania nacional”, afirma Carvalho. “o aumento da militarização no continente é uma espécie de recado ameaçador dos Estados Unidos contra esses governos progressistas e contra essa tendência, irreversível, de desenvolvimento de experiências democráticas populares e anti-imperialistas no continente”.

Na quarta-feira (1º) a Conferência Continental sobre Militarização Imperial: Comando Sul, Usaid e Cultura Estratégica terá um enfoque mais global — que vai além da realidade latino-americana. Será abordado o tema da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como braço armado do imperialismo norte-americano e dos países imperialistas europeus para sufocar os movimentos de libertação nacional em vários continentes.

Em novembro do ano passado, milhares de portugueses protestaram nas ruas de Lisboa contra a cúpula da Otan. Mais de 30 mil manifestantes saíram em protesto enquanto os chefes de Estado de países imperialistas se reuniram para engendrar novos crimes contra os povos e preparar a Otan para empreender novas agressões à liberdade, à independência nacional e a paz.

“A Otan, desde então, assumiu um papel ainda mais agressivo e adotou um novo conceito estratégico. Esse novo conceito consiste em fazer com que a Otan não atue apenas nos marcos do Atlântico Norte — que era sua função original —, mas passe a atuar em todos os continentes onde ela julgar que os interesses dos países que constituem a Aliança Atlântica estão ameaçados”, comenta Carvalho.

“Por conta dessa nova concepção estratégica, a Otan está promovendo a guerra na Líbia, onde já realizou mais de 3 mil bombardeios. Ao mesmo tempo, a Otan está presente na guerra do Afeganistão, do Iraque, foi responsável pela destruição da Iugoslávia — porque fez a guerra do Kosovo, bombardeou Belgrado e destruiu a ex-Iugoslávia”, enumera o diretor do Cebrapaz. “A Otan precisa ser julgada por cometer crimes de guerra contra a humanidade.”


Portal Vermelho 

Da redação,
Mariana Viel


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