Por Altamiro Borges
Os dois principais jornais paulistas soltaram rojões neste sábado. “Serra decide concorrer à Prefeitura de São Paulo”, anunciou a Folha na sua manchete. “Serra discute candidatura com Alckmin e pode ir às prévias”, estampou na capa o Estadão. Os jornalões andavam preocupados com o vai-e-vem de Serra, as prévias tucanas e os riscos de Kassab mudar de lado. Agora, eles parecem mais aliviados.
Segundo a Folha, a decisão do eterno candidato de disputar novas eleições “foi comunicada ao governador Geraldo Alckmin após meses de indefinição no maior partido de oposição do país... Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) se reuniram ontem (24) à noite com o ex-governador em sua casa para discutir os detalhes do lançamento de sua candidatura”.
Os pré-candidatos “flanelinhas”
Já o Estadão destaca que Serra pode, inclusive, “disputar” a prévia do PSDB, que seria adiada por alguns dias – ela estava marcada para 4 de março e a cédula já tinha sido impressa com o nome dos quatro pré-candidatos. O objetivo da encenação é “legitimar a candidatura” e evitar novas cisões internas. “A idéia é tentar avançar no consenso em torno do nome de Serra”, confessa o jornal.
Não é para menos que até alguns tucanos mais irreverentes já batizaram os quatro pré-candidatos de “flanelinhas”, que apenas guardam lugar para o eterno candidato. A manobra é tão evidente que “integrantes da executiva municipal foram acionados para encontrar uma saída jurídica para a entrada de Serra na prévia, cujas inscrições foram encerradas na semana passada”.
A troika Serra, Alckmin e Kassab
Ainda não se sabe qual vai ser a reação dos “flanelinhas”. Segundo o Estadão, “o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Trípoli dizem que não vão desistir... Já os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) tendem a abrir mão da corrida”. Também não se sabe qual será a reação da militância tucana, que nos últimos dias andou se rebelando.
Seja qual for o desfecho da prévia, a manobra está montada pela troika – Serra, Alckmin e Kassab. E já conta com o beneplácito da mídia. Como apontou um editorial despudorado do Estadão, o bloco neoliberal-conservador e a chamada grande imprensa encaram as eleições paulistanas como uma prévia da disputa presidencial de 2014. Eles vão jogar pesado e sujo nesta guerra.
Na luta por liberdade assim como os Inconfidentes.Um Blog que é contra qualquer tipo de manipulação,que possa alienar as pessoas da verdadeira versão dos fatos.Você fica sabendo o que velha mídia esconde.Defendo uma América Latina forte e longe das garras do imperialismo estadunidense.Neste blog se discute política, cultura, mídia,educação, democracia e etc.Aqui não é o PIG,você pode opinar,expressar seu ponto de vista.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Racista é a PQP, não PHA!

Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil. Fazemos isso com as poderosas armas que nos couberam, a internet, a blogosfera, as redes sociais. Foi por meio de pessoas como PHA, lá no início desse processo de abertura da internet, que o brasileiro descobriu que poderia, finalmente, quebrar o monopólio da informação mantido, por décadas a fio, pelos poderosos grupos de comunicação que ainda tanto fazem políticos e autoridades do governo se urinar nas calças. PHA consolidou o termo PIG (Partido da Imprensa Golpista) e muitos outros com humor, inteligência e sarcasmo, características cada vez mais raras entre os jornalistas brasileiros. Tem sido ele que, diuturnamente, denuncia essa farsa que é a democracia racial no Brasil, farsa burlesca exposta em obras como o livro “Não somos racistas”, do jornalista Ali Kamel, da TV Globo.
Por isso, classificar Paulo Henrique Amorim de racista vai além de qualquer piada de mau gosto. É, por assim dizer, a inversão absoluta de valores e opiniões que tem como base a interpretação rasa de um acordo judicial, e não uma condenação. Como se fosse possível condenar PHA por racismo a partir de outra acusação, esta, feita por ele, e coberta de fel: a de que Heraldo Pereira, repórter da TV Globo, é um “negro de alma branca”.
O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória – e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será. Quem finge não saber disso, finge também que não há racismo no Brasil.
Recentemente, fui chamado de racista por um idiota do PCdoB, partido do qual sou, eventualmente, eleitor, e onde tenho muitos amigos. Meu crime foi lembrar ao mundo que o vereador Netinho de Paula, pagodeiro recentemente convertido ao marxismo, havia espancado a esposa, em tempos recentes. E que havia dado um soco na cara do repórter Vesgo, do Pânico na TV. Assim como PHA agora, fui vítima de uma tentativa primária de psicologia reversa cujo objetivo era o de anular a questão essencial da discussão: a de que Netinho de Paula era um espancador, não um negro, informação esta que sequer citei no meu texto, por absolutamente irrelevante. Da mesma forma, Paulo Henrique Amorim se referiu a Heraldo Pereira como negro não para desmerecer-lhe a cor e a raça, mas para opinar sobre aquilo que lhe pareceu um defeito: o de que o repórter da TV Globo tinha “a alma branca”, ou seja, vivia alheio às necessidades e lutas dos demais negros do país, como se da elite branca fosse.
Não concordo com a expressão usada por PHA. Mas não posso deixar de me posicionar nesse momento em que um jornalista militante contra o racismo é acusado, levianamente, de ser racista, apenas porque se viu na obrigação de fazer um acordo judicial ruim. Não houve crime, sequer insinuação, de racismo nessa pendenga. Porque se pode falar muita coisa sobre Paulo Henrique Amorim, menos, definitivamente, que ele é racista. Qualquer outra interpretação é falsa ou movida por ma fé e vingança pessoal de quem passou a ser obrigado, desde o surgimento do blog “Conversa Afiada”, a conviver com a crítica e os textos adoravelmente sacanas desse grande jornalista brasileiro.
Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo
Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo ou dano moral como pleiteado por Heraldo Pereira de Carvalho no montante de R$ 300.000,00. Na ação promovida por Heraldo Pereira de Carvalho, as partes em audiência designada para 15 de fevereiro de 2012, conciliaram perante o Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 12ª Vara Cível da Circunscrição Especial de Brasília – DF, Daniel Felipe Machado, constando da sentença que homologou o acordo que o jornalista Paulo Henrique Amorim não ofendeu a moral do autor da ação ou atingiu a sua honra com conotação racista, fatos esses reconhecidos por Heraldo Pereira de Carvalho, tanto assim que concordou e assinou o termo de audiência. Em razão da conciliação levada a efeito, Paulo Henrique Amorim fará doação a instituição de caridade correspondente a 10% do montante pedido pelo jornalista Heraldo Pereira de Carvalho.
Conversa Afiada
Conversa Afiada
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Globo a gente se liga em você! Será ?
A Rede Globo foi expulsa pelos manifestantes em Copacabana, que seguiram os jornalistas até que eles entrassem no carro da empresa e fossem embora.
Não é a primeira vez que isso acontece, protestos contra as manipulações da Rede Globo são frequentes.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Demotucanos de Minas Gerais intimidam o Deputado Rogério Correia,saiba o motivo:
Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político.
Os tucanos querem descaracterizar a denúncia que os envolve e intimidar quem lhe faz oposição
Bancada do PT contesta tucanos e solidariza-se com deputado do PT-MG
A Bancada do PT na Câmara, por intermédio do líder Jilmar Tatto (PT-SP), divulgou hoje (7) uma nota de solidariedade ao deputado estadual pelo PT de Minas Gerais,
Rogério Correia, contestando os ataques que o parlamentar vem sofrendo do PSDB e do DEM.
A bancada manifesta “integral solidariedade” a Correia e qualifica as agressões como caluniosas e injuriosas por parte de lideranças nacionais dos dois partidos oposicionistas.
“Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político”, diz a nota assinada por Jilmar Tatto.
Denúncias - Segundo o líder, os ataques a Rogério Correia são “caluniosos, destituídos de qualquer prova” e são feitos pela oposição com o objetivo de desviar o foco das graves denúncias que envolvem lideranças políticas tucanas com um sistema de desvio de recursos públicos, objeto de investigação e processos na Justiça Federal.
A Justiça, com base em investigações da Polícia Federal, apura uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, beneficiados com doação de caixa 2 da ordem de R$ 40 milhões na eleição de 2002. A lista traz nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).
Na nota da Bancada do PT, Jilmar Tatto afirma que “ consistente e destemida em Minas Gerais. Querem continuar se fingindo de democratas, quando na realidade não admitem o contraditório. É por isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados se manifesta com indignação e solidariedade ao deputado estadual Rogério Correia”.
Os tucanos querem atribuir a Rogério Correia a autoria de um documento que comprovou um esquema de desvio de recursos de Furnas Centrais Elétricas para financiar campanhas políticas à época do governo Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos, com apoio de setores da mídia, querem deslegitimar o documento, mas o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal já o periciou, dando –o como verdadeiro, inclusive as assinaturas, sem sinais de falsificação. Foi este documento que gerou o processo na Justiça Federal e o deu como verdadeiro.
PT na Câmara
Rogério Correia, contestando os ataques que o parlamentar vem sofrendo do PSDB e do DEM.
A bancada manifesta “integral solidariedade” a Correia e qualifica as agressões como caluniosas e injuriosas por parte de lideranças nacionais dos dois partidos oposicionistas.
“Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político”, diz a nota assinada por Jilmar Tatto.
Denúncias - Segundo o líder, os ataques a Rogério Correia são “caluniosos, destituídos de qualquer prova” e são feitos pela oposição com o objetivo de desviar o foco das graves denúncias que envolvem lideranças políticas tucanas com um sistema de desvio de recursos públicos, objeto de investigação e processos na Justiça Federal.
A Justiça, com base em investigações da Polícia Federal, apura uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, beneficiados com doação de caixa 2 da ordem de R$ 40 milhões na eleição de 2002. A lista traz nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).
Na nota da Bancada do PT, Jilmar Tatto afirma que “ consistente e destemida em Minas Gerais. Querem continuar se fingindo de democratas, quando na realidade não admitem o contraditório. É por isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados se manifesta com indignação e solidariedade ao deputado estadual Rogério Correia”.
Os tucanos querem atribuir a Rogério Correia a autoria de um documento que comprovou um esquema de desvio de recursos de Furnas Centrais Elétricas para financiar campanhas políticas à época do governo Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos, com apoio de setores da mídia, querem deslegitimar o documento, mas o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal já o periciou, dando –o como verdadeiro, inclusive as assinaturas, sem sinais de falsificação. Foi este documento que gerou o processo na Justiça Federal e o deu como verdadeiro.
PT na Câmara
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
A esquerda diante da greve de PMs na Bahia: o que fazer?
Diário Liberdade - [Hemerson Ferreira] Greve de bombeiros e policiais recentes tem gerado um debate dentro das esquerdas. Certamente a repressão que chefes de Estado tem-lhes feito, e o apoio da imprensa à repressão, ajuda a ver de que lado devemos ficar. O breve texto trata disso...
Há um debate dentro da esquerda brasileira, iniciado quando da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro em 2011 e reiniciado agora, com a atual greve dos PMs da Bahia: devemos apoiá-los ou não?
Os defensores da omissão ou da oposição à greve lembram, com muita razão, que a PM é o braço armado do Estado, a serviço dos governantes, das elites sociais, da exploração dos trabalhadores. Enfim, eles são também opressores do povo. Um aumento salarial (ou qualquer outro recurso destinado a eles) apenas ampliaria seu poder repressivo. Uma histórica repressão covarde e assassina cometida, dentre outros, pela PM recentemente, e os atuais e cotidianos crimes contra os Direitos Humanos, sobretudo contra pobres, reforça o argumento deste grupo.
Por outro lado, existem aqueles que enxergam uma divisão social (classista) dentro das PMs : além de seus setores mais elitizados (o alto oficialato), comprometido com os donos do poder e da riquezas e, por isso, melhores remunerados, a PM é composta em sua maioria por oficiais de baixa patente, praças, enfim, homens e mulheres altamente explorados, diariamente humilhados, sobrecarregados, muito mal-pagos e internamente oprimidos, pertencendo também à classe trabalhadora (assalariados), vindos do povo (compondo-o), de onde são recrutados e (mal) treinados pelo Estado para fazerem o que fazem...
Na greve dos bombeiros do Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) agiu com uma truculência digna de um regime ditatorial: mandou policiais, colegas de farda dos bombeiros, reprimi-los a qualquer custo. Porém, para sua surpresa, os PMs cariocas se negaram e inclusive aderiram aos grevistas. Assim, Cabral acionou o BOPE, sua tropa de elite (ou melhor, DA elite) acostumada a deixar corpos de favelanos no chão em suas ações, que reprimiu violentamente a todos, ferindo alguns a cassetetes, tiros e prendendo 400 deles.
O governador carioca, então, foi à TV e passou a utilizar da velha cantilena demonizadora de greve que todos já conhecemos: chamou essa brava gente - que na sua maioria são pessoas honestas, pais e mães de família - de criminosos, baderneiros e até de covardes. Só que o tiro saiu pela culatra, pois bombeiros são muito bem quistos pela população. Sua greve ganhou mais apoio popular, cresceu e desmoralizou um governador que teve que retroceder.
A PM baiana é uma das mais mal-pagas do Brasil. É majoritariamente formada por soldados quase todos pretos, dando porrada na nuca de malandros pretos, de ladrões mulatos e outros quase brancos tratados como pretos (como canta Caetano Veloso em "Haiti"). Já protagonizaram greves duríssimas, muitas delas reprimidas violentamente pelo Exército.
O governador baiano Jaques Wagner, do PT, vem utilizando os mesmíssimos argumentos difamadores de greve e grevistas de sempre. Convocou o Ministro da Justiça, seu 'companheiro' de partido, que prontamente enviou o Exército, a Polícia Federal, e sua guarda pretoriana, expedindo onze mandados de prisão aos líderes grevistas, que serão enviados a presídios federais destinados aos bandidos de alta periculosidade.
É o PT mostrando mais uma vez o que se tornou desde sua metamorfose. E pensar: o que seria do governador baiano, do atual Ministro da (In)Justiça, da presidente e de seu partido sem as greves? Eles devem toda a sua história às elas! O que seria, sem as greves, do próprio senhor Luís Inácio Lula da Silva, que chegou a ser preso na ditadura por fazê-las?
Se vivêssemos no século XIX, certamente os políticos, o ministro de Estado e seus sabujos açoitariam e enforcariam alguns líderes grevistas para servirem de exemplo aos demais oprimidos, como na gloriosa Inconfidência Baiana, em 1798. Se fosse na ditadura, alguns grevistas simplesmente desapareceriam ou seriam suicidados, como o martirizado sargente Manuel Raimundo Soares. Mas vivemos em anos ditos democráticos, em que governos do chamado Partido dos Trabalhadores continua a reprimir grevistas violentamente, tratando-os como criminosos, como sempre fizeram as classes dominantes em nosso país...
Não importa se um juiz baiano simpático ao governador (a solidariedade deles aos poderosos é automática e impressionante!) decretou a greve como ilegal. Greve é um direito universal, inalienável, conquistado nas lutas dos trabalhadores - e que consta inclusive nos artigos dos Direitos Humanos. É e sempre foi o meio mais legítimo, justo e eficaz que os trabalhadores arranjaram para nos defender e se defender de nossos exploradores, sejam eles patrões privados ou chefes de Estado. Greve não é mais crime (foi assim tratada até bem recentemente em vários países, e continua sendo em naqueles em descompasso com os Direitos Humanos!) e resulta da mistura da necessidade com a consciência crítica historicamente nascida nos que vivem do suor do trabalho e com miserável salário.
Oxalá chegará o dia no qual uma greve qualquer de trabalhadores (fardados ou não) iniciada em qualquer parte do país (ou do planeta) desencadeie muitas outras paralisações, protestos e demais greves em solidariedade. Eis um motivo para apoiarmos sem vacilo a luta dos PMs na Bahia!
Hemerson Ferreira é Policial Militar no Rio Grande do Sul, historiador e professor.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Tucanos não suportam oposição e ameaçam líder do PT com Comissão de Ética
Real oposição na Assembleia Legislativa e reconhecido nacionalmente, O Movimento Minas sem Censura, do qual o deputado Rogério Correia é líder, rompeu a mordaça midiática e a conivência de instituições que deveriam ter mais autonomia (TCE, MPE, TJ), trazendo à tona graves problemas do Estado que estavam escondidos por falácias como o déficit zero e o choque de gestão. O Movimento exigiu providências, denunciando escândalos como os do caso Ipsemg/Fasano, das obras superfaturas do Mineirão, da Cidade Administrativa (Brasilinha de Aécio), do caos no serviço público, da Rádio Arco Íris, do Aero-Aécio, dos fichas-sujas, entre tantos outros.
Em 2012, a Caravana Minas sem Censura vai pegar a estrada à procura de soluções para as diversas dificuldades enfrentadas pelo povo mineiro, levando ao conhecimento da sociedade qual é a Minas Real. Através desse valioso instrumento de luta e mobilização, a oposição institucional somada à oposição popular vai construir grande movimento alternativo ao governo neoliberal tucano.
Essa atuação forte e organizada da oposição tem tirado o sono dos tucanos. Após perseguição feita contra sindicalistas do Sindieletro e professores da rede estadual, com utilização até da polícia secreta, entre diversas outras retaliações autoritárias aos seus opositores, o PSDB de Minas protocolou representação descabida e sem provas na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa contra o mandato do deputado Rogério Correia. A atitude evidencia um golpe contra a democracia em mais uma clara tentativa de calar e intimidar o líder do PT e do Movimento Minas sem Censura.
A desculpa dada foi a fiscalização feita em 2006 pelo mandato popular de Rogério sobre a formação de caixa dois na empresa de Furnas, beneficiando de forma irregular em especial políticos do PSDB e do DEM. A estratégia para se evitar o golpe tucano está sendo definida judicialmente, mas desde já o mandato de Rogério agradece à rede de apoio que tem recebido, inclusive nas redes sociais, através das manifestações de solidariedade dadas por aliados, partidos políticos, deputados da oposição, movimentos sociais e por todos aqueles que acreditam na defesa do poder democrático-popular.
Ironicamente, o senador mineiro Aécio Neves disse em artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira, 26/12, que se mantém fiel em “não cair na tentação fácil de tratar adversário como inimigo, de confundir país com governo”. Balela. Será que ele já se esqueceu do episódio em que deixou a mão de Rogério estendida no ar, negando cumprimentá-lo na ocasião do velório do ex-presidente da República, José de Alencar? Além disso, se ele estivesse dizendo a verdade, com certeza teria se posicionado contrariamente à decisão golpista do seu partido, ou alguém acredita que o PSDB, através de um parente seu, teria entrado com representação contra o líder do PT no Estado sem o consentimento de Aécio?
Clique aqui para saber toda a verdade sobre a Lista de Furnas
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
A volta da ditadura em Minas Gerais
A volta da ditadura em Minas Gerais
Por Altamiro Borges
O PSDB de Minas Gerais ingressou neste semana com representação, assinada por seu vice-presidente, Domingos Sávio, pedindo ao Conselho de Ética da Assembléia Legislativa a cassação do deputado estadual Rogério Correia (PT). À representação foi anexada uma "reporcagem" da Veja sobre a suspeita "Lista de Furnas". O pedido se dá sob o argumento de que o petista faltou com o decoro parlamentar. Caso seja aprovada na casa sob hegemonia tucana, será o retorno da ditadura em Minas Gerais.
Como afirma Márcio Fagundes, do jornal Hoje em Dia, "a sigla tucana faz voltar o tempo, aliás, tristes, nos anos 60, quando a Casa, sob tutela militar, deu fim aos mandatos populares dos deputados Dazinho, Clodesmith Rianni e Sinval Bambirra. Também o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), no início de dezembro, enfrentou problema similar. Ele havia dito que a Assembléia estava de joelhos para o Executivo".
Os filhotes de Aécio Neves
O deputado Rogério Correia já exibiu laudo de exame documentoscópico (mecanográfico e grafotécnico) do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para rechaçar a acusação de falsificação de documentos na chamada Lista de Furnas. "Não existe um processo contra mim na Justiça", assegura. Ele deve em entrar com habeas corpus para garantir o exercício do seu mandato, conquistado nas urnas.
Diante do perigo de grave retrocesso, três partidos divulgaram notas oficiais em solidariedade ao deputado perseguido pelos tucanos mineiros, filhotes do ex-governador Aécio Neves. Reproduzo abaixo:
*****
PCdoB defende liberdade de expressão para Rogério Correia
Em nome da Executiva do PCdoB vimos manifestar nossa solidariedade ao deputado Rogério Correia que acaba de ser atacado em seu sagrado direito de defender idéias e apoiar os que lutam por melhores condições de vida.
Ao longo de sua atividade parlamentar o deputado Rogério Correia jamais se furtou a seu compromisso na defesa de um país justo, de um estado a serviço de sua gente e de compartilhar a luta dos que buscam melhores salários e mais dignidade.
Estranhamente o PSDB, um partido que tem a obrigação de respeitar a Constituição esquece o seu Art. 5º Inciso IV que pontua “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e entra no Conselho de Ética contra o parlamentar petista.
Em nome da liberdade ainda que tardia, confiamos nos integrantes do Conselho de Ética da ALMG que resgatarão o sagrado direito político dos que querem melhorar o país.
*****
Nota de solidariedade do PMDB-MG
Fiel aos seus valores fundacionais e aos históricos compromissos com a Democracia, a Liberdade e o Estado de Direito, o Diretório Estadual do PMDB-MG, através de sua Executiva, vem tornar pública sua solidariedade ao Deputado Estadual Rogério Correia, líder da bancada do PT na ALMG.
Com efeito, o PSDB-MG protocolou representação contra o Deputado Rogério na Comissão de Ética da Assembleia de Minas. Ao fazê-lo, mais que ao Deputado, atingiu-se a Liberdade e ao Estado de Direito, tão ameaçados na Minas de Hoje.
Sem apresentar qualquer prova, ou um mínimo indício que fosse a representação pretende tão somente calar uma das principais vozes de oposição no Estado, buscando transformar o Conselho de Ética da ALMG em instrumento intimidatório ou em verdadeiro Tribunal de Exceção.
Solidário ao Deputado, o PMDB-MG chama a atenção das forças Democráticas e do povo de Minas para o risco que ronda, hoje, as nossas instituições.
*****
Nota de apoio do PT de Minas Gerais
O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores vem a público manifestar seu irrestrito apoio ao Deputado Estadual Rogério Correia, integrante de sua executiva.
Rogério é líder de nossa bancada na Assembleia e tem se destacado na organização da oposição, articulando com os movimentos social e sindical que este ano travaram um firme embate com o governo tucano.
Ao demonstrar que choque de gestão, déficit zero e outras ações publicitárias, nada mais são que peças de ficção, o líder do Movimento Minas sem Censura é perseguido pelo PSDB com uma representação junto à Comissão de Ética da Assembleia.
Comprometido com a justiça social e transparência, O PT/MG vem a público denunciar mais esta tentativa de calar aqueles que, no legítimo exercício de suas atividades públicas, não se intimidam e não se calam!
Conclamamos os trabalhadores(as) e a sociedade mineira e brasileira a reagirem à esse atentado a democracia e a se solidarizar com o companheiro Rogério Correia.
Por Altamiro Borges
O PSDB de Minas Gerais ingressou neste semana com representação, assinada por seu vice-presidente, Domingos Sávio, pedindo ao Conselho de Ética da Assembléia Legislativa a cassação do deputado estadual Rogério Correia (PT). À representação foi anexada uma "reporcagem" da Veja sobre a suspeita "Lista de Furnas". O pedido se dá sob o argumento de que o petista faltou com o decoro parlamentar. Caso seja aprovada na casa sob hegemonia tucana, será o retorno da ditadura em Minas Gerais.
Como afirma Márcio Fagundes, do jornal Hoje em Dia, "a sigla tucana faz voltar o tempo, aliás, tristes, nos anos 60, quando a Casa, sob tutela militar, deu fim aos mandatos populares dos deputados Dazinho, Clodesmith Rianni e Sinval Bambirra. Também o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), no início de dezembro, enfrentou problema similar. Ele havia dito que a Assembléia estava de joelhos para o Executivo".
Os filhotes de Aécio Neves
O deputado Rogério Correia já exibiu laudo de exame documentoscópico (mecanográfico e grafotécnico) do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para rechaçar a acusação de falsificação de documentos na chamada Lista de Furnas. "Não existe um processo contra mim na Justiça", assegura. Ele deve em entrar com habeas corpus para garantir o exercício do seu mandato, conquistado nas urnas.
Diante do perigo de grave retrocesso, três partidos divulgaram notas oficiais em solidariedade ao deputado perseguido pelos tucanos mineiros, filhotes do ex-governador Aécio Neves. Reproduzo abaixo:
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PCdoB defende liberdade de expressão para Rogério Correia
Em nome da Executiva do PCdoB vimos manifestar nossa solidariedade ao deputado Rogério Correia que acaba de ser atacado em seu sagrado direito de defender idéias e apoiar os que lutam por melhores condições de vida.
Ao longo de sua atividade parlamentar o deputado Rogério Correia jamais se furtou a seu compromisso na defesa de um país justo, de um estado a serviço de sua gente e de compartilhar a luta dos que buscam melhores salários e mais dignidade.
Estranhamente o PSDB, um partido que tem a obrigação de respeitar a Constituição esquece o seu Art. 5º Inciso IV que pontua “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e entra no Conselho de Ética contra o parlamentar petista.
Em nome da liberdade ainda que tardia, confiamos nos integrantes do Conselho de Ética da ALMG que resgatarão o sagrado direito político dos que querem melhorar o país.
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Nota de solidariedade do PMDB-MG
Fiel aos seus valores fundacionais e aos históricos compromissos com a Democracia, a Liberdade e o Estado de Direito, o Diretório Estadual do PMDB-MG, através de sua Executiva, vem tornar pública sua solidariedade ao Deputado Estadual Rogério Correia, líder da bancada do PT na ALMG.
Com efeito, o PSDB-MG protocolou representação contra o Deputado Rogério na Comissão de Ética da Assembleia de Minas. Ao fazê-lo, mais que ao Deputado, atingiu-se a Liberdade e ao Estado de Direito, tão ameaçados na Minas de Hoje.
Sem apresentar qualquer prova, ou um mínimo indício que fosse a representação pretende tão somente calar uma das principais vozes de oposição no Estado, buscando transformar o Conselho de Ética da ALMG em instrumento intimidatório ou em verdadeiro Tribunal de Exceção.
Solidário ao Deputado, o PMDB-MG chama a atenção das forças Democráticas e do povo de Minas para o risco que ronda, hoje, as nossas instituições.
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Nota de apoio do PT de Minas Gerais
O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores vem a público manifestar seu irrestrito apoio ao Deputado Estadual Rogério Correia, integrante de sua executiva.
Rogério é líder de nossa bancada na Assembleia e tem se destacado na organização da oposição, articulando com os movimentos social e sindical que este ano travaram um firme embate com o governo tucano.
Ao demonstrar que choque de gestão, déficit zero e outras ações publicitárias, nada mais são que peças de ficção, o líder do Movimento Minas sem Censura é perseguido pelo PSDB com uma representação junto à Comissão de Ética da Assembleia.
Comprometido com a justiça social e transparência, O PT/MG vem a público denunciar mais esta tentativa de calar aqueles que, no legítimo exercício de suas atividades públicas, não se intimidam e não se calam!
Conclamamos os trabalhadores(as) e a sociedade mineira e brasileira a reagirem à esse atentado a democracia e a se solidarizar com o companheiro Rogério Correia.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Globo e as barbas do vizinho
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Embora não haja qualquer sinal de que possamos ter por aqui qualquer arremedo de legislação que regule democraticamente as concessões públicas na área de comunicação – as concessões, nada a ver com liberdade de imprensa ou de expressão – o jornal O Globo, hoje, age daquela forma descrita no popular ditado de “colocar as barbas de molho, porque as do vizinho estão em chamas”.
O vizinho, no caso, é o Clarín, um conglomerado semelhante ao que é aqui a Globo, com TV, rádios, jornal, internet, produtoras de filmes e agência de notícias. E que, como a Globo, vicejou à sombra da ditadura, como um cogumelo, para relembrar a expressão usada por Leonel Brizola.
Ano passado, o Congresso argentino aprovou e a presidenta Cristina Kirchner sancionou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, que estabelece regras para o concentradíssimo sistema de rádio e televisão no país. Para entende-lo, é preciso saber que a televisão argentina é, basicamente, a cabo. Só em sete cidades, além de Buenos Aires, onde há cinco canais de TV aberta, há emissoras de recepção livre.
A nova lei atacou de frente a concentração da propriedade nos meios de comunicação, estabeleceu parcelas mínimas de conteúdo nacional, de produção das próprias emissoras e de produtoras independentes, além de reservar um terço do espectro radioelétrico para organizações sem fins lucrativos.
É esse o fundo da ordem judicial que determinou a intervenção na Cablevisión, uma das empresas de TV a cabo - que é a TV de 70% dos argentinos. A reação do pessoal grupo obrigou a Justiça a requerer garantias policiais, que não partiram, portanto, do Executivo.
A batalha se dá agora em torno da Papel Prensa SA, uma empresa criada por uma associação entre grupos privados e o Estado argentino. Durante a ditadura, as ações da empresa que pertenciam ao grupo Graiver – logo após a morte de seu líder David Graiver, num mal-explicado acidente de aviação - o controle da empresa foi transferido, por preço irrisório e depois de seus integrantes serem detidos sob acusação de colaborar com os Montoneros – para o Clarín e o La Nacion, unha e carne com o regime militar.
Independente das obscuridades do passado, os dois jornais se beneficiavam hoje de duas vantagens que os demais não tinham. A primeira, compravam grandes quantidades antes de estabelecerem aumentos de preço; a segunda, recompravam seus encalhes quase ao preço de capa, revendendo-os para a empresa, com o fim de reciclagem.
Ontem o Senado argentino aprovou lei determinando que o comércio de papel de jornal é de interesse público. Isso não quis dizer estatiza-lo, desapropriando a empresa, mas que serão fixados preços únicos para a venda de papel a qualquer empresa pelo mesmo preço e o mesmo para a recompra para reciclagem.
É a isso que chamam de “atentado à liberdade de imprensa”.
Lá, como aqui, os privilégios obtidos com o convívio com o poder – especialmente com o poder autoritário – deixaram torta a boca da mídia. Não é novidade. Aqui, Samuel Wainer foi linchado pela imprensa por ter a Última Hora empréstimos no Banco do Brasil, embora todos – Globo, Diários Associados e até a Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda – os tivessem, e muito maiores.
É por isso que, mesmo com léguas a nos separ
Embora não haja qualquer sinal de que possamos ter por aqui qualquer arremedo de legislação que regule democraticamente as concessões públicas na área de comunicação – as concessões, nada a ver com liberdade de imprensa ou de expressão – o jornal O Globo, hoje, age daquela forma descrita no popular ditado de “colocar as barbas de molho, porque as do vizinho estão em chamas”.
O vizinho, no caso, é o Clarín, um conglomerado semelhante ao que é aqui a Globo, com TV, rádios, jornal, internet, produtoras de filmes e agência de notícias. E que, como a Globo, vicejou à sombra da ditadura, como um cogumelo, para relembrar a expressão usada por Leonel Brizola.
Ano passado, o Congresso argentino aprovou e a presidenta Cristina Kirchner sancionou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, que estabelece regras para o concentradíssimo sistema de rádio e televisão no país. Para entende-lo, é preciso saber que a televisão argentina é, basicamente, a cabo. Só em sete cidades, além de Buenos Aires, onde há cinco canais de TV aberta, há emissoras de recepção livre.
A nova lei atacou de frente a concentração da propriedade nos meios de comunicação, estabeleceu parcelas mínimas de conteúdo nacional, de produção das próprias emissoras e de produtoras independentes, além de reservar um terço do espectro radioelétrico para organizações sem fins lucrativos.
É esse o fundo da ordem judicial que determinou a intervenção na Cablevisión, uma das empresas de TV a cabo - que é a TV de 70% dos argentinos. A reação do pessoal grupo obrigou a Justiça a requerer garantias policiais, que não partiram, portanto, do Executivo.
A batalha se dá agora em torno da Papel Prensa SA, uma empresa criada por uma associação entre grupos privados e o Estado argentino. Durante a ditadura, as ações da empresa que pertenciam ao grupo Graiver – logo após a morte de seu líder David Graiver, num mal-explicado acidente de aviação - o controle da empresa foi transferido, por preço irrisório e depois de seus integrantes serem detidos sob acusação de colaborar com os Montoneros – para o Clarín e o La Nacion, unha e carne com o regime militar.
Independente das obscuridades do passado, os dois jornais se beneficiavam hoje de duas vantagens que os demais não tinham. A primeira, compravam grandes quantidades antes de estabelecerem aumentos de preço; a segunda, recompravam seus encalhes quase ao preço de capa, revendendo-os para a empresa, com o fim de reciclagem.
Ontem o Senado argentino aprovou lei determinando que o comércio de papel de jornal é de interesse público. Isso não quis dizer estatiza-lo, desapropriando a empresa, mas que serão fixados preços únicos para a venda de papel a qualquer empresa pelo mesmo preço e o mesmo para a recompra para reciclagem.
É a isso que chamam de “atentado à liberdade de imprensa”.
Lá, como aqui, os privilégios obtidos com o convívio com o poder – especialmente com o poder autoritário – deixaram torta a boca da mídia. Não é novidade. Aqui, Samuel Wainer foi linchado pela imprensa por ter a Última Hora empréstimos no Banco do Brasil, embora todos – Globo, Diários Associados e até a Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda – os tivessem, e muito maiores.
É por isso que, mesmo com léguas a nos separ
Inglaterra estuda retomar ações militares contra Argentina
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O navio Cardiff ancora em Port Stanley |
Vinte e nove anos depois da Guerra das Malvinas, quando a Argentina, em plena decadência de sua ditadura militar, desafiou a Inglaterra pela soberania do território localizado no Atântico Sul, a tensão entre os dois países, que nunca deixou de existir, retorna com força crescente. Em 1982, isolada e enfrentando uma severa crise interna, a Argentina perdeu o conflito.
Atualmente, o contexto é outro. Após a reunião do Mercosul nesta semana, quando Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai concordaram em não permitir que embarcações com a bandeira das ilhas atraquem em seus portos, o jornal britânico Daily Mail publicou uma reportagem afirmando que as autoridades militares da Inglaterra estão elaborando um plano de defesa para as Malvinas.
De acordo com o periódico, militares britânicos pressionam o governo do primeiro-ministro conservador David Cameron para que um submarino nuclear seja enviado à região – que está sob controle da Inglaterra desde 1833.
Atualmente, o contexto é outro. Após a reunião do Mercosul nesta semana, quando Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai concordaram em não permitir que embarcações com a bandeira das ilhas atraquem em seus portos, o jornal britânico Daily Mail publicou uma reportagem afirmando que as autoridades militares da Inglaterra estão elaborando um plano de defesa para as Malvinas.
De acordo com o periódico, militares britânicos pressionam o governo do primeiro-ministro conservador David Cameron para que um submarino nuclear seja enviado à região – que está sob controle da Inglaterra desde 1833.
Outro fator que deve intensificar ainda mais a tensão entre Argentina e Inglaterra é a previsão de uma visita do príncipe Willian às ilhas no ano que vem. Ainda na reportagem do Daily Mail, consta que o ministro da Defesa britânico, Philip Hammond, teria sido informado, em Londres, sobre a possibilidade de um novo conflito bélico com a Argentina no caso de a situação se agravar.
Funcionários da inteligência disseram ao ministro e ao Conselho de Segurança Nacional que, no momento, “não há ameaça militar factível” às ilhas por parte da Força Aérea Argentina. Entretanto, o Daily Mailreproduz a fala de um oficial militar da Inglaterra que sustenta que “há uma ameaça e adotaremos medidas de prevenção rapidamente”, acrescentando que “confiamos que os argentinos não podem sequer atracar um barco pesqueiro nas Malvinas, mas é importante demonstrar que somos sérios quanto a nossas obrigações”.
Na prática, além do efeito simbólico de solidariedade à reivindicação da Argentina, a proibição imposta por Brasil, Uruguai e Paraguai às embarcações malvinas afetará cerca de 25 barcos, na maioria pesqueiros com licença espanhola.
Com informações do El País do Uruguai.
Na prática, além do efeito simbólico de solidariedade à reivindicação da Argentina, a proibição imposta por Brasil, Uruguai e Paraguai às embarcações malvinas afetará cerca de 25 barcos, na maioria pesqueiros com licença espanhola.
Com informações do El País do Uruguai.
Por que as Malvinas são estratégicas?

O território das Ilhas Malvinas, também conhecidas como Ilhas Falkland, é, talvez, a área em disputa mais importante e transcendente do cone sul. O observador comum poderia se perguntar por que um arquipélago com somente 2.000 habitantes, localizado a 14 mil km de Londres, é tão ferreamente defendido pela Grã-Bretanha, Estado que de fato exerce a soberania sobre o território.
A Argentina mantém um pleito internacional sobre as ilhas. De fato o país sul americano conseguiu êxito diplomático ao obter resoluções da Assembléia Geral da ONU, as quais orientam as partes a sentar-se em mesa e negociar um acordo que satisfaça as duas nações.
A pergunta obrigatória: quais são os pontos mais importantes que impulsionam os britânicos a aferrar-se a estas ilhas longínquas? Por que o estado inglês continua destinando fundos à defesa militar das Malvinas quando enfrenta uma severa e inédita crise interna? Por que fazem ouvidos moucos ao pleito argentino que encontrou apoio em ascendentes e influentes potências, como o Brasil?
Em seguida, os motivos que, creio, Londres considera transcendentes ao momento de tomar suas decisões relativas a este assunto.
O Estreito de Magalhães
O comércio internacional entre os oceanos pacífico e atlântico é feito através do canal de Panamá. Aberto em 1914 o canal permite que os navios atravessem o continente americano sem ter que viajar ao extremo sul e navegar as frias e tormentosas águas do Cabo Horn.

Em vermelho a rota comercial marítima
Embora pareça impossível ou ao menos, pouco provável que algo aconteça no Canal do Panamá, no caso de uma interrupção dessa passagem, a presença permanente de tropas britânicas e da OTAN nas ilhas Malvinas permitiram controlar o comércio que transitaria pelo potencialmente estratégico Estreito de Magalhães.
Leve-se em conta que as águas do norte do Canadá permanecem congeladas durante o inverno, por isso caso existam inconvenientes no Panamá, Grã Bretanha e as potências da OTAN encontrariam nas Malvinas uma plataforma excelente para monitorar uma eventualmente importantíssima rota do comércio marítimo mundial.
O petróleo
Com o barril de óleo avaliado em cerca de US$ 100, a exploração off-shore de poços petrolíferos é uma atividade de alta rentabilidade. Diferentes empresas britânicas levaram plataformas à zona e iniciaram exploração em busca do ouro negro. As empresas do Reino Unido, fazendo uso da soberania que o país tem sobre o mar que rodeia as ilhas, realizam uma atividade que pode, potencialmente, gerar recursos de incalculável valor econômico e estratégico para todo o império britânico, num mundo onde as matérias primas são cada vez mais valiosas.
A Antártida
A Antártida é um continente de 14 milhões de quilômetros quadrados, livre de influência política, defendido pelo Tratado Antártico de 1961, onde todos os estados signatários se comprometem a congelar pleitos de soberania sobre o continente branco.
De qualquer forma, os países localizados geograficamente perto da Antártida, reclamam soberania sobre uma porção de tal continente. Pois bem, as Ilhas Malvinas funcionam como um argumento para que a Grã-Bretanha faça a sua demanda territorial sobre uma porção da Antártida. O potencial valor desse pleito é certamente impossível de descrever, a água potável e infinitos recursos naturais e minerais transformam a Antártida em uma reserva de vida para a humanidade toda, se pensamos nos próximos séculos. A influência britânica sobre estes recursos depende, sem dúvida, da permanência das Ilhas Malvinas sob seu controle absoluto.
Perspectiva Hemisférica
Para terminar de entender o valor deste arquipélago e pôr em perspectiva hemisférica devemos mencionar que dentro dos territórios britânicos de ultramar na região, somam-se às ilhas Malvinas, as Geórgias e Sandwich do Sul, e as ilhas de Santa Helena, Tristão da Cunha e Ascensão. Se observarmos um mapa, é possível notar como esse cinturão insular permite ao império britânico presença na totalidade do Atlântico Sul, desde as costas da Argentina, até o sudoeste africano.

De fato, Londres faz constantes pleitos diplomáticos às Nações Unidas solicitando soberania sobre milhares de quilômetros quadrados de subsolo marinho e de ilhas vulcânicas dessa região.
Tendo clara compreensão da importância estratégica e econômica desta imensa porção do oceano atlântico, a Grã Bretanha não vai dar o braço a torcer no que se refere às Malvinas.
Original do blog: Equilíbrio Internacional
Tradução: Tecedora
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Governo argentino luta contra o monopólio do papel-jornal e da TV a cabo. Jornalões brasileiros atacam
Desde que Cristina Kirchner, presidenta reeleita da Argentina, conseguiu aprovar na Câmara de Deputados o fim do monopólio dos grupos Clarín e La Nación sobre o papel-jornal, os jornalões brasileiros começaram a espernear. Para eles, quebrar o monopólio do papel é “mordaça argentina”, como disse o jornal Zero Hora, ou “tentativa de dominar a oposição”, como disse o Estadão.
A única fábrica de papel-jornal da Argentina é controlada pelos dois grupos que controlam também a quase totalidade da mídia argentina. Mais ou menos como acontece no Brasil, esse controle foi gestado e é mantido através de abusos econômicos e conluios políticos, incluindo parcerias com as respectivas ditaduras militares, lá e aqui. É o caso da questão da Papel Prensa, a fábrica em questão, adquirida pelo Clarín e pelo La Nación durante a Ditadura argentina, e declarada agora um espaço de interesse público pelo governo. Como escreveu a blogueira Renata Mielli, “na Argentina os proprietários da única fábrica de papel-jornal são os dois maiores grupos de comunicação (produtores de conteúdo) do país (…). Esta propriedade cruzada é sem dúvida nenhuma um risco à pluralidade e à diversidade da informação na Argentina, uma vez que quem controla a matéria-prima tem interesses comerciais para além da venda do papel”.
Na manhã desta terça-feira, mais uma cena da luta do governo argentino pela democratização da mídia no país. Sob acusação de concorrência desleal, a emissora Cablevisión, de propriedade do grupo Clarín, foi objeto de busca e apreensão por parte da polícia e de membros do Judiciário. O Estadão e a Folha de S. Paulo se apressaram em unir esse fato à questão da Papel Prensa e atacar o governo de Cristina Kirchner.
Segundo a manchete da Folha, o cumprimento de uma ordem de busca e apreensão pode ser relatado da seguinte forma: “Empresa do grupo argentino Clarín é invadida por militares”. O final da primeira parte dessa mesma matéria mais uma vez tenta se apropriar de um conceito para distorcê-lo e validar a tese: “A ocupação desta terça-feira é mais um capítulo da longa batalha que o governo de Cristina Kirchner trava com a imprensa independente da Argentina”. O que a Folha considera imprensa independente? A aliança do Clarín com os grupos mais conservadores da Argentina pode ser chamada independência ou é, na verdade, apenas alinhamento a setores que tentam inviabilizar os governos progressistas dos Kirchner? Bom, se lembrarmos que a própria Folha refere-se a si mesma como jornal independente, podemos encontrar as respostas sem grande esforço.
Mas a reportagem da Folha, apesar da manchete que distorce a realidade e tenta despertar pânico com a “invasão” por “militares”, e ainda que penda claramente a favor do Clarín, ao menos em sua segunda parte, quando fala da disputa em torno da Papel Prensa, apresenta os argumentos do governo. O Estadão não o faz. O título de sua matéria vai pelo mesmo caminho (“Militares argentinos invadem empresa do grupo Clarín, diz jornal”), e o trecho em que fala sobre a Papel Prensa apresenta um tom completamente editorializado, tentando tornar objetiva e natural uma conclusão absolutamente subjetiva do autor: “O governo usa sua participação acionária na Papel Prensa, única fornecedora de papel jornal do país, para tentar dominar a oposição do Clarín e do La Nación, maiores jornais do país”.
Citando mais uma vez o excelente texto de Renata Mielli, “a imprensa brasileira omitiu que o projeto é fruto de dezenas de audiências públicas que foram realizadas em toda a Argentina e que envolveram a sociedade e proprietários de mais de 120 jornais. Ignorou que a Papel Prensa é alvo de denúncias por praticar preços diferenciados e abusivos de acordo com o veículo. Não informou que o projeto prevê que os preços do papel-jornal praticados passarão a ser os mesmos para todos os veículos (sem privilégios) o que irá garantir a democratização do acesso à matéria-prima para a produção dos jornais”.
*Leia AQUI a reportagem do bom jornal argentino Página 12 sobre a operação de busca e apreensão na Cablevisión.
*A leitura do artigo de Renata Mielli sobre a disputa em torno da Papel Prensa é fundamental para a compreensão do problema.
Intervenção da justiça no canal a cabo do Clarin. A mídia brasileira vai falar em liberdade de expressão?
O jornal argentino Pagina 12 não acusa a presidenta Cristina Kirchner de censura, ataque à liberdade de imprensa e outras coisas. Relata como o grupo Clarin, ao montar uma parceria com outra empresa estaria, segundo a justiça, praticando concorrência desleal.
Porém, o UOL, em notícia que estava na home page na tarde desta terça, insinuava exatamente censura e ataque à liberdade de expressão.
Sim, apenas insinuava. Apesar de usar o termo invasão para designar a ação da justiça, o portal da Folha delega ao Clarin uma tímida acusação contra o governo argentino. Em outro momento, o UOL talvez já estivesse vociferando. Mas o episódio em torno do livro “A Privataria Tucana”, que sem dúvida colocou todos os argumentos que restavam à velha mídia brasileira em xeque, deve estar fazendo os editores do UOL e de outros veículos pensarem duas vezes antes de desfiar o velho rosário.
O veneno que a velha mídia criou com tanto desvelo e que inoculou por tantos anos em seu público agora a esta paralisando.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
A vitória parcial é dos “doidos” e “sujos”: CPI da Privataria Tucana vem aí!
A “Folha” levou uma semana para falar no livro de Amaury. Talvez esperasse as orientações do “comitê central”. As orientações parecem ter chegado sem muita clareza. O jornal da família Frias, num texto opaco que nenhum jornalista teve coragem de assinar, levanta suspeita não contra Serra e sua turma de especialistas em “offshore” – mas contra o premiado repórter Amaury Ribeiro Jr.
A “Folha” não se preocupou com a “ficha” do Bob Jefferson antes de noticiar o chamado “Mensalão”. O que importava ali era a denúncia. Bob falou e a mídia correu para “provar” o roteiro que ele indicou (sem nenhuma prova, diga-se). Havia verdades na fala de Bob, mas tambem alguns exageros. O “Mensalão” propriamente dito (que a Globo tentou transforma no “maior escândalo da história”) não existia no sentido de um pagamento mensal a deputados governistas. Mas havia, sim, um esquema subterrâneo, que o PT parece ter herdado dos tucanos de Minas.
Da mesma forma, a “Folha” não se preocupou em saber se o homem que denunciava o Ministro Orlando Silva era ou não um bandido. Valiam as acusações, sem provas. O roteiro estava pronto. O ministro que provasse a inocência.
Com Amaury e a Privataria Tucana, há provas aos montes. Há documentos no livro. Mais de cem páginas. E há o currículo de um repórter premiado. Mas a “Folha” faz o papel de advogada do diabo. Quem seria o “coiso ruim” que a “Folha” quer defender?
Outro dado curioso. Lula foi ao poder e jamais investigou as privatizações. Havia um acordo tácito (e tático) para não promover caça às bruxas. Na Argentina, no México, na Bolívia, a turma dos privatas foi demolida. Aqui no Brasil, eles dão consultoria e palestras. Coisas do Brasil. Feito a jabuticaba.
Dez anos depois, a história das privatizações ressurge, pelo esforço e a coragem de um jornalista que alguns consideram “doido”, por mexer com “gente tão poderosa”. Amaury tem aquele jeito afobado, e o olhar injetado que só os sujeitos determinados costumam mostrar. Agora, querem desqualificá-lo. Covardia inútil.
Até porque um outro sujeito chamado de “doido”, o delegado e deputado federal Protógenes, botou o livro debaixo do braço e saiu coletando assinaturas para a CPI da Privataria. Nessa quinta-feira, dia 15 de dezembro, Protógenes anuncia ter atingido mais de 171 assinaturas.
A CPI da Privataria vem aí. Contra a vontade de Otavinho, Ali Kamel, Civita e dos colunistas histéricos que servem a essa gente. Meia dúzia de blogueiros sujos (obrigado, Serra) avisou o público: há um livro sobre as privatizações na praça. A brava “CartaCapital” – de Mino Carta, Sergio Lirio e Leandro Fortes – publicou 12 páginas sobre o livro. E os leitores nas redes sociais espalharam a notícia.
Verdade que setores da grande imprensa furaram o bloqueio – a notícia saiu na Record, Record News, Gazeta, Portal Terra… Mas e na Globo e na CBN que convocam “marchas contra a corrupção”? Silêncio dos cemitérios sicilianos.
Não importa. O barulho foi feito pelos blogs, pelas redes sociais e pelos poucos jornalistas que não se renderam ao esquemão do PIG. É uma turma que colegas mais bem estabelecidos costumam chamar de “gente doida da internet”.
Pois bem. A conexão dos “doidos” e “sujos” ganhou o primeiro round nesse episódio da Privataria. Como já havia ganho no caso da bolinha de papel em 2010.
Vejam bem. Não foi o PT, nem a máquina petista (parte dela, aliás, sai mal do livro - por conta do acordo na CPI do Banestado, e da guerra interna no comitê petista em 2010 narrada por Amaury) que fez barulho. Não. Foi a turma aqui da internet.
O Serra levou outra bolinha na testa. Essa deve ter doído de verdade. Serra chamou o livro de “lixo”. De fato, as operações narradas por Amaury cheiram mal. A Privataria cheira mal. E o livro é pesado, recheado de documentos.
Será que Kamel convocará o perito Molina para provar que o livro não existe? O problema será convencer os leitores dos blogs e os quase 200 deputados que já assinaram o pedido da CPI. A primeira – em muitos anos - que pode vir sem ter sido precedida de campanha movida pela velha mídia.
Essa CPI, se vingar (e ainda há armadilhas no caminho), virá contra a velha mídia. Será a vitória dos sujos e doidos contra o bloco dos hipócritas.
Escrevinhador
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