Por Altamiro Borges
Os dois principais jornais paulistas soltaram rojões neste sábado. “Serra decide concorrer à Prefeitura de São Paulo”, anunciou a Folha na sua manchete. “Serra discute candidatura com Alckmin e pode ir às prévias”, estampou na capa o Estadão. Os jornalões andavam preocupados com o vai-e-vem de Serra, as prévias tucanas e os riscos de Kassab mudar de lado. Agora, eles parecem mais aliviados.
Segundo a Folha, a decisão do eterno candidato de disputar novas eleições “foi comunicada ao governador Geraldo Alckmin após meses de indefinição no maior partido de oposição do país... Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) se reuniram ontem (24) à noite com o ex-governador em sua casa para discutir os detalhes do lançamento de sua candidatura”.
Os pré-candidatos “flanelinhas”
Já o Estadão destaca que Serra pode, inclusive, “disputar” a prévia do PSDB, que seria adiada por alguns dias – ela estava marcada para 4 de março e a cédula já tinha sido impressa com o nome dos quatro pré-candidatos. O objetivo da encenação é “legitimar a candidatura” e evitar novas cisões internas. “A idéia é tentar avançar no consenso em torno do nome de Serra”, confessa o jornal.
Não é para menos que até alguns tucanos mais irreverentes já batizaram os quatro pré-candidatos de “flanelinhas”, que apenas guardam lugar para o eterno candidato. A manobra é tão evidente que “integrantes da executiva municipal foram acionados para encontrar uma saída jurídica para a entrada de Serra na prévia, cujas inscrições foram encerradas na semana passada”.
A troika Serra, Alckmin e Kassab
Ainda não se sabe qual vai ser a reação dos “flanelinhas”. Segundo o Estadão, “o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Trípoli dizem que não vão desistir... Já os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) tendem a abrir mão da corrida”. Também não se sabe qual será a reação da militância tucana, que nos últimos dias andou se rebelando.
Seja qual for o desfecho da prévia, a manobra está montada pela troika – Serra, Alckmin e Kassab. E já conta com o beneplácito da mídia. Como apontou um editorial despudorado do Estadão, o bloco neoliberal-conservador e a chamada grande imprensa encaram as eleições paulistanas como uma prévia da disputa presidencial de 2014. Eles vão jogar pesado e sujo nesta guerra.
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