segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amanda Gurgel: “É necessário transformar nossa angústia em ação”



Em entrevista ao Portal, a professora e militante do PSTU, Amanda Gurgel, que calou deputados no Rio Grande do Norte em discurso durante audiência pública, falou sobre a repercussão nacional de seu vídeo e o cenário caótico da educação no estado e no Brasil.


• Portal O vídeo em que você denuncia a situação precária da educação pública já superou as 100 mil visualizações no YouTube e chegou à lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter. Como você vê toda essa repercussão? 
Amanda Gurgel Em primeiro lugar, é importante falar sobre a minha surpresa diante de tamanha repercussão daquelas palavras que não são só minhas, mas de toda uma categoria, não só aqui no Rio Grande do Norte, mas em todo o Brasil, como se comprova nos diversos comentários postados sobre o vídeo. Também não imaginei que as pessoas que não vivem o nosso cotidiano não conhecessem à rotina de um professor e do funcionamento de uma escola pública. Então, diante de informações tão reais, acredito que a repercussão do vídeo se deve ao fato de minha fala ter sido dirigida à Secretária de Educação, Betânia Ramalho, à promotora da educação e aos deputados, figuras que ocupam postos elevados na sociedade, a quem as pessoas geralmente não costumam se reportar, tanto por não terem oportunidade quanto por se sentirem coagidas, ou por se sentirem inferiores. Enfim, talvez pela combinação desses dois fatores: tanto pela expressão de um sentimento contido, comum a todos nós, quanto pela atitude diante de deputados.

Portal O vídeo foi gravado durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Qual era a razão da audiência? Qual o objetivo daquele debate? 
Amanda Gurgel Era uma audiência pública com o tema “O cenário da educação no RN”. O objetivo era debater as questões da educação no estado, apontando alternativas para os seus problemas. A princípio, não se pretendia discutir a greve dos professores e funcionários, mas diante da nossa presença essa intenção foi rechaçada.

Portal – Como você avalia a situação da educação pública hoje no Rio Grande do Norte e no Brasil?
Amanda Gurgel Não existe uma palavra que melhor defina a educação aqui no estado e no Brasil do que caos. Um caos generalizado que começa na nossa formação e vai desde a estrutura precária das escolas, passando pelo caráter burocrático que ganharam as funções de coordenação pedagógica e direção, a superlotação das salas de aula, a demanda não suprida de professores chegando, finalmente, à remuneração do trabalhador que constitui a representação material do valor que é dado a nossa profissão. Mas, obviamente, todo esse caos não acontece por acaso. Há uma clara intenção da burguesia em manter a classe trabalhadora excluída dos processos que propiciem o desenvolvimento intelectual. Com isso, ela alcança dois objetivos: garante que os trabalhadores não atinjam altos níveis de cultura e pensamento crítico, conseguindo, no máximo, serem alfabetizados e aprenderem um ofício; dividir a classe trabalhadora, colocando-a em lados aparentemente opostos, como é o caso, muitas vezes, da relação entre professores e alunos ou as suas mães e os seus pais. É comum as pessoas acreditarem que greves prejudicam os alunos, quando é justamente o contrário: somente nas greves temos a oportunidade de abrir para a sociedade, os problemas que nós nos acostumamos a administrar no nosso cotidiano e que nos impedem de realizar o nosso trabalho. Somente nas greves podemos obter conquistas para a educação, pois, ainda que muitos já tenham sido envolvidos pelo discurso de que há outros mecanismos de luta que não a mobilização das massas, não é possível encontrar um caso em que nossos direitos tenham sido conquistados de outra forma. Os discursos de aparente conciliação servem apenas para mascarar ainda mais o fato de que a educação nunca foi prioridade para nenhum governo. Se não fosse assim, Dilma não teria cortado R$ 3 bilhões da educação nos primeiros dias do seu governo. Então, é necessário, em cada lugar do Brasil, transformar nossa angústia em ação. Não podemos baixar as cabeças atendendo às expectativas da burguesia. Precisamos mostrar a nossa consciência de classe e a nossa capacidade de organização.

Portal – A greve da educação no Rio Grande do Norte já atingiu mais de 90% das escolas, chegando até a 100% em regiões do interior. Na sua opinião, quais são as perspectivas da paralisação?
Amanda Gurgel Já contamos pouco mais de vinte dias de greve e a governadora Rosalba Ciarlini ainda não acenou com nenhuma proposta, tampouco uma que contemplasse as nossas reivindicações. Diante disso, a categoria tem reagido da melhor forma possível: lutando. A cada assembleia, recebemos informes de adesão das cidades do interior. Certamente, Rosalba e Betânia (secretária de educação) preparam alguma retaliação, mas estão enganadas se pensam que estamos para brincadeira. Não retornaremos às escolas sem o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários, a revisão do Plano dos professores, a aplicação da tabela salarial dos servidores e o pagamento de direitos atrasados. A arrecadação do Estado aumentou consideravelmente. Segundo o Dieese, só no primeiro trimestre desse ano, foram R$ 776 milhões de ICMS, o que representa R$ 110 milhões a mais do que no mesmo período do ano anterior. Além disso, de janeiro a abril, o Estado recebeu R$ 214 milhões de FUNDEB, cerca de 54 milhões a mais do que no ano anterior. Portanto, o momento não é para choradeira. O momento é para apresentação de propostas e negociação.

Portal – Você é militante do PSTU. Como aconteceu essa aproximação com o partido?
Amanda Gurgel Fui ativista do movimento estudantil e dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do DCE da UFRN. Nessa época, tinha uma relação próxima com o PT, mas ao ingressar na categoria dos trabalhadores em educação, toda a imagem de movimento sindical que eu construíra ao longo da minha vida foi sumariamente desconstruída quando constatei a forma como a direção do PT/PCdoB dirigia a nossa entidade e utilizava a categoria como moeda de troca para benefícios próprios. Na segunda assembléia de que participei, já era oposição convicta. Mas, como havia outras oposições, aos poucos fui me localizando. Participei do congresso de fundação da Conlutas, passei a construir a oposição e algum tempo depois fiz uma reflexão e já não conseguia entender como eu podia ver que militantes tão obstinados dedicassem suas vidas à verdadeira defesa da classe trabalhadora, à defesa da classe a que pertenço, enquanto eu apenas trabalhava, trabalhava e cuidava da minha vida. Entendi que era minha obrigação dividir com eles, meus e minhas camaradas, essa tarefa. Por isso, eu entrei no PSTU.



Portal do PSTU

Miro: os três mandamentos dos blogueiros sujos e ansiosos



Nesta sexta-feira, ele participou de um encontro de blogueiros sujos – e a ansiosos – em João Pessoa.

Foi o sétimo encontro estadual para preparar o Encontro Nacional , que se realizará em Brasília, no fim de semana de 17, 18 e 19 de junho, com a presença de um futuro blogueiro, o Nunca Dantes, que disse ao PTrem das 13 que ia aparecer lá.

Em seguida, Miro foi a oitavo encontro, o de Olinda/Recife, realizado neste sábado, num Centro quase todo ocupado por um “Feirão da Caixa” – clique aqui para ler “Palocci e o ‘Feirão da Caixa’ vão eleger o Cerra em 2014”.   

Ainda haverá um em Porto Alegre e outro em Fortaleza.

É o pessoal que cabe na Kombi, segundo o insuspeito depoimento do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*), hoje ameaçado de um impeachment, por uma petição queequivale a um BO.

Em Olinda, havia 277 pessoas na plateia, na maioria estudantes.

Miro perguntou quantos tinham ido ali avisados pela internet.

Praticamente todos levantaram o braço: se mobilizaram através do Facebook, a rede social de escolha.

Miro perguntou quantos eram blogueiros: mais da metade da plateia.

Miro lembrou que, nesta campanha eleitoral de 2010, quando a presidenta da Associação Nacional dos Jornais assumiu a função de líder da Oposição, os blogs desempenharam papel relevante.

Em outubro de 2010, a audiência nos blogs brasileiros atingiu, segundo Miro, 39 milhões de páginas vistas.

(39 milhões – isso já começa a não caber numa Kombi, não é mesmo, ex-Supremo ?)

(Modestamente, o Conversa Afiada, em outubro de 2010, teve 12 milhões de páginas vistas, que, também, aparentemente, não cabem na Kombi do ex-Supremo.)

Miro mostrou como a blogosfera desmascarou a fraude do Cerra-Ali Kamel-“períto” Molina com a bolinha de papel transformada num míssil pluricontinental.

Veja o vídeo de um professor de computação gaúcho, exibido no Conversa Afiada que, mostra frame a frame como se monta uma fraude, com o aval de um “períto”.

Miro lembrou também que, em 48 horas, a blogosfera levou a Globo a tirar do ar uma campanha pelos “45 anos da Globo”, que coincidia (!) com a campanha do “45”, o partido do Cerra.

Miro enunciou, primeiro, os três mandamentos políticos dessa minúscula blogosfera suja e ansiosa:

1) Lutar pela democratização da comunicação, contra a ditadura da mídia;


2) Lutar pela liberdade de expressão, que não é a liberdade de imprensa do PiG (**);


3) Lutar pela democracia e a justiça social.


Esses, segundo Miro, são os três mandamentos, digamos, doutrinários.

Há outros três mandamentos: “o que fazer, já !”:

1) Lutar por um marco regulatório, ou como diz aqui este ansioso – assim definido pelo Ministro Paulo Bernardo – blog, lutar por uma Ley de Medios, como a da presidenta Cristina Kirchner;


2) Lutar por uma banda larga universal , barata, não discriminatória, em regime público. Como um direito do cidadão, como o direito à água e à luz elétrica.


3) Fortalecer os blogs, criar os mecanismos para que floresçam como mil flores.


Este ansioso blogueiro também falou.

Leu para a plateia dois capítulos do indispensável livro do professor Venício Artur de Lima “Regulação das Comunicações – História, Poder e direitos”, da editora Paulus.

O que mostra como Roberto Marinho nomeou Mailson da Nóbrega Ministro da Fazenda do Governo Sarney.

E como o filho de Roberto Marinho redigiu a Carta aos Brasileiros do Tony Palocci, em 2002.

A narração dramatizada deste ansioso blogueiro provocou umas boas gargalhadas na plateia – modestamente. 

Especialmente na hora em que Palocci, suplicante, pede ao filho do Roberto Marinho:

“E qual você acha deve ser o compromisso do novo Governo ?”

Viva o Brasil !

Este ansioso blogueiro referiu-se à nova etapa da batalha pela liberdade de expressão no Brasil: a batalha na Justiça.

Daniel Dantas e assemelhados cooptaram o PiG (**) ou dele fazem parte, geneticamente.

Agora, Daniel Dantas e assemelhados  – como o tucano que governa o Paraná e tenta calar o Esmael – tentam calar a blogosfera na Justiça e criar uma jurisprudência que cale a blogosfera, de vez.

Este ansioso blogueiro defendeu, a partir de manifestação da deputada Jandira Feghali, num encontro de blogueiros, no Rio, a montagem de um fundo para defender blogueiros na Justiça, como o que defende os Procuradores da República.

Não fosse o fundo, estariam todos os procuradores na cadeia, conduzidos pelo Paulo Maluf e o passador de bola apanhado no ato de passar bola. 

Este ansioso blogueiro, obviamente, não pretende se beneficiar disso. 

Porque, como sabe o passador de bola, ele não será calado pelo bolso. 

Clique aqui para ir à aba “Não me calarão”.

Clique aqui para ler sobe “as 37 ações que movem contra PHA: diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és”.

Mais tarde, num almoço na Oficina do Sabor, em Olinda (ninguém é de ferro), este ansioso blogueiro sugeriu ao Miro que, logo após a instalação do Encontro Nacional, fossem suspensos os trabalhos e todos se dirigissem à porta do Ministério das Comunicações para um minuto de silêncio.

Com um lenço a tampar a boca.

COMUNICADO DA FRENTE NACIONAL DE LIBERTAÇÃO DOS BLOGS SUJOS!

Comunicado da Frente Nacional de Libertação dos Blogs Sujos.

sábado, 21 de maio de 2011

Cantanhêde atiça a “massa cheirosa”

Por Altamiro Borges


Eliane Cantanhêde, uma das principais colunistas da FSP (Folha Serra Presidente), sempre teve “laços afetivos” com o alto tucanato. Durante a chamada crise do “mensalão do PT”, em 2005/2006, ela foi uma das vozes mais estridentes contra o presidente Lula. Já na campanha eleitoral do ano passado, ela mostrou todo o seu entusiasmo militante com a candidatura de José Serra ao estrelar um vídeo, toda faceira, no qual elogiava a “massa cheirosa” do PSDB.

Confirmada a vitória de Dilma Rousseff, a “calunista” da Folha parecia que havia abandonado seu ativismo tucano. Até andou elogiando a presidenta, tentando colocar uma cunha entre ela, agora uma “estadista”, e o ex-presidente Lula, “o populista”. Mas a trégua durou pouco. Com o episódio envolvendo o ministro Antonio Palocci, que exige rigorosa apuração sobre o seu acelerado enriquecimento, Cantanhêde voltou à carga com o seu oposicionismo.

“Fim da lua de mel”

O alvo dos seus ataques não é nem Palocci, que continua sendo um homem de confiança do “deus-mercado” e dos barões da mídia. O alvo, sem meias palavras, é a própria presidenta Dilma Rousseff. Na sua coluna de ontem (18), ela não esconde sua paixão oposicionista. Já no título, ela é taxativa: “Fim da lua de mel”. Para ela, acabou-se a trégua – que tinha objetivos marotos - e é hora da oposição demotucana intensificar as críticas ao novo governo. 

“Apesar de haver, sim, boa vontade com o início do governo e reconhecimento à discrição e à seriedade da nova presidente, ninguém pode ignorar que o aumento vertiginoso do patrimônio de Antonio Palocci é de deixar qualquer um tonto, principalmente a própria Dilma, já que ele é, nada mais nada menos, chefe da Casa Civil e o ministro mais importante do governo”, afirma Cantanhêde. Para ela, o episódio atinge todo o governo e não apenas o ministro!

Nova líder da oposição

Diante do escândalo, Cantanhêde só lamenta que os “dois principais nomes nacionais tucanos ficam, ora, ora, em cima do muro. José Serra, candidato derrotado por Dilma em 2010, minimizou o boom imobiliário de Palocci, meio na linha ‘deixem o homem trabalhar’. Aécio Neves, provável candidato contra Dilma (ou Lula) em 2014, pede ‘serenidade" em tom ostensivamente governista e diz que não entra em processos de ‘desestabilização do governo’… Cá pra nós, com uma oposição como essa, para que Dilma precisa de uma base aliada tão robusta?”

Deste jeito, Cantanhêde deixará de escrever suas colunas diárias na Folha e vai virar líder da oposição demotucana. Seu discurso inflamado visa exatamente animar e atiçar a “massa cheirosa” do PSDB e também do DEM e do PPS – partidos que andam meio caidinhos, com desfiliações massivas e violentas brigas internas.

Lula: esquerda governa com 'mais competência' do que direita na América Latina

No segundo dia do 17º encontro do Foro de São Paulo, nesta quinta-feira (19/5) em Manágua, o ex-presidente do Brasil e membro fundando do Foro, Luiz Inácio Lula da Silva, convidou as forças de esquerda latino-americanas a seguir fortalecendo as alianças políticas, promovendo ao mesmo tempo processos unitários e integracionistas. 

Em um auditório atento, Lula lembrou que em 1990, quando o Foro foi criado, a esquerda latino-americana estava profundamente dividida. “Ainda não havíamos aprendido uma lição básica que permitiria à esquerda chegar ao poder: é preciso unir as diferenças para derrotar os antagônicos”. 

Segundo ele, o processo emprendido para superar a desconfiança e construir uma relação democrática entre as forças de esquerda culminou em uma modificação do panorama político do continente. “Precisamos valorizar as conquistas alcançadas nestes 20 anos, porque nosso continente passou por um verdadeiro furacão de democracia”, assinalou Lula. 

O ex-presidente brasileiro aproveitou a ocasião para apresentar exemplos de resultados alcançados em seus oito anos de governo (2002-2010). “Nos disseram repetidas vezes que primeiro é preciso fazer a economia crescer e só depois distribuir a riqueza. Nós demonstramos o contrário: é preciso distribuir a riqueza para que a economia cresça”, afirmou.

Entre as principais conquistas de seu governo, disse Lula, estão o aumento de 62% do salário mínimo, a geração de 15,3 milhões de empregos formais e a desapropriação de 47 milhões de hectares de terra. Segundo ele, o financiamento agrícola foi duplicado e 45 milhões de trabalhadores tiveram acesso ao sistema bancário, enquanto 28 milhões saíram da pobreza. “O que custa menos a um governo é gastar dinheiro com os pobres, e mostramos isso ao garantir um salário mínimo a 52 milhões de pessoas, o que fez a economia avançar”, analisou Lula.

Ao final de sua intervenção, o ex-presidente disse estar disposto a participar de todas as futuras reuniões do Foro e fez um chamado aos povos do continente para que fortaleçam os  partidos políticos, como instrumento privilegiado para governar e assim resolver os problemas que por séculos vêm afetando os povos latino-americanos.

“Devemos refletir profundamente sobre o fortalecimiento dos partidos políticos, refletir sobre como construir alianças, ganhar eleições”. Segundo Lula, a esquerda na América Latina já demonstrou saber governar “com mais competência do que a direita ao longo de todo o século XX”. Ele disse estar convencido de que agora o processo de integração deve avançar, “porque é a única oportunidade para resolver os problemas que por séculos afetaram os mais pobres”. 



Libia 

Em seu discurso, o presidente da Nicarágua e anfitrião do evento, Daniel Ortega, disse ter se reunido com o ex-presidente Lula para trocar impressões sobre a intervenção militar na Líbia. “Dados da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] indicam que houve 5,8 mil bombardeios sobre o povo líbio. É um crime que não pode ficar impune”. 



Ortega convidou os membros do Foro a unir esforços para pedir um cessar-fogo e o início de um processo de negociação. “A partir deste Foro devemos pedir ao Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] para que se reúna e aprove um cessar-fogo, e que sejam os líbios os responsáveis por decidir seu futuro”, concluiu Ortega. 


Opera Mundi

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PiG lamenta oposição “meia-bomba”


O Partido da Imprensa Golpista (PiG) decidiu tomar o lugar das legendas de oposição ao governo Dilma Rousseff. Os principais jornais criticaram nesta semana os dirigentes maiores do PSDB – Aécio Neves e José Serra — porque eles não estariam cumprindo seu papel de algozes de Antonio Palocci, diante da denúncia envolvendo a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil.
Se os partidos de oposição nada fazem para desestruturar o governo, a velha mídia faz. Portanto, resolveu sair a campo.
Não é a primeira vez que o PiG despiu-se do mando da conveniente imparcialidade. Nas eleições de 2010, diante da fraqueza de José Serra no enfrentamento da candidata de Lula, o Partido da Imprensa Golpista posicionou-se raivosa e preconceituosamente contra Dilma.
O episódio Palocci sinaliza que a trégua do PiG com o governo Dilma acabou (se é que ela existiu algum dia). O fato é pedagógico porque havia um sem-número de militantes governistas que acreditavam no refresco dado pela velha mídia à nova gestão. Os grupos econômico-midiáticos apostavam numa ruptura entre a presidenta e o ex-presidente visando fragmentar a esquerda.
A aliança inquebrantável entre Lula e Dilma levou o PiG ao ataque nesta semana, substituindo as principais lideranças dos partidos de oposição.
Serra e Aécio, como bons tucanos, decidiram ficar em cima do muro. Preferem acumular gordura para o embate mais adiante, em 2014, quando pretendem disputar com Dilma. Eles mostraram que têm tempo político diferente do das empresas de comunicação, embora operem juntos na maioria das vezes em interesses comuns.
Surra na Câmara
O PMDB foi peça-chave na derrubada do pedido de sessão para discutir a convocação do ministro Antonio Palocci. Nesta quarta, apenas 72 parlamentares votaram a favor e 266 votaram contra.
Rindo por dentro
Boa parte do PT não se envolveu no imbróglio do ministro-chefe da Casa Civil. Não defende, nem ataca. Ri por dentro e assiste de camarote ao bombardeio midiático-oposicionista. Trata-se de ajuste de contas no partido por vias heterodoxas.
Só no tapetão
Sem votos no Congresso para instalar CPI, a oposição tentará atingir o “coração” do governo Dilma – leia-se Palocci – apelando a medidas administrativas e judiciais.
Conspiração ianque
ONGs capitaneadas pela SOS Florestas Paraná (?) lançaram nesta quarta um movimento para brecar a votação do Código Florestal e substituir o relator da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB). O comunista já avisou que “daqui não saio, daqui ninguém me tira” porque seriam entidades a serviço de uma conspiração ianque.
Vai ou não vai?
O governo tentava um acordo com a oposição para votar o Código Florestal na noite desta quarta.
Marcha da Maconha‏ 1
O juiz Davi Capelatto concedeu habeas-corpus preventivo para 17 pessoas que pretendem participar da Marcha da Maconha, no próximo sábado (28), em São Paulo. O magistrado citou o ex-presidente FHC como defensor público da maconha, sem nunca ter sofrido processo.
Marcha da Maconha 2
Por outro lado, o deputado delegado Francisquini (PSDB-PR) protocolou no Ministério Público Federal representação contra o Google por hospedar o site http://marchadamaconha.org. Por que o parlamentar tucano não faz uma representação contra FHC?
A política como ela é:
A previsão de Requião
Na semana passada, o senador Roberto Requião (PMDB) recebeu em Brasília uma comitiva de prefeitos paranaenses que participavam da Marcha dos Prefeitos. Lá pelas tantas, um “atrevido” perguntou-lhe à queima-roupa:
- Requião, como está o Pessuti?
Sem titubear e para o espanto dos presentes, o senador foi lacônico:
- O Pessuti morre até o final deste ano.
Na mesa, os prefeitos revezaram-se entre gargalhadas e espanto com a sinistra previsão do senador.
O ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) era vice de Requião. Os dois estão rompidos há um ano, depois de militarem juntos quase três décadas.
Por Esmael Morais no Coluna do Esmael

Celso Amorim critica europeus e defende emergente à frente do FMI




Diante da possível substituição de Dominique Strauss-Kahn na chefia do Fundo Monetário Internacional, países emergentes ofereceriam os melhores candidatos, afirma o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Em conversa com a Deutsche Welle, Celso Amorim defende que o FMI deveria ser chefiado por líderes de países emergentes. O diplomata, ex-ministro brasileiro das Relações Exteriores, é categórico ao afirmar que a instituição precisa de ideias novas, mentalidade nova e, "por que não, de um brasileiro" no seu comando.

Amorim ressalta que as soluções tradicionais europeias não funcionam mais, e critica a posição de Angela Merkel, que defende um europeu no cargo. Para o diplomata, além de estar atento às questões de crescimento e finanças, o novo diretor-gerente do FMI terá que olhar para as questões sociais, que foram responsáveis, entre outras, pelas recentes explosões no mundo árabe.

Leia mais no site Deutsche Welle

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Em Moscou, Putin dá apoio ao Brasil para integrar Conselho de Segurança da ONU

 Foto: VPR/Divulgação

O vice-presidente da República, Michel Temer, assinou nesta terça-feira (17/5), em Moscou, declaração conjunta de cooperação no âmbito do grupo de Coordenação de Alto Nível com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin. O texto salienta o apoio russo ao ingresso brasileiro no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, abre campo para investimentos no setor energético, implanta sistema de intercâmbio de ensino para bolsistas em pesquisa científica nos dois países e garante maior cooperação na área agrícola, fortalecendo a aliança estratégica entre os dois países.
O Brasil retribuiu ao governo russo com apoio incisivo ao pleito daquele país para o ingresso na Organização Mundial do Comércio até 2011, com ampla negociação entre os parceiros internacionais que já integram o organismo de controle das relações comerciais. A maior ampliação das relações entre Brasil e Rússia pode ser traduzida na meta estabelecida de alcançar o volume de US$ 10 bilhões no comércio bilateral. Em 2010, Brasil e Rússia negociaram cerca de US$ 6 bilhões.
“As transformações no Conselho de Segurança devem ter como objetivo ampliar sua representatividade e reforçar sua eficácia. A parte russa considera o Brasil como um participante relevante e influente das relações internacionais e reafirma seu apoio a candidatura do Brasil como um merecedor e forte candidato a um assento permanente em um Conselho de Segurança da Nações Unidas ampliado”, diz o documento, revelando mais avanços na posição russa em relação à reivindicação do Brasil.
Leia aqui a íntegra do documento firmado entre Michel Temer e Vladimir Putin.
Na área científica, foi acertada a cooperação em educação, com a concessão de bolsas de ensino para estudantes e pesquisadores em áreas estratégicas, como nanotecnologia, matemática, física entre outros. Ficou acertado no Memorando de Entendimento um cronograma de 60 dias para colocar em pratica o acordo. Também ficou definido apoio mútuo para a criação do Centro de Inovações Skolkovo, na Rússia, e do Parque Tecnológico Cidade Digital, em Brasilia. No mesmo sentido, a área espacial foi abordada com a cooperação estabelecida para o aperfeiçoamento do veiculo lançador de satélite do Brasil.
A tecnologia russa em redes de transmissão de energia foi tema de entendimento entre a Eletrobras e a Inter Rao EES. A Rússia tem tecnologia mais avançada neste setor, que é necessário aos investimentos energéticos brasileiros. Outros aportes podem ser feitos por empresas russas na área de prospecção e refino de petróleo.

domingo, 15 de maio de 2011

O que fazer com Serra?


O que está acontecendo hoje confirma o que Serra calculava (e temia). Perdeu a eleição, ficou sem mandato, viu seu desafeto Geraldo Alckmin vencer e está a caminho acelerado da aposentadoria

Triste sina a de José Serra. Nem bem terminou uma eleição em que foi protagonista, ninguém (nem ele) sabe o que será de sua vida.

Pelo que vemos na imprensa, anda à procura de plateias e interlocutores. Topa se encontrar com quem quer que seja, para tratar de qualquer coisa. Se houver alguém que queira conversar, está à disposição.

O problema (para ele) é que não parecem ser muitos os interessados. Salvo um ou outro amigo, um ou outro jornalista fiel, anda sumido e tem que se esforçar para ser lembrado. Fala-se dele, mas não com ele.

Há um ano, era um ator fundamental do jogo político nacional. Depois de um longo percurso, tornara-se o candidato de seu partido à sucessão de Lula. Havia quem o visse como futuro presidente da República, alguns por pura torcida, outros por não entenderem o que as pesquisas diziam.

Ele mesmo, pessoa racional que sempre foi, sabia que suas chances eram pequenas. Tinha consciência de que Dilma era franca favorita e que só se ela errasse teria possibilidades apreciáveis de vencer. Não chegava ao ponto de achar que a derrota era inevitável. Mas não se iludia a respeito das dificuldades.

Via sua candidatura como uma espécie de destino do qual não conseguiria escapar nem se tentasse. Na verdade, sempre a buscara e não seria na hora em que a tinha em mãos que a recusaria. Ele tinha que ser, pelas pressões de seus companheiros e correligionários, e queria ser candidato.

Apesar disso, assumir a candidatura, consciente de que o mais provável era perder, não foi fácil. Deu sinais tão nítidos de hesitação que a grande imprensa paulista, aliada de primeira hora, chegou a publicar editoriais em que avisava que romperia com ele se não fosse em frente. Teve que ir.

O que o assombrava era a perspectiva de algo que está acontecendo hoje. Se não vencesse, o risco era que sua carreira política terminasse dali a alguns meses. No cenário que ele admitia ser mais provável, em que Dilma seria presidente e ele não teria mandato, estaria aposentado e seria para breve. Com idade para trabalhar por ainda muito tempo e no auge de sua capacidade como homem público, teria que pendurar as chuteiras.

A tentação era grande de ceder aos apelos da família, ficar em São Paulo, disputar (como favorito) a reeleição e permanecer na ativa.

Dilema semelhante a esse nunca houve no PT. Lula perdeu três eleições e continuou candidato, sem questionamento relevante (é verdade que Eduardo Suplicy tentou, mas, como ninguém o leva a sério, acabou não dando em nada). E Lula não ficou sem ter o que fazer depois das derrotas. O partido logo criou uma agenda para mantê-lo politicamente vivo, como seu candidato natural para a eleição seguinte.

No PSDB, isso não existe. Quem perde cede a vez, a menos que ninguém queira. E Serra sabia que havia quem a quisesse: Aécio, que se movimentara para ser candidato naquela (mesmo consciente de que suas chances eram escassas), já estava em campo.

O que está acontecendo hoje confirma o que Serra calculava (e temia). Perdeu a eleição, ficou sem mandato, viu seu desafeto Geraldo Alckmin vencer e está a caminho acelerado da aposentadoria.

Seria diferente se tivesse feito uma boa campanha, sem apelações e em nível elevado? Se não tivesse cometido tantos erros? Se tivesse se poupado de vexames como as bolinhas de papel, as procissões, as baixas acusações?

É impossível dizer com segurança, mas o certo é que teria preservado maior credibilidade. Se não tivesse, por exemplo, prometido ficções como um valor irreal para o salário mínimo, o 13º do Bolsa Família, aumentar em 30% o número de professores na rede pública, entre outras maluquices, suas opiniões sobre a política econômica do governo Dilma seriam mais ouvidas.

O fato é que não tem como evitar ser o que se tornou. Como dizem seus companheiros de partido, um problema para a renovação das oposições. - 

De Marcos Coimbra do blog Os Amigos do Presidente Lula 

sábado, 14 de maio de 2011

"Ei, Kassab, vai tomar metrô!"



Gente diferenciada em SP: protesto bem humorado fecha rua em Higienópolis

Gente diferenciada em SP: protesto bem humorado fecha rua em Higienópolis
Churrasco em frente ao Shopping Higienópolis reuniu centenas de pessoas (Foto: Vander Fornazieri)

São Paulo – Manifestantes apostaram no bom humor para criticar o preconceito e defender transporte público de qualidade na capital paulista. O "churrascão da gente diferenciada" parou ruas e avenidas em Higienópolis, em frente ao shopping centerhomônimo na tarde deste sábado (14). Segundo a Polícia Militar, 600 pessoas compareceram ao protesto carregado de ironias, cujo alvo é a pressão de moradores do bairro, na região central de São Paulo, contra a instalação de uma estação de metrô da futura Linha 6-Laranja.
No início desta semana, a mídia repercutiu a informação de que a Companhia do Metropolitano (Metrô) teria desistido de instalar o equipamento público no bairro nobre. O motivo seria a articulação dos moradores. A reação nas redes sociais da internet foi grande, o que motivou questionamentos por parte do Ministério Público Estadual e uma declaração do governo estadual paulista de que a decisão definitiva ainda não havia sido tomada.
Em 2010, reportagem do jornal Folha de S.Paulorevelou a movimentação de associações de moradores para barrar a instalação da estação – embora a linha ainda esteja em fase de projeto, sem obras iniciadas nem previsão de entrega. Para dizer que a chegada do Metrô descaracterizaria o bairro, uma moradora disse que o Metrô traria "uma gente diferenciada" à região, associando o transporte público a usuários de drogas e criminosos.A modalidade e o nome do protesto, iniciado às 15h deste sábado, surgiu no Facebook. A opção pelo churrasco com samba e "mulatas bezuntadas de óleo" foi uma forma de ironizar as declarações preconceituosas de opositores da estação.
Após a convocação, o churrasco chegou a ser cancelado por Danilo Saraiva, criador do evento na rede social. Alertado pela PM e pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ele alegou temer pela segurança e pelo trânsito na região, propondo um abaixo-assinado. Outros ativistas decidiram levar o ato adiante.
Parte dos manifestantes são pessoas mobilizadas pela internet – 50 mil manifestaram apoio à causa, embora o número inclua usuários de outras cidades. Há ainda ativistas ligados à defesa do uso da bicicleta como alternativa de transporte e integrantes do Movimento do Passe Livre (MPL).
Os membros do MPL simbolicamente usaram uma catraca revestida de papel como churrasqueira para assar queijo coalho e protestar contra o descaso com o transportes público em São Paulo. No início do ano, em função do aumento da tarifa de ônibus municipal, o movimento realizou uma série de protestos por revisão da tarifa.
Maurício Ribeiro Lopes, o promotor responsável por pedir investigação sobre os motivos da mudança de planos por parte do Metrô, comparaceu ao protesto. Após a polêmica, o Ministério Público Estadual decidiu apurar as razões técnicas para a decisão e se houve pressão de moradores.

Solidariedade

O protesto ganhou solidariedade até de consumidores do shopping center. Lilian Koouyomdjian, ex-moradora de Higienópolis, não hesitou em criticar os habitantes do bairro. "Os moradores de Higienópolis são muito conservadores e nunca aceitaram muito bem as mudanças do bairro", opina

Ela conta ter vivido desde criança na região, mas optou por deixar a capital paulista. "Saí de São Paulo porque não dá mais para andar aqui. Precisa ter sim o metrô no bairro, e mais: tem de cavar a cidade inteira, não dá mais para andar de carro."
Após a concentração na avenida Higienópolis, os ativistas caminharam em direção à avenida Angélica, até parar o trânsito da via. Ao chegar ao local, o policiamento foi intensificado. Nesse momento, também cresceu a adesão à manifestação, e falava-se em quase mil pessoas participantes.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ao azul eterno da esperança de Rosário


Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Júnior
Memorialista cartaxoarrudajr@gmail.com – Editor do blog da Dilma em Fortaleza Ceará.
Há muito acompanho com entusiasmo vibrante a trajetória política da gaúcha Maria do Rosário, Ministra dos Diretos Humanos do Brasil, que veio ao Ceará na manhã do dia 06 de maio dar posse na instalação da Coordenadoria de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Estado do Ceará ao seu primeiro gestor, o advogado Marcelo Uchôa. Que começa bem com a sábia escolha do governo Cid Gomes. A posse foi no Palácio da Abolição, sede do governo do Estado.
Não conhecia a ministra pessoalmente o que aconteceu à tarde na sede do Poder Legislativo, quando apertei a sua mão e vi seus olhos e ao ouvi-la lembrei-me instantaneamente da primeira vez que ouvi Don Hélder Câmara no Seminário da Prainha, no começo dos anos de chumbo, e foi justamente falando a poesia sobre “os olhos de esperança de Maria a mãe de Jesus Cristo…”. Acontece que os olhos de Maria do Rosário são azuis e os olhos que Dom Hélder via em Maria eram verdes, eu acho, mas bem que poderiam ser azuis como os da Secretária de Direitos Humanos da Presidente Dilma, impregnando a esperança de eternidade na busca da verdade. E os olhos e as palavras de Maria do Rosário têm a plena serenidade da certeza de que vai fazer justiça à memória de Rubens Paiva (disse ela na abertura da exposição itinerante patrocinada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica), por meio do Projeto: Direito à Memória e à Verdade, Eixo 6 do III Plano Nacional de Direitos Humanos, denominada: Não tens epitáfio / pois és Bandeira /Rubens Paiva Desaparecido desde 1971 do dia 06 a 16 de Maio de Fotografias e histórico do deputado paulista sequestrado pela ditadura no hall de exposição da entrada da Assembleia Legislativa do Ceará, onde Maria do Rosário apresentou o evento e falou ter conhecido e ouvido suas duas netas, perguntando pelo avô desaparecido. Que até podem dizer essa é a vingança: a busca da memória e do corpo do avô Deputado Ruben Paiva. “ A maior vingança é viver bem” dizia Millôr Fernandes sobre como enfrentar a ditadura. E não há nada para o viver bem, como os netos perguntando pelo avô. Mas frisou Maria do Rosário que: “a Secretária de Direitos Humanos e a presidente Dilma iriam fazer sim à justiça. Pois ela é que é de direito. E não a vingança”.
Quando Maria do Rosário falou sobre Cesare Battisti, na exposição sobre Rubens Paiva na Assembleia Legislativa, numa tribuna colocada
pelo deputado do PSB Roberto Cláudio, presidente da Casa do Povo do Ceará, na abertura da exposição, feita pela Assembleia a pedido do
gabinete da deputada socialista Eliane Novais.
A Presidência do Poder Legislativo permitiu ao Grupo Crítica Radical comandado pelas três mosqueteiras do Ceará: Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonseca, Célia Zanetti que são bem mais de quatro a desfraldar uma faixa: O CASO BATISTI/ uma mancha vergonhosa e inapagável cobre o Brasil. Todos de negro, em sinal de protesto, logo depois da ministra da Secretaria de Direitos Humanos ir formalmente à
presidência voltou ao hall da exposição e antes de ir a audiência, parabenizou a eficiência do cerimonial de Teresa Borges e diante da
faixa sobre Cesare Batisti disse: “O Supremo tem que cumprir a vontade e determinação expressa e firmada pelo presidente Lula e
solta-lo”. Mas, pelo que senti, só faltou ela dizer que o Estado estava sequestrando a liberdade de Cesare Batisti, proferida pelo
presidente da república em pleno exercício de mandato e com pleno direito de libertá-lo. São coisas que um ministro de estado não pode
dizer nesse tom e ela não disse, mas é assim que sei e gosto de entender. Parecia que agia diante do Supremo com a mesma indignação
que assisti na TV ela enfrentando o escroque do Bolsonaro.
Dirigiu-se a audiência publica solicitada pelo gabinete da deputada Eliane Novais a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Ceará onde estava o presidente do Poder Deputado Roberto Claudio que abriu a solenidade desfraldando um verdadeiro rosário de merecidos elogios a valorosa ministra dos Direitos Humanos da nossa republica, presidindo a mesa da audiência pública de Políticas dos Direitos Humanos no Brasil no Auditório I Manoel de Castro que encontrava-se super lotado. O discurso de Maria do Rosário é abrangente onde me pareceu que seus lindos olhos azuis não via com bons olhos o que pretendem fazer nos verdes do Belo Monte, foi o que deixou no ar suas palavras durante a audiência publica, num bom e claro tom. O que mais me impressionou na ministra Maria do Rosário foi a franqueza de sua transparência para com tudo e a perplexidade com que traduzi a sua indignação na busca da verdade, e a calma dessa
convicção, na certeza desse fazer. “Algumas pessoas insistem em dizer que os direitos humanos só servem para bandidos. É preciso romper com esse conceito e com essa errônea afirmação. Os direitos humanos são de todos os cidadãos ”.
E as denuncias que fez quando disse que de fato no Brasil nascem mais meninos que meninas e que se há mais mulheres que homens e que os homens morrem mais e a grande maioria na adolescência e negros e frutos da violência. Maria do Rosário é bem diferente da maioria desses políticos que só falam água com açúcar e sabão ela é concreta, sintética, forte consistente. Se tem uma coisa certa que entendi sobre Maria do Rosário é que: ela não é vazia.
Durante a audiência a ministra Maria do Rosário pediu licença com elegância e diplomacia para quebrar o protocolo (pois segundo ela: a Secretaria de Direitos Humanos do Brasil não gosta de deixar ninguém de fora) e convidar para compor a mesa a ex-deputada e ex-prefeita de Fortaleza, dirigente do Grupo Critica Radical Maria Luiza Fontenele e o ex-deputado e ex-ministro de Direitos Humanos do presidente Lula o prefeiturável Mario Mamede a quem saudou com entusiasmo, recebendo aplausos.
Logo em seguida ela sim de fato quebrou o protocolo quando pediu que se erguessem as faixas dos manifestantes dentro do auditório. Isso sim é que é incomum num ministro de Estado. Mais tarde a Maria Luiza me confessou:“ Tai, dessa daí. Eu gostei”. Quando ouvi isso, me confirmou o que eu pensava: essa Ministra dos Direitos Humanos da presidenta Dilma é realmente uma revolucionaria.
Maria do Rosário falou com propriedade e conhecimento de causa, parabenizou a atuação de vanguarda dos cearenses na luta dos direitos
humanos no Brasil. E até lembrou a pioneira e vitoriosa luta pela abolição da escravatura no Ceará citando Redenção e Fortaleza servindo
de exemplo ao país. Levou os documentos entregues pelos que ergueram a faixa que denunciava a tortura na juventude da cidade de Iguatu, do Cedeca Centro de Defesa da Criança e do Adolescente… Ela prometeu, analisar, estudar, tomar providencias… mas garantiu que tudo só se concretizaria com a continuação da nossa luta.
É a pura verdade. Por isso mais uma vez como já fiz através de diversos artigos, ensaios em jornais, revistas e blogs quero aproveitar a oportunidade para solicitar da Secretária de Direitos Humanos da Presidencia da Republica: tome providencias para que sejam retirados das praças, avenidas, ruas, rodovias, prédios públicos, logradouros, vilas e travessas, monumentos, cidades e quaisquer referencia geográfica com o nome dos ditadores da chamada revolução gloriosa e Redentora de 31 de março de 1964. Que não passa na verdade de um golpe dado no 1 de abril o dia da mentira.
Como o nome de Hitler não existe mais na Alemanha e na Europa, o de Mussolini não existe na Itália, o de Franco não existe na Espanha e
o de Salazar não existe em Portugal. Assim como faz todos os países da America do Sul que estão se redemocratizando. Para a democracia se consolidar e os Direitos Humanos serem plenos os nomes dos ditadores devem ser banidos de nossa geografia física político urbana.