terça-feira, 24 de abril de 2012

Aécio: Coragem ... de blefar


O textículo aeciano da semana tem como título “Coragem” (FSP, 23/04). É mais um exercício de sociometria de buteco. Aécio pega números de aparelhos celulares (250 milhões!) vendidos no Brasil para fazer apologia das privatizações de FHC.

Na análise rasa, o número divulgado seria um grande indicador que daria conta de duas discussões ideológicas: a primeira demonstraria algum tipo de mobilidade social ascendente, em face do acesso “universal” à telefonia celular (nesse caso representada pela posse de aparelhos - sic); a segunda, seria a demonstração da superioridade da lógica privatizante.

A vida, como ela é, exige mais. O “fenômeno” da venda de mais aparelhos celulares do que a população residente não decorre da exultação com a tecnologia e a sua disponibilidade, mas de falhas e problemas do próprio “modelo”. Seja porque as pessoas adquirem mais de um aparelho para tentar equilibrar as contas altas, usando as “promoções” das operadoras; seja pela oferta delirante desses mesmos aparelhos, que se tornaram commodities, em supostas vantagens oferecidas pelas mesmas operadoras. O número de reclamações nos procons contra operadoras e fabricantes dessas commodities coloca problemas para a sociometria rasa de Aécio. As filas enfrentadas pelos consumidores, na tentativa de reparar equipamentos, que o digam. Isso sem falar nas reclamações de péssimo atendimento e a enrolação nos serviços de gerundismo telefônico ao qual recorremos, para sanar as panes, cobranças a mais e pedir explicações sobre coberturas precárias.

O custo desse serviço para o consumidor é o mais caro do mundo e a qualidade é mediana.

Mas, a rigor, não é disso que trata o artigo de Aécio Neves. Os 250 milhões de aparelhos celulares entram na prosa, apenas para que ele percorra sua via crucis.

Ele tem de saciar a fome de seu partido, que lhe cobra estatura de líder da oposição. Outra “fome” que o senador eleito por Minas Gerais tem de saciar é a da mídia que tenta ocupar o lugar do PSDB, DEM e PPS, enquanto esses partidos resolvem seus dramas de obsolescência. Ai dele quando busca a discrição própria de quem tem telhado de vidro. Os jornalões o caçam impiedosamente.

E sua tragédia se completa, quando faz a apologia de algo que está sob forte questionamento no mundo, que foi o processo de privatizações ocorrido principalmente na década de 1990. Para não pegarmos exemplos da Grécia, Espanha, Irlanda, Inglaterra etc., ficaremos com os trens urbanos no Rio de Janeiro. Privatizados há dez anos, não receberam os investimentos previstos das empresas concessionárias e agora transbordam em graves e estruturais problemas. O mesmo ocorre com várias rodovias concedidas, no “modelo” tucano: sem os aportes privados alardeados só resta aos poderes públicos ou injetar recursos para melhorar suas condições ou pressionar para a “revenda” da concessão a outras empresas. A Light (RJ) é outro exemplo do qual, passada euforia inicial de sua privatização, os prejuízos aos cofres públicos e o péssimo serviço prestado são os indicadores de que algo vai mal no paraíso do neoliberalismo.

O caminho de Aécio é duro. É péssimo exemplo quando se trata de responsabilidade fiscal, de gestão pública (Minas Gerais está quebrada) e de conduta pessoal de alguém que almeja ser presidente da República. Ele foi “poder” no Brasil, por 16 anos. Foi governador por quase oito. Tudo que falar será objeto de contestação factual, com fortes provas empíricas.

Por isso, a única coragem que ele reúne é a de blefar. Enquanto a cachoeira de fracassos de seu neoliberalismo no mundo e no Brasil não se secar, só lhe resta isso: reunir “coragens” para assinar bobagens.

Deputado Rogério Correia ganha direito de resposta contra Jornal Estado de Minas


O Deputado Rogério Correia ganhou direito de resposta, em relação às matérias ofensivas à pessoa, à vida social e à sua atividade política, que foram impressas pelo jornal Estado de Minas, sobre a chamada Lista de Furnas. O Acórdão (decisão) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi publicado nesta segunda-feira, 23/04/2012, e implica multa diária, caso o citado veículo de imprensa deixe de publicar nos mesmos dias da semana e nas mesmas páginas em que foram divulgadas as matérias ofensivas, a resposta apresentada por Correia.

O jornal Estado de Minas, sob pretexto de repercutir fato jornalístico já superado, na celeuma acerca da autenticidade da “Lista de Furnas” requentou como verdadeiras as versões de que a mesma teria sido montada, sob encomenda do deputado petista. Recusando-se a garantir a versão, fartamente documentada, sobre a autenticidade da “Lista”, o jornal não só imputou a Correia a cumplicidade na fabricação da mesma, como lhe dirigiu palavras ofensivas e insinuações caluniosas.

Eis alguns registros na sentença prolatada pelo TJMG:

Destaca expressões dos textos publicados que, ao seu juízo, contém “injusta imputação de crimes ao agravante, bem como injuriando o e difamando” (f. 11-TJ), que ora passo a transcrever: “desrespeito e desfaçatez”; “ridícula demonstração de desfaçatez na Assembléia”; “desrespeitando aquela Casa e a inteligência do povo mineiro”; “encenação”; “deformada noção de compromisso com a ética e com o interesse público”; “prática de denúncia irresponsável”; “método de ação eleitoral próprio dos despreparados para vida parlamentar e o exercício do poder político”; “despudor de articular sórdida montagem”; “farsa petista”; “montagem de fraude”; “Rogério Correia (PT), patrono da iniciativa”; “O deputado (…) tentou mais uma vez enganar de boa-fé de seus colegas” (f. 06 e 09-TJ).

O recurso à Justiça seria plenamente dispensável se o jornal em foco adotasse o simples direito ao contráditório. No entanto, pelas expressões acima vê-se que o Estado de Minas nada se preocupou com princípios da imparcialidade e do equilíbrio, que deveriam presidir a atividade jornalística.

Lembre-se que a Lista de Furnas foi considerada autêntica pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal. E que foi referenciada positivamente no próprio TJMG, em sentença específica. E mais: que o Minstério Público Federal, no Rio de Janeiro, a tomou como ponto de partida para um inquérito que corre em segredo de justiça. Agora, mais uma sentença judicial reconhece a autenticidade da mesma. Até quando e por qual motivo permanecerá a tentativa de desqualificação dela?

A decisão do TJMG aponta para outras repercussões. Matérias de natureza idêntica, veiculadas pela revista “Veja”, contra Rogério Correia, ainda serão objetivo de apreciação judicial. Espera-se que tambem aí seja feita justiça. A condenação de veículos de imprensa que se julgam no direito de imputar a quem quer que seja, acusações gravíssimas, que lhe causem transtornos políticos, pessoais e profissionais é a afirmação da necessidade de que a atividade de imprensa seja menos partidarizada e mais responsável.

O deputado Rogério Correia, além do pleito de direito de resposta, ainda reivindica indenização pecuniária por danos morais, tanto ao jornal Estado de Minas, quanto à revista “Veja”.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Todos somos argentinos


O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul, têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner, depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil, procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.

Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade - não um fim em si mesma.

As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.


Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Européia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, “comprar” empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A idéia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.

O paroxismo dessa paranóia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina,determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heróico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro iberoamericano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato - o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.

Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo – como é o caso da Argentina – e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente – e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.

O Brasil pode e deve, ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.

Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina, pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos – assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro – a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo – como ocorreu na guerra civil.

Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados iberoamericanos, humilhando e ofendendo brasileiros e latino-americanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latinoamericanos, sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.

Que se queixem agora aos patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata . Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados - a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha - não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.

E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: ¿entonces, por qué no hacen pan?


Mauro Santayana

domingo, 22 de abril de 2012

Dilma bate novo recorde de popularidade com aprovação de 64% dos brasileiros

R7.com


O governo de Dilma Roussef atingiu novo recorde de popularidade, com aprovação de 64% dos brasileiros, que disseram considerar a atual gestão “ótima” ou “boa”, revela pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (22) pelo jornal Folha de S.Paulo.

Esta é a maior taxa de popularidade de Dilma desde sua posse, em 1º de janeiro de 2011. Em janeiro deste ano, o Datafolha apontou aprovação de 59% dos entrevistados. No mês de junho do ano passado,

Ainda de acordo com o levantamento, a gestão de Dilma é regular para 29% dos entrevistados, quatro pontos percentuais abaixo da marca de janeiro (33%). Ruim ou péssimo foi a resposta de 5% dos brasileiros consultados, contra 6%% em janeiro.

A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 19 de abril com 2.588 pessoas em 161 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Questionados sobre quem deveria ser o candidato do PT nas próximas eleições, em 2014, 57% dos entrevistados escolheram Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma é a favorita de 32%. Para 6%, nenhum dos dois deveria concorrer. Outros 5% não souberam responder a pergunta.

Segundo o Datafolha, no entanto, Dilma está tecnicamente empatada com seu antecessor, levando em conta grupos considerados formadores de opinião e a margem de erro. Entre eleitores com renda acima de dez salários mínimos, Dilma tem preferência de 48% contra 45% de Lula.

CNI/Ibope

Pesquisa CNI/Ibope publicada em abril deste ano apontou que a aprovação da presidente Dilma Rousseff chegou a 77%. No levantamento anterior, feito em dezembro, o número era de 72%. Esta foi a melhor marca obtida pela presidente em 12 meses.

No levantamento, apenas 19% desaprovavam Dilma. No fim do ano passado, a taxa de rejeição era de 21%.

O desempenho de Dilma superou ainda os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (57%) e Luiz Inácio Lula da Silva (60%) no segundo ano de seus primeiros mandatos.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

PT enquadrou demotucanos a assinarem a CPI do Cachoeira

São uns cínicos, uns ridículos.Essa cambada de cafajestes tem que contar com a ajuda do PiG para sair bem na fita.




Até os 44 minutos do segundo tempo os demotucanos fizeram um jogo triplo:

Em frente às câmaras falavam ser a favor da CPI.

Nos bastidores, procuravam gente da base governista mais "enrolada", e tentavam melar a CPI, como se estivessem advertindo: "olha, essa CPI não é boa pra ninguém, vai respingar em você... é melhor abortar. Depois que começar, ninguém sabe como termina, e nem quem vai sair vivo politicamente."

Ao mesmo tempo contavam com a fiel escudeira, a velha imprensa demotucana, em outra ofensiva para intimidar com "reporcagens" que requentavam factóides, ameaçavam com denuncismos como se fosse uma prévia de CPI do fim do mundo, e para espalhar boatos, como se o Palácio do Planalto se opusesse à CPI, como se o PT se opusesse, para dar um álibi para o PMDB, PR, PP, etc, se encorajar a seguir a oposição no boicote à CPI.

Não adiantou nada.

De tarde o PT anunciou que já havia reunido 28 assinaturas no Senado, o que garante a instalação da CPI.

Pega "com as calças na mão" com essa notícia, a oposição resolveu demarcar território, e chamou a fiel escudeira, a imprensa demotucana, para tirar uma foto noticiada assim no Estadão:
"... um ato simbólico para marcar o início do recolhimento de assinaturas para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. A oposição está preocupada com manobras governistas para atrasar instalação da CPI"
Além dos sorrisos forçados e sem-graça, esse ato falho no texto do Estadão, estragou a foto e o cambalacho:

O INÍCIO do recolhimento de assinaturas só começou depois que o PT já havia garantido as 28 necessárias.

Aliás, alguém podia me ajudar a decifrar se o senador Álvaro Dias está rindo ou está chorando?

Os Amigos do Presidente Lula.

Juan Carlos, os elefantes e a Repsol

Por Altamiro Borges

A decisão do governo argentino de reestatizar a petrolífera YPF continua gerando reações hidrófobas da Espanha, amplificadas pela mídia colonizada. Até o rei Juan Carlos resolveu meter o seu bedelho, interferindo em defesa da vampiresca multinacional Repsol – que saqueava o petróleo do país vizinho. Mas que moral tem este senhor. Para ele serve a sua célebre frase: por que não te calas?

O monarca espanhol vive sua pior fase. Na semana passada, ele sofreu um acidente durante uma caçada a elefantes em Botsuana e foi hospitalizado. Segundo a própria revista Veja, sempre tão serviçal, “o escândalo protagonizado pelo rei Juan Carlos I provocou um debate de proporções inéditas na Espanha sobre a regulamentação da monarquia”.

Fanfarão preside a WWF

Enquanto o país afunda numa grave crise econômica, com milhões de desempregados e desamparados, o rei gasta fortunas dos cofres públicos em caçadas e festanças - no safári em Botsuana teriam sido mais de US$ 100 mil. Nesta semana, a ideias antimonarquistas inundaram as redes sociais questionando a cara manutenção da realeza. “A pressão sobre o monarca é grande”, garante a revista Veja.

A pressão também inclui os ambientalistas. Afinal, Juan Carlos preside a organização não governamental WWF (Fundo Mundial da Natureza) na Espanha. Uma foto estampada no jornal El País, com o rei posando ao lado de um elefante abatido a tiros, deflagrou um movimento internacional pela sua imediata destituição do cargo. Cerca de 60 sócios se rebelaram contra a falta de coerência da WWF.

Corrupção e estadias assassinas

A atriz Brigitte Bardot, conhecida por sua luta em defesa dos animais e contra o uso de peles na produção de casacos, emitiu uma nota detonando o monarca falastrão. “Não lhe desejo pronto restabelecimento se isso o levar a continuar com suas estadias assassinas na África”. Ambientalistas também protestaram diante do Hospital San José, em Madri, onde o rei sofreu uma cirurgia na bacia.

Para arranhar ainda mais a sua imagem, ontem (17) a mídia espanhola divulgou três e-mails que indicam que o rei teve participação direta nas negociatas do seu genro, Iñaki Urdangarín, um corrupto compulsivo, indiciado num processo sobre desvio de dinheiro público. As mensagens são demolidoras. Será que Juan Carlos, o bravateiro, também mantém alguma relação promíscua com a Repsol?

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Serra será candidato. A mídia vibra!

Por Altamiro Borges

Os dois principais jornais paulistas soltaram rojões neste sábado. “Serra decide concorrer à Prefeitura de São Paulo”, anunciou a Folha na sua manchete. “Serra discute candidatura com Alckmin e pode ir às prévias”, estampou na capa o Estadão. Os jornalões andavam preocupados com o vai-e-vem de Serra, as prévias tucanas e os riscos de Kassab mudar de lado. Agora, eles parecem mais aliviados.

Segundo a Folha, a decisão do eterno candidato de disputar novas eleições “foi comunicada ao governador Geraldo Alckmin após meses de indefinição no maior partido de oposição do país... Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) se reuniram ontem (24) à noite com o ex-governador em sua casa para discutir os detalhes do lançamento de sua candidatura”.

Os pré-candidatos “flanelinhas”

Já o Estadão destaca que Serra pode, inclusive, “disputar” a prévia do PSDB, que seria adiada por alguns dias – ela estava marcada para 4 de março e a cédula já tinha sido impressa com o nome dos quatro pré-candidatos. O objetivo da encenação é “legitimar a candidatura” e evitar novas cisões internas. “A idéia é tentar avançar no consenso em torno do nome de Serra”, confessa o jornal.

Não é para menos que até alguns tucanos mais irreverentes já batizaram os quatro pré-candidatos de “flanelinhas”, que apenas guardam lugar para o eterno candidato. A manobra é tão evidente que “integrantes da executiva municipal foram acionados para encontrar uma saída jurídica para a entrada de Serra na prévia, cujas inscrições foram encerradas na semana passada”.

A troika Serra, Alckmin e Kassab

Ainda não se sabe qual vai ser a reação dos “flanelinhas”. Segundo o Estadão, “o secretário José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Trípoli dizem que não vão desistir... Já os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) tendem a abrir mão da corrida”. Também não se sabe qual será a reação da militância tucana, que nos últimos dias andou se rebelando.

Seja qual for o desfecho da prévia, a manobra está montada pela troika – Serra, Alckmin e Kassab. E já conta com o beneplácito da mídia. Como apontou um editorial despudorado do Estadão, o bloco neoliberal-conservador e a chamada grande imprensa encaram as eleições paulistanas como uma prévia da disputa presidencial de 2014. Eles vão jogar pesado e sujo nesta guerra.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Racista é a PQP, não PHA!


 Leandro Fortes
Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil. Fazemos isso com as poderosas armas que nos couberam, a internet, a blogosfera, as redes sociais. Foi por meio de pessoas como PHA, lá no início desse processo de abertura da internet, que o brasileiro descobriu que poderia, finalmente, quebrar o monopólio da informação mantido, por décadas a fio, pelos poderosos grupos de comunicação que ainda tanto fazem políticos e autoridades do governo se urinar nas calças. PHA consolidou o termo PIG (Partido da Imprensa Golpista) e muitos outros com humor, inteligência e sarcasmo, características cada vez mais raras entre os jornalistas brasileiros. Tem sido ele que, diuturnamente, denuncia essa farsa que é a democracia racial no Brasil, farsa burlesca exposta em obras como o livro “Não somos racistas”, do jornalista Ali Kamel, da TV Globo.

Por isso, classificar Paulo Henrique Amorim de racista vai além de qualquer piada de mau gosto. É, por assim dizer, a inversão absoluta de valores e opiniões que tem como base a interpretação rasa de um acordo judicial, e não uma condenação. Como se fosse possível condenar PHA por racismo a partir de outra acusação, esta, feita por ele, e coberta de fel: a de que Heraldo Pereira, repórter da TV Globo, é um “negro de alma branca”.

O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória – e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será. Quem finge não saber disso, finge também que não há racismo no Brasil.

Recentemente, fui chamado de racista por um idiota do PCdoB, partido do qual sou, eventualmente, eleitor, e onde tenho muitos amigos. Meu crime foi lembrar ao mundo que o vereador Netinho de Paula, pagodeiro recentemente convertido ao marxismo, havia espancado a esposa, em tempos recentes. E que havia dado um soco na cara do repórter Vesgo, do Pânico na TV. Assim como PHA agora, fui vítima de uma tentativa primária de psicologia reversa cujo objetivo era o de anular a questão essencial da discussão: a de que Netinho de Paula era um espancador, não um negro, informação esta que sequer citei no meu texto, por absolutamente irrelevante. Da mesma forma, Paulo Henrique Amorim se referiu a Heraldo Pereira como negro não para desmerecer-lhe a cor e a raça, mas para opinar sobre aquilo que lhe pareceu um defeito: o de que o repórter da TV Globo tinha “a alma branca”, ou seja, vivia alheio às necessidades e lutas dos demais negros do país, como se da elite branca fosse.

Não concordo com a expressão usada por PHA. Mas não posso deixar de me posicionar nesse momento em que um jornalista militante contra o racismo é acusado, levianamente, de ser racista, apenas porque se viu na obrigação de fazer um acordo judicial ruim. Não houve crime, sequer insinuação, de racismo nessa pendenga. Porque se pode falar muita coisa sobre Paulo Henrique Amorim, menos, definitivamente, que ele é racista. Qualquer outra interpretação é falsa ou movida por ma fé e vingança pessoal de quem passou a ser obrigado, desde o surgimento do blog “Conversa Afiada”, a conviver com a crítica e os textos adoravelmente sacanas desse grande jornalista brasileiro.

Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo

Paulo Henrique Amorim não foi condenado pelo crime de racismo ou dano moral como pleiteado por Heraldo Pereira de Carvalho no montante de R$ 300.000,00. Na ação promovida por Heraldo Pereira de Carvalho, as partes em audiência designada para 15 de fevereiro de 2012, conciliaram perante o Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 12ª Vara Cível da Circunscrição Especial de Brasília – DF, Daniel Felipe Machado, constando da sentença que homologou o acordo que o jornalista Paulo Henrique Amorim não ofendeu a moral do autor da ação ou atingiu a sua honra com conotação racista, fatos esses reconhecidos por Heraldo Pereira de Carvalho, tanto assim que concordou e assinou o termo de audiência. Em razão da conciliação levada a efeito, Paulo Henrique Amorim fará doação a instituição de caridade correspondente a 10% do montante pedido pelo jornalista Heraldo Pereira de Carvalho.


Conversa Afiada 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Globo a gente se liga em você! Será ?

A Rede Globo foi expulsa pelos manifestantes em Copacabana, que seguiram os jornalistas até que eles entrassem no carro da empresa e fossem embora.
Não é a primeira vez que isso acontece, protestos contra as manipulações da Rede Globo são frequentes.  


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Demotucanos de Minas Gerais intimidam o Deputado Rogério Correia,saiba o motivo:

Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político.










Os tucanos querem descaracterizar a denúncia que os envolve e intimidar quem lhe faz oposição

Bancada do PT contesta tucanos e solidariza-se com deputado do PT-MG

A Bancada do PT na Câmara, por intermédio do líder Jilmar Tatto (PT-SP), divulgou hoje (7) uma nota de solidariedade ao deputado estadual pelo PT de Minas Gerais,

Rogério Correia, contestando os ataques que o parlamentar vem sofrendo do PSDB e do DEM.

A bancada manifesta “integral solidariedade” a Correia e qualifica as agressões como caluniosas e injuriosas por parte de lideranças nacionais dos dois partidos oposicionistas.

“Líder reconhecido do “Movimento Minas sem Censura”, constituído pelo bloco de parlamentares que fazem oposição ao governo tucano no estado de Minas Gerais, e líder de movimentos sindicais e sociais atuantes, Rogério sofre perseguição pelos seus méritos e engajamento político”, diz a nota assinada por Jilmar Tatto.

Denúncias - Segundo o líder, os ataques a Rogério Correia são “caluniosos, destituídos de qualquer prova” e são feitos pela oposição com o objetivo de desviar o foco das graves denúncias que envolvem lideranças políticas tucanas com um sistema de desvio de recursos públicos, objeto de investigação e processos na Justiça Federal.

A Justiça, com base em investigações da Polícia Federal, apura uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, beneficiados com doação de caixa 2 da ordem de R$ 40 milhões na eleição de 2002. A lista traz nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).

Na nota da Bancada do PT, Jilmar Tatto afirma que “ consistente e destemida em Minas Gerais. Querem continuar se fingindo de democratas, quando na realidade não admitem o contraditório. É por isto que a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados se manifesta com indignação e solidariedade ao deputado estadual Rogério Correia”.

Os tucanos querem atribuir a Rogério Correia a autoria de um documento que comprovou um esquema de desvio de recursos de Furnas Centrais Elétricas para financiar campanhas políticas à época do governo Fernando Henrique Cardoso. Os tucanos, com apoio de setores da mídia, querem deslegitimar o documento, mas o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal já o periciou, dando –o como verdadeiro, inclusive as assinaturas, sem sinais de falsificação. Foi este documento que gerou o processo na Justiça Federal e o deu como verdadeiro.



PT na Câmara 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A esquerda diante da greve de PMs na Bahia: o que fazer?


Diário Liberdade - [Hemerson Ferreira] Greve de bombeiros e policiais recentes tem gerado um debate dentro das esquerdas. Certamente a repressão que chefes de Estado tem-lhes feito, e o apoio da imprensa à repressão, ajuda a ver de que lado devemos ficar. O breve texto trata disso...

Há um debate dentro da esquerda brasileira, iniciado quando da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro em 2011 e reiniciado agora, com a atual greve dos PMs da Bahia: devemos apoiá-los ou não?

Os defensores da omissão ou da oposição à greve lembram, com muita razão, que a PM é o braço armado do Estado, a serviço dos governantes, das elites sociais, da exploração dos trabalhadores. Enfim, eles são também opressores do povo. Um aumento salarial (ou qualquer outro recurso destinado a eles) apenas ampliaria seu poder repressivo. Uma histórica repressão covarde e assassina cometida, dentre outros, pela PM recentemente, e os atuais e cotidianos crimes contra os Direitos Humanos, sobretudo contra pobres, reforça o argumento deste grupo.

Por outro lado, existem aqueles que enxergam uma divisão social (classista) dentro das PMs : além de seus setores mais elitizados (o alto oficialato), comprometido com os donos do poder e da riquezas e, por isso, melhores remunerados, a PM é composta em sua maioria por oficiais de baixa patente, praças, enfim, homens e mulheres altamente explorados, diariamente humilhados, sobrecarregados, muito mal-pagos e internamente oprimidos, pertencendo também à classe trabalhadora (assalariados), vindos do povo (compondo-o), de onde são recrutados e (mal) treinados pelo Estado para fazerem o que fazem...

Na greve dos bombeiros do Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) agiu com uma truculência digna de um regime ditatorial: mandou policiais, colegas de farda dos bombeiros, reprimi-los a qualquer custo. Porém, para sua surpresa, os PMs cariocas se negaram e inclusive aderiram aos grevistas. Assim, Cabral acionou o BOPE, sua tropa de elite (ou melhor, DA elite) acostumada a deixar corpos de favelanos no chão em suas ações, que reprimiu violentamente a todos, ferindo alguns a cassetetes, tiros e prendendo 400 deles.

O governador carioca, então, foi à TV e passou a utilizar da velha cantilena demonizadora de greve que todos já conhecemos: chamou essa brava gente - que na sua maioria são pessoas honestas, pais e mães de família - de criminosos, baderneiros e até de covardes. Só que o tiro saiu pela culatra, pois bombeiros são muito bem quistos pela população. Sua greve ganhou mais apoio popular, cresceu e desmoralizou um governador que teve que retroceder.

A PM baiana é uma das mais mal-pagas do Brasil. É majoritariamente formada por soldados quase todos pretos, dando porrada na nuca de malandros pretos, de ladrões mulatos e outros quase brancos tratados como pretos (como canta Caetano Veloso em "Haiti"). Já protagonizaram greves duríssimas, muitas delas reprimidas violentamente pelo Exército.

O governador baiano Jaques Wagner, do PT, vem utilizando os mesmíssimos argumentos difamadores de greve e grevistas de sempre. Convocou o Ministro da Justiça, seu 'companheiro' de partido, que prontamente enviou o Exército, a Polícia Federal, e sua guarda pretoriana, expedindo onze mandados de prisão aos líderes grevistas, que serão enviados a presídios federais destinados aos bandidos de alta periculosidade.

É o PT mostrando mais uma vez o que se tornou desde sua metamorfose. E pensar: o que seria do governador baiano, do atual Ministro da (In)Justiça, da presidente e de seu partido sem as greves? Eles devem toda a sua história às elas! O que seria, sem as greves, do próprio senhor Luís Inácio Lula da Silva, que chegou a ser preso na ditadura por fazê-las?

Se vivêssemos no século XIX, certamente os políticos, o ministro de Estado e seus sabujos açoitariam e enforcariam alguns líderes grevistas para servirem de exemplo aos demais oprimidos, como na gloriosa Inconfidência Baiana, em 1798. Se fosse na ditadura, alguns grevistas simplesmente desapareceriam ou seriam suicidados, como o martirizado sargente Manuel Raimundo Soares. Mas vivemos em anos ditos democráticos, em que governos do chamado Partido dos Trabalhadores continua a reprimir grevistas violentamente, tratando-os como criminosos, como sempre fizeram as classes dominantes em nosso país...

Não importa se um juiz baiano simpático ao governador (a solidariedade deles aos poderosos é automática e impressionante!) decretou a greve como ilegal. Greve é um direito universal, inalienável, conquistado nas lutas dos trabalhadores - e que consta inclusive nos artigos dos Direitos Humanos. É e sempre foi o meio mais legítimo, justo e eficaz que os trabalhadores arranjaram para nos defender e se defender de nossos exploradores, sejam eles patrões privados ou chefes de Estado. Greve não é mais crime (foi assim tratada até bem recentemente em vários países, e continua sendo em naqueles em descompasso com os Direitos Humanos!) e resulta da mistura da necessidade com a consciência crítica historicamente nascida nos que vivem do suor do trabalho e com miserável salário.

Oxalá chegará o dia no qual uma greve qualquer de trabalhadores (fardados ou não) iniciada em qualquer parte do país (ou do planeta) desencadeie muitas outras paralisações, protestos e demais greves em solidariedade. Eis um motivo para apoiarmos sem vacilo a luta dos PMs na Bahia!

Hemerson Ferreira é Policial Militar no Rio Grande do Sul, historiador e professor.