quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Líder do PT no Senado pede CPI da Privataria. Tucano reage


O líder do PT, Humberto Costa (PE), defendeu nesta quarta-feira (14/12) que o Ministério Público, a Polícia Federal e Receita Federal reabram as investigações sobre o processo de privatização das teles ocorrido no governo FHC. A declaração foi dada aos jornalistas logo após discurso no plenário do Senado, quando o parlamentar chamou a atenção para a importância do livro “A privataria tucana”, que traz documentos oficiais reforçando as suspeitas de fraudes contra o patrimônio público ocorridas no processo das privatizações no setor de telecomunicações.

O senador pernambucano destacou a contundência do material publicado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, que traz 112 páginas de documentos oficiais obtidos legalmente durante a investigação.

“Os documentos são contundentes e mostram como essas pessoas conseguiram lavar bilhões de dólares em operações engenhosas e interná-los novamente no Brasil, em negócios de aparência legal. Os documentos são claros e não deixam sombras de dúvidas quanto à participação de dirigentes tucanos e familiares do ex-governador José Serra em negócios escusos, com dinheiro sujo desviado da venda das estatais de telefonia nos anos 90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso”.

Segundo Humberto Costa, os documentos falam por si só ao tornar público esquema de lavagem de dinheiro com a participação de líderes do PSDB e pessoas próximas do ex-governador José Serra que “conseguiram mandar para fora do país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas”, disse. “O livro vale a leitura e, imagino, será objeto de algumas providências legais a serem tomadas por procuradores da República. Até porque muitos dos crimes descritos no livro não prescreveram”, disse.

Para ele, o PSDB precisa entrar no debate em benefício da sociedade. “Quero dizer que aguardo a oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana” com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação mais eficaz contra a lavagem de dinheiro”, afirmou.

Diante do sucesso de vendas – as duas edições esgotaram e há uma lista de encomendas nas livrarias brasileiras -, Humberto Costa prevê que nos próximos dias jornais e revistas devem dedicar algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque, lembrou o parlamentar, as primeiras denúncias sobre os bastidores das privatizações surgiram em reportagens da revista Veja e da Folha de S.Paulo.

Coisa inusitada

Logo depois de Humberto Costa, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) subiu à tribuna para contestar o discurso do líder do PT, afirmando que o PSDB está fazendo avaliação sobre quais providências serão tomadas pela legenda. Nunes disse que a publicação será objeto de escrutínio cuidadoso. E que aqueles que difundiram calúnia contra o ex-governador José Serra irão “pagar um preço alto por isso”.

Sem dar explicações sobre as denúncias envolvendo as privatizações das teles, Aloysio Nunes – então chefe da Casa Civil na gestão FHC – aproveitou para acusar o PT de espionagem dizendo estranhar que o PT, “useiro e vezeiro em espionar a vida dos outros por meios ilegais”, não tenha conseguido, em nove anos de poder, investigar eventuais irregularidades na venda das empresas.

Em resposta ao senador tucano, Humberto Costa disse que “quem lê o livro vai descobrir que quem gosta e faz dossiês não é o PT e nem os grupos de esquerda”, acrescentando que “são vários os casos em que o jogo bruto da política foi usado por integrantes do PSDB até mesmo contra gente do próprio partido”, o que ele classificou como uma “coisa inusitada”, em referência à informação publicada no livro de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria sido investigado a mando do seu colega de partido, o ex-governador José Serra.

Ao falar que não fez qualquer prejulgamento, o líder petista voltou a cobrar que o próprio PSDB deveria pedir a apuração das denúncias feitas no livro. “É interessante como a oposição se posiciona nesta Casa. São os grandes arautos da moralidade, as vestais da honestidade, que tudo querem investigar. Sai uma nota num jornal, querem convocar o ministro para vir ao Congresso Nacional, pedem a abertura de uma CPI, vão para o Ministério Público. Agora, diante de um livro de 300 páginas, que tem 141 documentos sobre as coisas que estão aqui denunciadas, uma única palavra para se pedir apuração eu não ouço, eu não ouço por parte da oposição”.

Segundo ele, a nenhum parlamentar ou cidadão sério causa alegria qualquer tipo de denúncia que envolva dinheiro público. “Na verdade, se o PSDB entrar, deveria entrar na Justiça para processar o jornalista, para que ele possa ter inclusive a oportunidade de dizer se isso aqui é verdade ou não. Eu desejo sucesso ao PSDB em provar que o que está aqui, aliás, quem tem que provar é o jornalista, em garantir que não seja provado o que está aqui colocado”, disse ele ao lado do senador Aécio Neves.

“[O senador Aloysio] devia ficar também um pouco mais tranquilo porque eu estou aqui só pedindo que se apure, se apure, se apure”, completou.

Quem não tem argumento, fala bobagens


Leitura de Aécio "A Privataria Tucana"


As relações perigosas da imprensa

O ruidoso silêncio dos jornais de circulação nacional em torno do livro A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., diz muito sobre o que tem sido, nos últimos anos, o viés político da imprensa brasileira. Mas deixa ainda mais obscuros os escaninhos da relação entre o ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito e ex-senador José Serra com a cúpula das empresas de comunicação dos principais centros do país.

Repórteres que acompanham a carreira desse político paulista se habituaram há muito tempo a aceitar como normal sua ascendência sobre as cabeças coroadas da imprensa tradicional. Nunca ocorreu a ninguém – ou se ocorreu, nunca antes qualquer profissional havia enfrentado essa tarefa – vasculhar os segredos dessa estranha relação.

O livro de Ribeiro Jr., pelo menos nos trechos já divulgados em entrevistas que circulam pela internet e reproduzidos por blogs, levanta hipóteses que podem conduzir a conclusões perigosas demais para serem tratadas com leviandade. Talvez seja essa exatamente a razão pela qual os grandes jornais ainda não se dispuseram a entrar no assunto com a dedicação que ele merece.

Silêncio da imprensa

Se é verdade metade do que já se disse sobre a investigação de Ribeiro Jr., deve haver motivos para preocupações em muitas casas de boa reputação. Mais alguns dias e os primeiros compradores terão completado a leitura das 334 páginas do livro, e então o silêncio da chamada grande imprensa será de pouca valia.

Argumentando-se que é apenas a cautela do jornalismo responsável o motivo de tamanha retração – pois seria leviano conceder o aval da imprensa ao livro e seu autor sem uma leitura cuidadosa da obra – ainda assim não se pode escapar de uma comparação com outros livros sobre políticos publicados recentemente.

Não é mistério para as pessoas afeitas ao mister do jornalismo que muitas das resenhas publicadas pela nossa imprensa são produzidas por osmose, sem que os redatores de cadernos de cultura tenham que se dar o trabalho de ler inteiramente a obra analisada. O método é descrito deliciosa e ironicamente pelo escritor Ronaldo Antonelli, ex-redator do jornalismo cultural, em seu romance O crepúsculo das letras.

Foi assim, claramente, que alguns livros sobre políticos ganharam destaque recentemente. Principalmente aqueles escritos por seus desafetos, como foram os casos daqueles que têm como personagem o ex-presidente Lula da Silva.

Se o caso é de esperar que algum bom resenhista termine sua leitura, louvado seja o silêncio da imprensa em torno do livro-bomba de Amaury Ribeiro Jr. Caso contrário, pode-se dizer que se trata do silêncio dos indecentes.

Choque de realidade

Há evidências de que o viés conservador da imprensa nacional se transforma em padecimento mental. A possibilidade de que um livro venha a desfazer a imagem pública de um aliado político parece paralisar as grandes redações.

Mesmo a hipótese de que se trate de uma grande farsa, a esta altura muito improvável, seria motivo para que o tema atiçasse a curiosidade dos editores. Se nem a possibilidade de provar que se trata de uma armação, com a consequente canonização midiática de José Serra, é capaz de mover os grandes jornais, pode-se afirmar que a imprensa precisa de um choque de realidade.

Uma imprensa ruim ainda é melhor que nenhuma imprensa, mas para merecer o respeito da sociedade é preciso algum sinal vital de jornalismo, ainda que tênue. A imobilidade das grandes redações diante de um escândalo potencial como o que representa o livro de Amaury Ribeiro Jr. alimenta de argumentos aqueles que defendem o controle externo da mídia.

A melhor defesa é o esforço pelo jornalismo de qualidade, que inclui banir a prática da lista negra de pautas indigestas.

Entrevista de Amaury Ribeiro Júnior na Record News - "A Privataria Tucana"






Líder do PT no Senado pede CPI da Privataria. Tucano reage

de Olimpio Cruz Neto, assessor da liderança do PT no Senado

O líder do PT, Humberto Costa (PE), defendeu nesta quarta-feira (14/12) que o Ministério Público, a Polícia Federal e Receita Federal reabram as investigações sobre o processo de privatização das teles ocorrido no governo FHC. A declaração foi dada aos jornalistas logo após discurso no plenário do Senado, quando o parlamentar chamou a atenção para a importância do livro “A privataria tucana”, que traz documentos oficiais reforçando as suspeitas de fraudes contra o patrimônio público ocorridas no processo das privatizações no setor de telecomunicações.

O senador pernambucano destacou a contundência do material publicado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, que traz 112 páginas de documentos oficiais obtidos legalmente durante a investigação.

“Os documentos são contundentes e mostram como essas pessoas conseguiram lavar bilhões de dólares em operações engenhosas e interná-los novamente no Brasil, em negócios de aparência legal. Os documentos são claros e não deixam sombras de dúvidas quanto à participação de dirigentes tucanos e familiares do ex-governador José Serra em negócios escusos, com dinheiro sujo desviado da venda das estatais de telefonia nos anos 90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso”.

Segundo Humberto Costa, os documentos falam por si só ao tornar público esquema de lavagem de dinheiro com a participação de líderes do PSDB e pessoas próximas do ex-governador José Serra que “conseguiram mandar para fora do país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas”, disse. “O livro vale a leitura e, imagino, será objeto de algumas providências legais a serem tomadas por procuradores da República. Até porque muitos dos crimes descritos no livro não prescreveram”, disse.

Para ele, o PSDB precisa entrar no debate em benefício da sociedade. “Quero dizer que aguardo a oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana” com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação mais eficaz contra a lavagem de dinheiro”, afirmou.

Diante do sucesso de vendas – as duas edições esgotaram e há uma lista de encomendas nas livrarias brasileiras -, Humberto Costa prevê que nos próximos dias jornais e revistas devem dedicar algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque, lembrou o parlamentar, as primeiras denúncias sobre os bastidores das privatizações surgiram em reportagens da revista Veja e da Folha de S.Paulo.

Coisa inusitada

Logo depois de Humberto Costa, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), subiu à tribuna para contestar o discurso do líder do PT, afirmando que o PSDB está fazendo avaliação sobre quais providências serão tomadas pela legenda. Nunes disse que a publicação será objeto de escrutínio cuidadoso. E que aqueles que difundiram calúnia contra o ex-governador José Serra irão “pagar um preço alto por isso”.

Sem dar explicações sobre as denúncias envolvendo as privatizações das teles, Aloysio Nunes – então chefe da Casa Civil na gestão FHC – aproveitou para acusar o PT de espionagem dizendo estranhar que o PT, “useiro e vezeiro em espionar a vida dos outros por meios ilegais”, não tenha conseguido, em nove anos de poder, investigar eventuais irregularidades na venda das empresas.

Em resposta ao senador tucano, Humberto Costa disse que “quem lê o livro vai descobrir que quem gosta e faz dossiês não é o PT e nem os grupos de esquerda”, acrescentando que “são vários os casos em que o jogo bruto da política foi usado por integrantes do PSDB até mesmo contra gente do próprio partido”, o que ele classificou como uma “coisa inusitada”, em referência à informação publicada no livro de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria sido investigado a mando do seu colega de partido, o ex-governador José Serra.

Ao falar que não fez qualquer prejulgamento, o líder petista voltou a cobrar que o próprio PSDB deveria pedir a apuração das denúncias feitas no livro. “É interessante como a oposição se posiciona nesta Casa. São os grandes arautos da moralidade, as vestais da honestidade, que tudo querem investigar. Sai uma nota num jornal, querem convocar o ministro para vir ao Congresso Nacional, pedem a abertura de uma CPI, vão para o Ministério Público. Agora, diante de um livro de 300 páginas, que tem 141 documentos sobre as coisas que estão aqui denunciadas, uma única palavra para se pedir apuração eu não ouço, eu não ouço por parte da oposição”.

Segundo ele, a nenhum parlamentar ou cidadão sério causa alegria qualquer tipo de denúncia que envolva dinheiro público. “Na verdade, se o PSDB entrar, deveria entrar na Justiça para processar o jornalista, para que ele possa ter inclusive a oportunidade de dizer se isso aqui é verdade ou não. Eu desejo sucesso ao PSDB em provar que o que está aqui, aliás, quem tem que provar é o jornalista, em garantir que não seja provado o que está aqui colocado”, disse ele ao lado do senador Aécio Neves.

“[O senador Aloysio] devia ficar também um pouco mais tranquilo porque eu estou aqui só pedindo que se apure, se apure, se apure”, completou.



Confira trecho do discurso de Humberto Costa:

Humberto Costa quer apuração sobre denúncias do livro “A Privataria Tucana”

Senhor presidente, senhoras senadoras, senhores senadores,

Caros ouvintes da Rádio Senado e telespectadores da Tevê Senado,

O Brasil tem uma oportunidade de revisitar, por esses dias, um dos mais tristes capítulos de sua história política e econômica: a entrega do patrimônio público durante o processo de privatização de empresas estatais conduzida pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Na última sexta-feira, saiu no mercado editorial nacional o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, premiado repórter investigativo, dono de trinta prêmios nacionais de jornalismo com passagens por jornais importantes como O Globo, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Estado de Minas e pela revista Isto É.

Sei que alguns dos senadores não tiveram a oportunidade ainda de lê-lo. É que o livro está esgotado. Em 48 horas, vendeu nada menos do que 30 mil exemplares. Uma nova tiragem chega às livrarias do país até o final desta semana, de acordo com informações do editor Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, que ajudou Amaury a trazer à tona os bastidores da era das privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique. O livro também já está sendo editado em formato eletrônico e pode ser comprado em alguns sites de livrarias digitais.

O livro, senhoras senadoras e senhores senadores, traz 112 páginas de documentos oficiais, a maioria inédita. São documentos obtidos de forma legal por Amaury Ribeiro Júnior em cartórios, juntas comerciais, na Justiça Federal e paulista, registros nos Estados Unidos e parte de alguns documentos inclusive da CPI do Banestado, aberta em 2002 aqui no Senado Federal.

Os documentos falam por si só. Mostram como alguns dos mais proeminentes líderes do PSDB, e pessoas próximas do ex-governador José Serra, conseguiram mandar para fora do país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas. São bilhões de dólares. Eu disse isso mesmo: bilhões de dólares. Isso foi feito de maneira a escapar do Fisco e legalizar dinheiro de origem ilegal, unicamente com o propósito de enganar as autoridades brasileiras.

A privataria tucana, o livro



Por Luciano Martins Costa

O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, intitulado A privataria tucana, publicado pela Geração Editorial na coleção “História Agora”, está produzindo um estranho fenômeno na imprensa brasileira: provoca um dos mais intensos debates nas redes sociais, mobilizando um número espantoso de jornalistas, e não parece sensibilizar a chamada grande imprensa.
O autor promete, na capa, entregar os documentos sobre o que chama de “o maior assalto ao patrimônio público brasileiro”. Anuncia ainda relatar “a fantástica viagem das fortunas tucanas até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas”. E promete revelar a história “de como o PT sabotou o PT na campanha de Dilma Rousseff”.
Ex-repórter do Globo, originalmente dedicado ao tema dos direitos humanos, Ribeiro Jr. ganhou notoriedade no ano passado ao ser acusado de violar o sigilo da comunicação de personagens da política ao investigar as fonte de um suposto esquema de espionagem que teria como alvo o então governador mineiro Aécio Neves. Trabalhava, então, no jornal Estado de Minas, que apoiava claramente as pretensões de Neves de vir a disputar a candidatura do PSDB à Presidência da República em 2010.
Os bastidores dessa história apontam para o ex-governador paulista José Serra como suposto mandante da espionagem contra Aécio Neves, seu adversário até o último momento na disputa interna para decidir quem enfrentaria Dilma Rousseff nas urnas.
“Outro ninho”
Informações que transitaram pelas redes sociais no domingo (11/12) dão conta de que Serra tentou comprar todo o estoque de A privataria tucana colocado à venda na Livraria Cultura, em São Paulo, e que teria disparado telefonemas para as redações das principais empresas de comunicação do país.
Intervindo em um grupo de conversações formado basicamente por jornalistas, o editor Luiz Fernando Emediato, sócio da Geração Editorial, afirmou que foram vendidos 15 mil exemplares em apenas um dia, no lançamento ocorrido na sexta-feira (9). Outros 15 mil exemplares estavam a caminho, impressos em plantão especial para serem entregues às livrarias na segunda, dia 12, juntamente com o lançamento da versão digital.
Aos seus amigos do PSDB, Emediato recomendou cautela e a leitura cuidadosa da obra, afirmando que o trabalho de Amaury Ribeiro Jr. não é “dossiê de aloprado, não é vingança, não é denúncia vazia, não é sensacionalismo. É jornalismo”.
O editor indicou ainda aos leitores que procurassem informações no blog do deputado Brizola Neto (PDT-RJ), no qual, segundo ele, estariam as pistas de “outro ninho offshore na rua Bernardino de Campos, no bairro do Paraíso, em São Paulo. A investigação agora chega na família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Vamos ver onde isso vai parar”, concluiu.
O Titanic da política
A julgar pelo volume e a densidade das denúncias, pode-se afirmar que, sendo verdadeira a história contada por Amaury Ribeiro Jr, trata-se do mais espetacular trabalho de investigação jornalística produzido no Brasil nas últimas décadas. Foram doze anos de apuração e depurações. A se confirmar a autenticidade dos documentos apresentados, pode-se apostar nessa como a obra de uma vida. A hipótese de completa insanidade do autor e do editor seria a única possibilidade de se tratar de uma falsificação.
Confirmado seu conteúdo, o livro representa o epitáfio na carreira política do ex-governador José Serra e um desafio para o futuro de seus aliados até agora incondicionais na chamada grande imprensa.
O editor garante que são 334 páginas de teor explosivo, escancarando o que teria sido a articulação de uma quadrilha altamente especializada em torno do processo das privatizações levadas a efeito durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Os documentos envolvem o banqueiro Daniel Dantas, a família de José Serra e alguns personagens de sua confiança.
Não apenas pelo que contém, mas também pelos movimentos iniciais que lhe deram origem, o livro representa uma fratura sem remédio na cúpula do PSDB e deve causar mudanças profundas no jogo político-partidário.
“Privataria”, a expressão tomada emprestada do termo que o colunista Elio Gaspari costuma aplicar para os chamados malfeitos nas operações de venda do patrimônio público, ganha agora um sentido muito mais claro – e chocante.
Os sites dos principais jornais do país praticamente ignoraram o assunto. Mas portais importantes como o Terra Magazine entrevistaram o autor. O tema é capa da revista Carta Capital, e não há como os jornais considerados de circulação nacional deixarem a história na gaveta. Mesmo que seus editores demonstrem eventuais falhas na apuração de Amaury Ribeiro Jr., o fenômeno da mobilização nas redes sociais exige um posicionamento das principais redações.
Se a carreira de Serra parece ter se chocado contra o iceberg do jornalismo investigativo, a imprensa precisa correr imediatamente para um bote salva-vidas. Ou vai afundar junto com ele.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Privataria": Diante do silêncio da mídia, vale até enviar livro a procurador



Com poucas exceções, a velha mídia evita comentar o lançamento do livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Para pressionar por investigações do caso, que traz documentos sugerindo o envolvimento de lideranças do PSDB com corrupção durante privatizações realizadas na década de 1990, até o envio de exemplares da obra ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, viram forma de pressionar por investigação.

O livro é produto de dez anos de trabalho do autor. Ele reúne documentos sobre a venda de estatais principalmente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para o das telecomunicações. Casos como a lavagem de dinheiro por meio do Banestado, banco público do Paraná, de 1996 a 2000, acusações contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e a versão do jornalista sobre as acusações contra ele no caso dos supostos dossiês contra lideranças tucanas na eleição de 2010 também fazem parte da obra.

Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil de 1995 a 1998 e ex-tesoureiro de campanha do PSDB, e o ex-governador paulista José Serra são dois dos principais alvos. Pelo menos são os que saem mais maculados. Ricardo Sérgio é apontado como "artesão" dos consórcios para a privatização – com suposto direito a propina por meio de escritórios nos Estados Unidos e em paraísos fiscais para lavar o dinheiro ao trazê-lo ao país. Já Serra tem sua filha, Verônica, e outros parentes elencados também como destino de dinheiro desviado, ainda segundo as conclusões do autor.

Conceição de Oliveira, do blogue MariaFrô, acompanhou a movimentação dos veículos de comunicação tradicionais na sexta-feira (9), data em que os exemplares começaram a ser vendidos em livrarias e que o conteúdo da obra foi noticiado. Enquanto a notícia se espalhava por blogues e pelas redes sociais, o título de uma nota na Folha de S.Paulo falava apenas em "polêmica".

Diante do cenário, Eduardo Guimarães, autor do Blog da Cidadania, propôs uma forma inusitada de pressão. Ele afirma ter enviado pelo Correio um exemplar do livro a Roberto Gurgel acompanhado de uma carta pedindo apuração sobre as conclusões do livro. Ele sugere que seus leitores façam o mesmo "para que os crimes dos ladrões de patrimônio público não fiquem impunes". O protesto custaria "nem R$ 50", segundo cálculos do blogueiro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A mente colonizada de Aécio Neves


Por Altamiro Borges
Em seu artigo na Folha desta semana, o senador mineiro Aécio Neves voltou a se despir, revelando todo o seu conservadorismo e a sua mentalidade colonizada. Desta vez, o provável presidenciável tucano condenou a política externa do atual governo. Bem ao estilo dos falcões belicistas dos EUA, ele exigiu uma postura mais enérgica, dura, do Brasil diante do governo “bárbaro” da Síria.

Para o papagaio do império, “envergonha o povo brasileiro o apoio explícito ou discreto que, nos últimos anos, em nosso nome, o governo federal vem oferecendo a ditadores de diferentes regiões do planeta”. Repetindo os discursos da Casa Branca e da mídia imperial, ele sataniza o governo sírio, que utilizaria “instrumentos costumeiros de uma indiscriminada política de terror”.

“Pretensa soberania nacional”
Não sua ótica colonizada, “ditadores em sua sanha pelo poder absoluto, ao cometer arbitrariedades contra cidadãos do seu país, transformam seus delitos em crimes contra a humanidade”. Suas ações não podem ser “acobertadas pelo manto protetor de uma pretensa soberania nacional”. Na prática, o tucano justifica os bombardeios da Otan e outros crimes praticados pelos EUA.

Aécio Neves até afirma que a presidenta Dilma Rousseff está se dando conta destas “atrocidades” – graças, é óbvio, a ação do presidente da Comissão Independente para a Síria, “o competente diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Estado para os Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso”. Mas ele exige mais do governo federal, do “governo do PT”.

Entreguistas e pró-imperialistas

Se dependesse dos tucanos, o Brasil teria se transformado numa colônia dos EUA, com a imposição do Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca); os soldados ianques estariam alojados na base militar de Alcântara (MA); o país teria apoiado a invasão e o genocídio dos iraquianos; o governo brasileiro teria respaldado o golpe militar em Honduras, patrocinado pelos “democratas” dos EUA; e o Itamaraty nunca protestaria contra as torturas e assassinatos na base militar dos EUA em Guantánamo.

Aécio Neves é a expressão patética desta mentalidade colonizada. Como disse Chico Buarque, no ato de apoio dos artistas a Dilma Rousseff, os tucanos gostam de falar grosso contra os fracos, e fino com o império. Eles não defendem a paz e a soberania dos povos. São favoráveis às guerras de rapina do império, às atrocidades da Otan. São entreguistas e pró-imperialistas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Lupi caiu. Quem será o próximo?

Por Altamiro Borges

No início da noite deste domingo (4), o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, entregou uma carta com seu pedido de demissão do cargo. Ele não agüentou o linchamento midiático, iniciado em 9 de novembro pela revista Veja – sempre ela no papel mais sinistro da operação “derruba-ministro”. Na curta mensagem, o presidente licenciado do PDT afirma que foi vítima da perseguição midiática (leia abaixo).

Segundo a secretaria de imprensa do Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff “aceitou” o seu pedido de demissão. Paulo Roberto dos Santos, atual secretário executivo da pasta, assume o cargo de ministro em caráter interino. O PDT deve se reunir nesta segunda-feira para tratar do traumático episódio e para definir a sua participação no governo federal.

A loteria macabra da mídia

Este é o sétimo ministro do governo Dilma Rousseff a cair em menos de um ano de mandato – um recorde na história recente do país. Pela ordem, já foram fuzilados: Antônio Palocci (Fazenda), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e, agora, Carlos Lupi (Trabalho).

Cumprida mais uma etapa da operação derruba-ministro, a mídia demotucana já faz as suas apostas na loteria macabra para saber que será a próxima vítima. Três nomes aparecem no noticiário da chamada grande imprensa.

1- O mais vulnerável é o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP. O tiroteio contra Lupi o deixou fora do alvo por alguns dias. Ele é acusado pela mídia de ter adulterado um projeto de transporte para obras da Copa de 2014. Na próxima semana, dia 8, ele será ouvido no Senado, conforme solicitação do senador tucano Álvaro Dias, uma dos mais exaltados com a onda denuncista.

2- Neste sábado (3), o jornal O Globo incluiu o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na lista macabra. Acusou o petista mineiro de tráfico de influência em licitações da prefeitura de Belo Horizonte (MG). Segundo o excitado Estadão, “a presidente Dilma já ordenou que o ministro detalhasse a sua atuação como consultor empresarial”.

3- O terceiro da lista é o mais explosivo. Líderes tucanos têm insinuado que Guido Mantega, do estratégico Ministério da Fazenda, teria interferido na operação de socorro ao Banco Panamericano. A Folha deste domingo, com seu típico terrorismo, reforça este coro da direita. Afirma que a Caixa Econômica Federal sabia dos desvios do banco de Silvio Santos antes de comprá-lo.

Faça as suas apostas

Quem será a próxima vítima? Faça as suas apostas. O ex-líder de FHC, o rancoroso Arthur Virgílio, já especula sobre a queda de Guido Mantega, o que seria um golpe duro no governo de Dilma Rousseff. Num artigo para o sítio Brasil 247, ele escreveu que “o mercado começa a temer o eventual envolvimento de algum membro proeminente da equipe econômica em escândalo”.

Na opinião do derrotado candidato ao Senado do PSDB, a queda deste “membro proeminente... seria abalo bem maior do que os muitos anotados até aqui. O binômio corrupção-inflação suga a energia do governo e prejudica a sociedade. É de se ligar o sinal amarelo”. Ele aposta tudo na via golpista. Especula contra o ministro da Fazenda, mas o seu alvo é a presidenta Dilma Rousseff.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Carlos Lupi pede demissão

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou hoje (4) nota à imprensa sobre o pedido de demissão apresentado pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, à presidenta Dilma.

Leia abaixo a íntegra da nota.


Nota à Imprensa

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, apresentou hoje, em caráter irrevogável, sua demissão à Presidenta Dilma Rousseff.

A Presidenta agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro Lupi ao longo de seu governo e tem certeza de que ele continuará dando sua contribuição ao país. A partir desta segunda-feira, responde interinamente pelo Ministério do Trabalho o secretário-executivo Paulo Roberto dos Santos Pinto.

Secretaria de Imprensa da Presidência da República

sábado, 3 de dezembro de 2011

Olhar e não olhares!


Pesquei a imagem deste post na internet e simplesmente reproduzi a reportagem que estava no Com Texto Livre para ela.
O que correu pela net, após sua divulgação, principalmente foca os olhos cobertos dos 'ditos' juízes: vergonha? Ou quem sabe: "que que estou fazendo aqui?" - que foram o foco de diversos comentários em muitos blogs.
O que gostaria de chamar a atenção não é para os 'não olhares' dos militares, mas sim para o olhar decidido desta que, após mais de 20 dias de tortura enfrentava com determinação o seu calvário.
Não se vê neles medo, senão uma firme determinação ancorada em certezas que certamente não poderia discorrer naquele momento.

É um olhar firme, corajoso, daquela que não reconhecia erros em sua luta nem medo das possíveis punições que lhe poderiam advir.

É um olhar de luta, embasada no mais íntimo do seu ser, da justeza e da necessidade de sua luta e a de muitos e muitos outros de quem hoje não mais temos contato.

É um olhar que antes de mais nada, julga seus algozes, assim como a Comissão da Verdade deverá julgar aqueles que, por trás de uma farda e de um golpe de estado, se achavam no direito de dizer o que era certo e o que era errado. O que podia e o que não se podia dizer, pensar, falar, agir!

É este olhar determinado, Presidenta Dilma, que os brasileiros começam a admirar.

Lembrso 'eterno' comandante: "Hay que endurecer pero sin perder la ternura, jamás"! (El Che)
a nos
Luiz Settineri - SAROBA

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Votação fantasma será alvo de representação na ALMG

Os deputados estaduais Rogério Correia (PT), Adelmo Carneiro Leão (PT), Sávio Souza Cruz (PMDB) e Sargento Rodrigues (PDT) protocolaram nesta sexta-feira, 02/12, na Assembleia Legislativa, um ofício destinado ao presidente da Casa, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), solicitando que seja encaminhada à Comissão de Ética representação contra os envolvidos nos fatos ocorridos no último dia 30 de novembro, quando foi flagrada a computação de votos de três deputados que não estavam presentes no Plenário no momento da votação.

Hoje, o deputado Sávio Souza Cruz também apresentou dois requerimentos na Casa, pedindo informações sobre os votos computados na noite do dia 30/11, por cada posto de votação, e a cópia da gravação dessa sessão realizada pela TV Assembleia.

Abaixo, o ofício apresentado ao presidente da ALMG:

Vimos a presença de V. Excia., como representante maior da Mesa Diretora desta Casa, solicitar que seja encaminhada à Comissão de Ética representação contra os envolvidos nos fatos ocorridos no último dia 30 de novembro, quando foi flagrada a computação de votos de três deputados que não estavam presentes no plenário no momento da votação.

A expressão “ineditismo da ocorrência”, como a utilizada em nota oficial da Mesa Diretora, só poderá ser utilizada após apuração que aponte para a comprovação de que a cessão de senha para que outro deputado vote para o ausente não ocorreu. Caso contrário, outras votações na Casa poderão ser questionadas.

Entendemos que medidas devam ser tomadas para aprimorar o processo de votação e garantir a lisura dos resultados, mas não podemos tergiversar diante de um fato tão grave, que pode, inclusive, incorrer no impedimento temporário do exercício do mandato de parlamentar que esteja envolvido com este fato. Nos preocupamos, ainda, com o impacto das matérias que foram veiculadas na imprensa que cobram providências em relação à apuração dos fatos aqui tratados.

Assim, solicitamos que a Mesa Diretora, em cumprimento ao art. 19, da Resolução nº 5.207, de 10 de dezembro de 2002, encaminhe representação à Comissão de Ética para que os fatos ocorridos sejam apurados e os envolvidos devidamente punidos.

Sem mais para o momento,

Deputado Rogério Correia (PT)

Deputado Sávio Souza Cruz (PMDB)

Deputado Sargento Rodrigues (PDT)

Deputado Adelmo Carneiro Leão (PT)

Presidenta Dilma tem reuniões bilaterais com Cristina Kirchner e Evo Morales

As presidentas do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, reúnem-se em Caracas. Ainda hoje elas participam da 3a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Em Caracas, na Venezuela, para a 3a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe (Calc), a presidenta Dilma Rousseff teve hoje (2) encontros bilaterais com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Argentina, Cristina Kirchner.

Nesta tarde, os três participam da cerimônia de abertura da 3a Calc que marca também o início da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). Com a participação de 33 países, este novo organismo internacional tem como foco a cooperação intrarregional, a concertação política e a projeção da região no cenário internacional.

Ontem, na declaração à imprensa, a presidenta Dilma defendeu a integração regional como “motor de desenvolvimento” da América Latina e do Caribe. Segundo ela, os países da região podem alcançar papel estratégico no cenário internacional. Sobre a criação da Celac, a presidenta ressaltou:

“Nossos países estão mostrando essa vocação de criar um futuro comum que une toda nossa região, sem ingerências de qualquer natureza.”



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