domingo, 30 de outubro de 2011

A voz do Brasil que nunca teve voz


Lula completou 66 anos esta semana: a metade deles emprestando a voz rouca e grave à defesa da democracia e da justiça social no seu país e no mundo. Mesmo quando lhe faltaram microfones, nas assembléias históricas da Vila Euclides, no ciclo das grandes greves do ABC paulista, anos 80, a voz rouca e grave se propagou através de outras vozes para se fazer ouvir em todos os cantos e lares mais humildes do território.
A economia e a sociedade que essa voz ajudou a construir hoje falam por ele. E torcem por ele, na certeza de que ele ainda falará por ela durante muito tempo, como líder político incontestável da grande frente progressista que deu voz a um Brasil que nunca antes teve voz nem vez na política nacional. Na campanha de 2002, num discurso emocionado, quando a vitória ainda era dúvida, Lula disse que se considerava uma obra coletiva do povo brasileiro. E que assim persistiria , fosse qual fosse o resultado da disputa. E assim se deu. Lula se transformou no intérprete mais fiel das lutas e sonhos da gente brasileira, a ponto de o seu nome ter se incorporado ao vocabulário nacional ('agora é Lula!') como uma espécie de sinônimo do orgulho, da resistência e do discernimento e uma população que nele se enxergou como fonte de poder e de direitos .
Essa força tamanha não vai silenciar. Não apenas porque Lula em breve voltará a expressá-la, mas porque em qualquer tempo, e em qualquer lugar , sempre que interesses de uma elite anti-social e demofóbica ameaçarem as conquistas acumuladas por essa gente, haverá quem cante, assovie, murmure ou mencione o refrão que enfeixa um punhado de significados, todos eles imiscíveis com a prepotência e a humilhação que encontrou nesta voz um contraponto de alteridade e hegemonia que o refrão não cansa de reafirmar: 'olê, olê, olê, olá, Lula, Lula; olê, olê, Olê, Olá...'

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os traidores da Pátria

Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA

Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA.


Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo.


Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães.


De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que teve como oponentes Arlindo Chinaglia, do PT, e Aldo Rebelo, do PCdoB. Rodrigues disse que, se Aldo perdesse, ganharia como prêmio de consolação o Ministério da Defesa (o que não ocorreu). (Com informações do Portal 247).




Nosso “midiagate” saiu na mídia!


Inacreditável. E, agora, vai ser difícil manter as coisas cobertas pelo manto de silêncio. O jornal O Dia publicou a confirmação da história de que todos sabiam – acrescentando mais detalhes – as intimidades entre jornalistas famosos e a embaixada americana no Brasil. Cita, nominalmente, o apresentador da Globo William Waack e Carlos Eduardo Lins da Silva e Fernando Rodrigues, ambos da ‘Folha de S. Paulo’.


As visitas íntimas – pois não foram públicas, nem assunto de matéria por qualquer um deles – não se destinavam a apurar assuntos internacionais ou a falar sobre as relações entre os dois países, mas as avaliações – furadas, como se sabe – da candidatura Dilma Rousseff, no ano passado.

À parte o fato de os EUA escolherem mal seus informantes e analistas, o episódio deixa evidente que estes profissionais ultrapassaram qualquer limite ético no relacionamento com um governo estrangeiro.


Têm todo o direito de serem amigos e buscarem informações com diplomatas estrangeiros, como fez dos citados, Fernando Rodrigues, da Folha, ontem, numa entrevista como o embaixador Thomas Shannon, reportagem legítima e de interesse público. Tem, mesmo, todo o direito de buscar, com eles, informações em off.


Mas não têm o papel de fazer análises privadas para a informação de outro país, escondendo isso de seus leitores e telespectadores. Imaginem se um diretor do NY Times ou um apresentador da NBC fazendo visitas discretas à embaixada brasileira para nos dar uma visão íntima dos candidatos a presidente dos EUA?


Agora, com a publicação de O Dia sobre os telegramas diplomáticos que revelam seu comportamento, vazados pelo Wikileaks, estão obrigados a dar explicações públicas.


Já não podem dizer que a informação é obra de “blogueiros sujos”.


Colher informações, para um jornalista, é sua obrigação.


Fornecer informações, éticamente, é algo que só ao leitor se faz.


Não a diplomatas estrangeiros, ainda mais nas sombras.


Isso tem outro nome, que deixo ao leitor a tarefa de lembrar qual.



O traíra da Pátria

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O acovardado governo Dilma

Queda do ministro serve de alerta




Por Altamiro Borges

O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.

A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!



Um pragmatismo covarde e suicida

Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.

Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.

Três desafios diante da ditadura midiática

Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.

Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:

1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;

2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;

3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.

Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos

O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.

Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.

Superar a choradeira e a defensiva

A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!

É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará que defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!

Wikileaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA




O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo americano, segundo post do blog Brasil que Vai - citando documentos sigilosos trazidos a público pelo site Wikileaks há pouco menos de dois meses.
De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.
- Por essa razão é que se sentiu à vontade de protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.
O post informa que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses americanos, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte- americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” - no que seria um caso de “infiltração da CIA [a agência norte-americana de inteligência] nas instituições do país”.
O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.
Wikileaks suspende operações
O site WikiLeaks anunciou nesta segunda-feira (24) a suspensão temporária da difusão de documentos confidenciais e sigilosos para concentrar-se na arrecadação de fundos que permitam garantir a futura sobrevivência.
A página criada por Julian Assange afirma em um comunicado que se vê forçada a “suspender temporariamente as operações de publicação e a arrecadar fundos agressivamente para contra-atacar”, após o bloqueio de seus recursos pelas operadoras de cartões de crédito e outras empresas.
Companhias americanas suspenderam transações com o site após a publicação de 250 mil documentos do Departamento de Estado americano, o que causaria restrições a essas empresas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A falta de democracia no estado de Minas Gerais

A censura da mídia mineira, o descaso com a educação, a perseguição a professores, truculência contra manifestações essa é a imagem do governo tucano de Minas Gerais.




"Deputado Estadual Rogério Correia do PT de MG faz intervenção na ALMG na sessão do dia 22 de setembro de 2011, onde discute os problemas por que passa Minas Gerais em especial a greve dos professores que ultrapassa os 100 dias"

domingo, 9 de outubro de 2011

“Enfrento Lula ou Dilma”. Aécio bebeu?


Por Altamiro Borges

Em entrevista ao jornal Estadão deste domingo (9), o senador tucano Aécio Neves lembrou as piadas dos bêbados que costumam ficar valentões. Questionado sobre o pleito presidencial de 2012, ele disse estar “pronto para disputar com qualquer candidato do campo do PT, seja Lula ou Dilma. Serão eleições com perfis diferentes e eu não temo nenhuma das duas”. Corajoso!!!

Na sequência, porém, ponderou que o debate sobre candidaturas dever ficar para “o amanhecer de 2013” e lembrou que o PSDB tem outros candidatos “fortes”. Citou os governadores Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR). Já sobre José Serra, o seu carrapato no ninho tucano, disse que a sua pretensa postulação “terá de ser avaliada por seu capital eleitoral”.

Senador esconde as bicadas tucanas

A entrevista de Aécio Neves é pura bravata. Ela tenta esconder o inferno astral vivido por seu partido. Nos últimos dias, o PSDB perdeu três deputados federais para o recém-criado PSD de Gilberto Kassab – outros dois devem trilhar o mesmo caminho. Em alguns estados, a sigla foi simplesmente dizimada. Na capital paulista, sete vereadores tucanos já abandonaram o ninho.

Aécio tenta disfarçar a crise interna, escondendo que penas estão voando para todos os lados. “O PSDB amadureceu o suficiente para ver que, ou vamos todos unidos de verdade, ou não teremos êxito”. Bravata! Os tucanos estão se bicando de forma sangrenta. A guerra entre Alckmin e Serra recrudesceu na fase recente, como confessou o senador serrista Aloysio Nunes em seu twitter. O escândalo da corrupção das emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo acirrou ainda mais os ânimos.

Teste do bafômetro

Em recente blitz policial, o ex-governador mineiro se recusou a fazer o teste do bafômetro. O boletim de ocorrência da Polícia do Rio Janeiro registrou que ele estaria “embriagado ou drogado”. Diante de tanta valentia – e tantas bravatas – de Aécio Neves na entrevista ao Estadão, o jornal por acaso fez um teste de bafômetro? Ou a entrevista chapa-branca só serviu mesmo como palanque eleitoral?

domingo, 2 de outubro de 2011

A herança maldita de Aécio para Minas Gerais




Foto: UPT, por ocasião de audiência pública em Unaí do  blog Unaí para Todos. 



Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) de Minas Gerais e presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), Gilson Reis, os saldos econômicos da greve ainda serão discutidos. “Os resultados da greve ainda não são mensurados, já que não se chegou a uma proposta definitiva. A luta aqui era pelo piso salarial nacional e pelo plano de carreira — e isso ainda está definido. Esperamos que o governo de Minas inicie de forma séria uma negociação”.
Durante os quase quatro meses de paralisação, a imagem do tucanato mineiro foi gravemente manchada. A greve dos professores — que recebeu a adesão de milhares de trabalhadores na capital e em todo o estado — é resultado de nove anos da política educacional do PSDB à frente do governo de Minas Gerais. “Ela expressa uma insatisfação com uma política que vem precarizando as condições de trabalho nas escolas públicas do estado. Isso deixa marcas também na imagem do senador Aécio Neves — que é o mentor do atual governador”, disse Gilson.
Ele afirmou ainda que, durante a paralisação, o governo do estado assumiu uma postura intransigente e truculenta diante dos trabalhadores. “O governo de Minas, de forma intransigente não negociou. Na verdade ele foi omisso — desconsiderando a greve e pressupondo que ela não teria fôlego. Até que a greve começou a incomodar. Ao invés de buscar a negociação, o governo começou a tentar reprimir o movimento, utilizando todos os canais da estrutura jurídica e política — Ministério Público e Assembleia Legislativa — para tentar derrotar a greve”.
O movimento ganhou destaque no noticiário nacional nos últimos dias pelo longo período de resistência dos trabalhadores — que apesar de mais de 100 dias de paralisação mantiveram a unidade —, e depois que os educadores Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo entraram em greve de fome por tempo indeterminado, no hall de entrada da Assembleia mineira. “Nos últimos dias o governo viu a greve ganhar uma grande dimensão política. O governo de Minas e o atual governador do estado Antônio Anastasia foram muito desgastados com essa greve em função da atitude de não negociar e de reprimir o movimento”, ressaltou o presidente da CTB-MG.
Ainda de acordo com Gilson, a população manteve uma posição de apoio aos professores e de luta pela educação — o que fortaleceu ainda mais o movimento. “Foi uma greve combativa e firme — que demonstrou a insatisfação profunda dos educadores do estado com a política de Aécio Neves e de Anastasia para a Educação”.

Negociações

A comissão deve iniciar as negociações nesta quinta-feira (29). Além da questão salarial e do plano de cargos e carreira, ela deverá debater os pagamentos referentes ao mês de agosto, já que participando da greve, os professores não teriam direito a receber salário.
Outra incumbência da comissão é analisar uma espécie de "anistia", já que a categoria pleiteia que o tempo de paralisação, que começou no dia 8 de junho, não seja levado em conta no momento de progressão da carreira. A reposição das aulas também será analisada. “A intenção dos trabalhadores caso o governo faça o pagamento é discutir o ano letivo”, afirmou Gilson.
No dia 8 de outubro o comando de greve vai se reunir novamente para avaliar o desenrolar das negociações com o governo estadual.



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dilma tem aprovação de 71% dos brasileiros, diz CNI/Ibope



A popularidade da presidenta Dilma Rousseff continua em alta, assim como a avaliação positiva do seu governo. É o que revela a pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta sexta-feira (30): 71% dos brasileiros avaliam como ótimo e bom o desempenho pessoal da presidente no comando do país e 51% consideram o governo Dilma ótimo e bom.

A pesquisa anterior da CNI/Ibope foi realizada em julho, e avaliou, portanto, os seis primeiros meses do governo da presidente. Na pesquisa, a atuação pessoal de Dilma foi aprovada por 67%. Já o governo teve aprovação de 48% dos brasileiros.

Na pesquisa divulgada hoje, para 34% dos entrevistados, a gestão de Dilma é regular contra 36% que opinaram em julho. Ruim ou péssimo foi a resposta de 11% dos brasileiros consultados, contra 12% em julho. Nesta pesquisa, 4% não souberam avaliar o desempenho da petista.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas em todo o Brasil entre os dias 16 e 20 de setembro. A margem de erro do é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Mariana Londres, do R7, em Brasília

R7.com 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A greve dos professores de Minas acaba mas a Luta continua

Foto:Taís Ferreira

Após 112 dias de greve e 197 horas de greve de fome (dos trabalhadores/as Marilda de Abreu Araújo e Abdon Geraldo Guimarães), chega ao fim uma greve histórica em Minas Gerais. A suspensão da greve foi possível a partir de um processo de negociação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e com o governo, por meio do Secretário de Governo, Danilo de Castro. O Governo reconheceu, finalmente, que não paga o Piso Salarial Profissional Nacional na carreira. Foi assinado o Termo de Compromisso.

Os trabalhadores em educação, em greve desde 08 de junho, retornam às atividades escolares amanhã, 29 de setembro. A categoria conseguiu: o reconhecimento do Piso Salarial na carreira da educação, e não apenas para professor; a suspensão das demissões anunciadas pela Secretaria Estadual de Educação; a suspensão da tramitação do projeto de lei 2.355; a formação de uma comissão formada por representantes do Sind-UTE/MG, do Governo e da ALMG.

“O Piso Salarial na carreira significa aplicá-lo na tabela de vencimento básico considerando os percentuais existentes (22% entre os níveis e 3% entre os graus). O reposicionamento da categoria nesta tabela será objeto de definição da comissão e terá impacto financeiro entre 2012 e 2015”, explica a coordendora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueria.

Ela também informa que o processo para pagamento e a anistia dos dias paralisados serão feitos junto ao Legislativo Estadual. Vale dizer que a comissão inicia os trabalhos nesta quinta-feira, dia 29/09, em horário e local a serem definidos.


A direção do Sindicato orienta toda a categoria a aguardar a definição do calendário de reposição e do pagamento dos dias parados, assuntos que constam da pauta da reunião de amanhã.


Reunião no STF

Vale ressaltar que hoje, o Sind-UTE/MG tem reunião marcada a partir das 13 horas, em Brasília, com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia. A proposta é pedir a ela que reveja sua decisão, publicada nessa segunda-feira (26/9), na qual ela nega recurso do Sindicato que pedia a suspensão da decisão do desembargador Roney de Oliveira, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que determinava a suspensão do movimento. “É fundamental que a ministra repense sobre sua decisão, porque é importante garantir o direito de greve do trabalhador/a”, defende Beatriz Cerqueira.

O Comando de Greve se reúne no dia 08 de outubro para avaliar o movimento e o andamento dos trabalhos desta comissão.





Professores estaduais de Minas Gerais suspendem greve



A greve dos professores da rede estadual de Minas, que paralisaram suas funções há mais de três meses, pode ter fim na noite desta terça-feira. O governo apresentou novas propostas à categoria, que recebeu prazo de uma hora para discutí-las e definir se volta ou não ao trabalho. Desde a tarde os educadores estão em assembleia, realizada no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

As primeiras informações são de que o governo propôs recuar na decisão de demitir os professores designados que se recusaram a voltar para as salas de aula após resolução publicada na última semana. Também teria sinalizado voltar atrás no corte de pontos dos grevistas, demissão de vice-diretores que aderiram à greve, e a suspensão do projeto de lei que tramita na ALMG para readequação do modelo de remuneração por subsídio.

Além disso, a principal proposta do governo seria criação de uma comissão, formado por representantes do Executivo, Legislativo e do Sindicado Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), para voltar a se discutir os dois modelos de remuneração.

A comissão proposta pelo governo será formada, segundo o sugerido, 24 horas após ser suspensa a greve. A condição prévia para que isso ocorra é a suspensão da greve ainda nesta terça-feira.

Fechamento histórico
Nesta terça-feira, as sessões plenárias na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foram suspensas após os professores ocuparem o plenário acorrentados. Por meio de nota, o presidente da Casa, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), lamentou o ocorrido e repudiou a invasão. "É importante registrar que, na história recente do Parlamento mineiro, nunca houve qualquer impedimento para a abertura dos trabalhos do Plenário. Somente em período de anormalidade política, em ditaduras, os plenários dos legislativos são fechados ou impedidos de funcionar", diz o texto.



Estado de Minas 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Lula é ovacionado por estudantes ao receber diploma na França



Batucada na entrada, cenas de histeria na saída. Foi em um clima de ídolo juvenil que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira, em Paris, o título de doutor honoris causa da Sciences Po, uma das instituições de ensino mais importantes da França. Lula ainda teve o discurso interrompido diversas vezes por aplausos e, ao final da cerimônia, teve direito a uma homenagem com carregado sotaque francês: em português e com a letra nas mãos, os alunos entoaram "vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer", refrão da famosa música "Para dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré.

Esta foi a primeira vez que a Sciences Po entregou um doutorado honoris causa a um latino-americano e o segundo título do gênero recebido pelo ex-presidente por instituições internacionais - o primeiro foi da Universidade de Coimbra, em Portugal. Lula se alongou por 40 minutos para agradecer ao título, em um auditório lotado por 500 pessoas, entre estudantes, jornalistas e acadêmicos destacados da universidade, como o respeitado sociólogo Alain Touraine.

A sala era decorada por bandeiras do Brasil, erguidas pelos jovens que, ao encerramento do evento, gritavam o nome do ex-presidente, se empurravam para se aproximar dele, pediam autógrafos e até choravam ao conseguir uma foto ao lado de Lula. O petista não economizou beijos, abraços e poses junto aos estudantes quando tentava deixar a instituição.

"Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tem diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil", disse, em um discurso recheado não apenas de dados favoráveis ao seu governo, como de brincadeiras que fizeram o público rir em diversas ocasiões. "Eu perdi muito, gente. Se vocês um dia quiserem conversar com um cara que perdeu muito, me procurem. Mas também fui o cara que quando ganhou, soube tirar lições das derrotas para ajudar a mudar a história do meu país."

O ex-sindicalista comentou a atual crise econômica mundial, para a qual vê apenas uma iniciativa política conjunta como solução. "Eu via tanta gente sabida na Europa e nos Estados Unidos, que dava tanto conselho econômico, que quando começou a crise, eu falei: os especialistas lá vão resolver a crise em três dias. Qual não foi a minha surpresa quando eles se esconderam. Ninguém sabia mais nada: o Banco Mundial não sabia mais nada, o FMI não sabia mais nada, a Comissão Europeia também não."

Lula também arrancou aplausos da plateia ao descrever o percurso da atual presidente do Brasil, Dilma Rousseff, durante os anos da ditadura, e terminou de conquistar os últimos fãs franceses ao incitar os jovens a não desistirem da política - a Sciences Po forma a maioria dos governantes franceses. "Vocês ficam idealizando o político ideal. Pois olhem para vocês mesmos: esse político pode ser um de vocês."

O ex-presidente preferiu não conversar com a imprensa após o evento. Ele fica na capital francesa até amanhã, quando deve se encontrar com o primeiro-secretário do Partido Socialista, Harlem Désir. Os líderes do partido estão em plena campanha para as primárias internas, que vão designar o candidato para as eleições presidenciais francesas em 2012, contra o atual presidente, Nicolas Sarkozy. Na segunda-feira, Lula encontrou-se com Sarkozy no palácio do Eliseu, a sede da presidência francesa, a convite do governante.




LÚCIA MÜZELL


Direto de Paris

Portal Terra 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Movimento dos Milionários Rebeldes



Eles não aprendem e não desistem. Derrotados três vezes nas eleições presidenciais, os valentes da fina flor paulistana foram de novo às ruas para protestar "contra tudo o que está aí". Desta vez, o álibi foi a Marcha Contra a Corrupção organizada nas redes sociais em várias regiões do país.
Em São Paulo, apesar dos esforços de alguns blogueiros histéricos, o protesto fracassou: segundo  a Policia Militar, apenas 500 pessoas se animaram a sair de casa neste belo feriado de 7 de setembro com muito sol para ir à avenida Paulista levantar cartazes contra a corrupção.
A personalidade mais conhecida identificada pela imprensa foi a socialite Rosangela Lyra, sogra do jogador Kaká e representante da Dior no Brasil.
Era a mesma turma chique do "Cansei", um "movimento cívico" criado em julho de 2007, para protestar contra o "caos aéreo", pelo presidente da OAB paulista, Luís Flávio Borges D´Urso, agora pré-candidato do PTB de Roberto Jefferson a prefeito de São Paulo, mas nem ele foi visto hoje na avenida Paulista.
De outro líder do "Cansei", o executivo Paulo Zotollo, ex-presidente da Phillips, não se ouviu mais falar. Na época, ele causou um enorme dano para a imagem da empresa ao declarar em entrevista ao jornal "Valor":
"Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz como tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado".
O Piauí ainda existe, virou até nome de revista, vai bem, cresce e seu povo está melhorando de vida, ao contrário do infeliz executivo que apenas vocalizou o que pensava boa parte da elite paulistana sobre os nordestinos, quando o presidente do país era o  pernambucano Lula.
A direção nacional OAB nacional na época, que ainda não era dominada por tipos como Ophir Cavalcante (quem?), o novo Álvaro Dias predileto da mídia, decidiu não participar do movimento e criticou a sessão paulista da entidade.
O então presidente da OAB-RJ, Wadih Dammus, resumiu do que se tratava. "O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas de São Paulo".
Foi o que se viu no 7 de setembro de protestos na avenida Paulista. São os mesmos. Só mudou o mote.