domingo, 30 de outubro de 2011

Corrupção, mídia e farsa


A farsa da oligarquia da mídia contra a corrupção está em marcha. No feriado do dia 12, a TV Globo fez até plantão, com repórter na Esplanada, em Brasília, interrompendo a programação normal, para falar de toda a sua grande esperança e torcida para que a denominada Marcha contra a Corrupção fosse massiva.


Que diferença da TV Globo dos anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações sobre a Campanha das Diretas-Já, quando milhões de cidadãos foram às ruas para conquistar, finalmente, o voto direto e enterrar a ditadura, defendida pela emissora!


Há uma tentativa de “teorização vulgar”, quando jornalistas tucanos, como Eliane Cantânhede - que chegou a considerar um comício do PSDB como uma “manifestação de massa cheirosa” - esforçam-se por argumentar que algo inédito estaria ocorrendo nestas manifestações porque não registram presença de partidos, sindicatos, movimento estudantil ou social.


Segundo dizem, esta característica conferiria um novo conteúdo à manifestação, de modernidade, espontaneísmo, sem contaminação político-partidária, como a negar o papel da liberdade partidária e sindical, conquistada pelo povo após o funeral da ditadura. Há uma dose de farsa nisto tudo, primeiro porque alguém pagou pelas vassouras (que lembram Jânio Quadros) da manifestação, que também contou com convocação da juventude do PSDB.


As greves de várias categorias por melhor remuneração e condição de trabalho, a luta que continua pela reforma agrária, pelo direito a moradia, mostram claramente que partidos, sindicatos e movimentos sociais não estão cooptados. Ao contrário, estão arrancando conquistas legítimas. Esta é uma conclusão importante. Outra, é sobre a aliança que determinados segmentos da esquerda estão realizando com a TV Globo, terminando por reforçar, involuntariamente, o discurso conservador de que a corrupção foi inventada por Lula-Dilma. Isto sim deve ser motivo de preocupação, sobretudo após a assustadora aliança de setores da esquerda com a OTAN em sua agressão imperialista à Líbia.


Beto almeida, 
Brasil de Fato 

O que a PIG nunca mostraria: Protesto contra a revista Veja

Protesto contra o "detrito de maré baixa" Veja .

Cerca de 50 manifestantes dos movimentos Anonymous e Ocupa Sampa entraram por volta de 18h desta sexta-feira (28) no prédio da Editora Abril, na zona oeste de São Paulo, para protestar contra a revista “Veja”, que na edição do último sábado (22) estampou na capa a máscara símbolo do Anonymous para ilustrar uma reportagem sobre combate à corrupção.



A voz do Brasil que nunca teve voz


Lula completou 66 anos esta semana: a metade deles emprestando a voz rouca e grave à defesa da democracia e da justiça social no seu país e no mundo. Mesmo quando lhe faltaram microfones, nas assembléias históricas da Vila Euclides, no ciclo das grandes greves do ABC paulista, anos 80, a voz rouca e grave se propagou através de outras vozes para se fazer ouvir em todos os cantos e lares mais humildes do território.
A economia e a sociedade que essa voz ajudou a construir hoje falam por ele. E torcem por ele, na certeza de que ele ainda falará por ela durante muito tempo, como líder político incontestável da grande frente progressista que deu voz a um Brasil que nunca antes teve voz nem vez na política nacional. Na campanha de 2002, num discurso emocionado, quando a vitória ainda era dúvida, Lula disse que se considerava uma obra coletiva do povo brasileiro. E que assim persistiria , fosse qual fosse o resultado da disputa. E assim se deu. Lula se transformou no intérprete mais fiel das lutas e sonhos da gente brasileira, a ponto de o seu nome ter se incorporado ao vocabulário nacional ('agora é Lula!') como uma espécie de sinônimo do orgulho, da resistência e do discernimento e uma população que nele se enxergou como fonte de poder e de direitos .
Essa força tamanha não vai silenciar. Não apenas porque Lula em breve voltará a expressá-la, mas porque em qualquer tempo, e em qualquer lugar , sempre que interesses de uma elite anti-social e demofóbica ameaçarem as conquistas acumuladas por essa gente, haverá quem cante, assovie, murmure ou mencione o refrão que enfeixa um punhado de significados, todos eles imiscíveis com a prepotência e a humilhação que encontrou nesta voz um contraponto de alteridade e hegemonia que o refrão não cansa de reafirmar: 'olê, olê, olê, olá, Lula, Lula; olê, olê, Olê, Olá...'

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os traidores da Pátria

Wikileaks mostra Fernando Rodrigues como informante dos EUA

Nos documentos vazados pelo Wikileaks, o jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S. Paulo, também aparece como informante, em encontro na embaixada dos EUA.


Numa conversa de 2006, Rodrigues teve um encontro com representantes da embaixada americana, e disse entre as quatro paredes que o TCU (Tribunal de Contas da União) era aparelhado politicamente pelos demo-tucanos, e tinha relatórios feitos para usar como batalha partidária da oposição contra o governo.


Disse que o tribunal faz análises não confiáveis e seus noves ministros são geralmente ex-senadores ou ex-deputados escolhidos por seus colegas para atuarem partidariamente. Rodrigues citou nominalmente o ministro Aroldo Cedraz, a quem classificou como “carlista” – ligado ao finado Antonio Carlos Magalhães.


De acordo com os documentos, Rodrigues também fazia análises políticas para a embaixada americana e avaliou o cenário da Câmara em 2006, que teve como oponentes Arlindo Chinaglia, do PT, e Aldo Rebelo, do PCdoB. Rodrigues disse que, se Aldo perdesse, ganharia como prêmio de consolação o Ministério da Defesa (o que não ocorreu). (Com informações do Portal 247).




Nosso “midiagate” saiu na mídia!


Inacreditável. E, agora, vai ser difícil manter as coisas cobertas pelo manto de silêncio. O jornal O Dia publicou a confirmação da história de que todos sabiam – acrescentando mais detalhes – as intimidades entre jornalistas famosos e a embaixada americana no Brasil. Cita, nominalmente, o apresentador da Globo William Waack e Carlos Eduardo Lins da Silva e Fernando Rodrigues, ambos da ‘Folha de S. Paulo’.


As visitas íntimas – pois não foram públicas, nem assunto de matéria por qualquer um deles – não se destinavam a apurar assuntos internacionais ou a falar sobre as relações entre os dois países, mas as avaliações – furadas, como se sabe – da candidatura Dilma Rousseff, no ano passado.

À parte o fato de os EUA escolherem mal seus informantes e analistas, o episódio deixa evidente que estes profissionais ultrapassaram qualquer limite ético no relacionamento com um governo estrangeiro.


Têm todo o direito de serem amigos e buscarem informações com diplomatas estrangeiros, como fez dos citados, Fernando Rodrigues, da Folha, ontem, numa entrevista como o embaixador Thomas Shannon, reportagem legítima e de interesse público. Tem, mesmo, todo o direito de buscar, com eles, informações em off.


Mas não têm o papel de fazer análises privadas para a informação de outro país, escondendo isso de seus leitores e telespectadores. Imaginem se um diretor do NY Times ou um apresentador da NBC fazendo visitas discretas à embaixada brasileira para nos dar uma visão íntima dos candidatos a presidente dos EUA?


Agora, com a publicação de O Dia sobre os telegramas diplomáticos que revelam seu comportamento, vazados pelo Wikileaks, estão obrigados a dar explicações públicas.


Já não podem dizer que a informação é obra de “blogueiros sujos”.


Colher informações, para um jornalista, é sua obrigação.


Fornecer informações, éticamente, é algo que só ao leitor se faz.


Não a diplomatas estrangeiros, ainda mais nas sombras.


Isso tem outro nome, que deixo ao leitor a tarefa de lembrar qual.



O traíra da Pátria

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O acovardado governo Dilma

Queda do ministro serve de alerta




Por Altamiro Borges

O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.

A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!



Um pragmatismo covarde e suicida

Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.

Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.

Três desafios diante da ditadura midiática

Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.

Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:

1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;

2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;

3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.

Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos

O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.

Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.

Superar a choradeira e a defensiva

A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!

É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará que defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!

Wikileaks aponta Wiliam Waack como informante do governo dos EUA




O repórter William Waack, da Rede Globo de Televisão, foi apontado como informante do governo americano, segundo post do blog Brasil que Vai - citando documentos sigilosos trazidos a público pelo site Wikileaks há pouco menos de dois meses.
De acordo com o texto, Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”.
- Por essa razão é que se sentiu à vontade de protagonizar insólitos episódios na programação que conduz, nos quais não faltaram sequer palavrões dirigidos a autoridades do governo brasileiro.
O post informa que a política externa brasileira tem “novas orientações” que “não mais se coadunam nem com os interesses americanos, que se preocupam com o cosmopolitismo nacional, nem com os do Estado de Israel, influente no ‘stablishment’ norte- americano”. Por isso, o Departamento de Estado dos EUA “buscou fincar estacas nos meios de comunicação especializados em política internacional do Brasil” - no que seria um caso de “infiltração da CIA [a agência norte-americana de inteligência] nas instituições do país”.
O post do blog afirma ainda que os documentos divulgados pelo Wikileaks de encontros regulares de Waack com o embaixador do EUA no Brasil e com autoridades do Departamento de Estado e da Embaixada de Israel “mostram que sua atuação atende a outro comando que não aquele instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro”.
Wikileaks suspende operações
O site WikiLeaks anunciou nesta segunda-feira (24) a suspensão temporária da difusão de documentos confidenciais e sigilosos para concentrar-se na arrecadação de fundos que permitam garantir a futura sobrevivência.
A página criada por Julian Assange afirma em um comunicado que se vê forçada a “suspender temporariamente as operações de publicação e a arrecadar fundos agressivamente para contra-atacar”, após o bloqueio de seus recursos pelas operadoras de cartões de crédito e outras empresas.
Companhias americanas suspenderam transações com o site após a publicação de 250 mil documentos do Departamento de Estado americano, o que causaria restrições a essas empresas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A falta de democracia no estado de Minas Gerais

A censura da mídia mineira, o descaso com a educação, a perseguição a professores, truculência contra manifestações essa é a imagem do governo tucano de Minas Gerais.




"Deputado Estadual Rogério Correia do PT de MG faz intervenção na ALMG na sessão do dia 22 de setembro de 2011, onde discute os problemas por que passa Minas Gerais em especial a greve dos professores que ultrapassa os 100 dias"

domingo, 9 de outubro de 2011

“Enfrento Lula ou Dilma”. Aécio bebeu?


Por Altamiro Borges

Em entrevista ao jornal Estadão deste domingo (9), o senador tucano Aécio Neves lembrou as piadas dos bêbados que costumam ficar valentões. Questionado sobre o pleito presidencial de 2012, ele disse estar “pronto para disputar com qualquer candidato do campo do PT, seja Lula ou Dilma. Serão eleições com perfis diferentes e eu não temo nenhuma das duas”. Corajoso!!!

Na sequência, porém, ponderou que o debate sobre candidaturas dever ficar para “o amanhecer de 2013” e lembrou que o PSDB tem outros candidatos “fortes”. Citou os governadores Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR). Já sobre José Serra, o seu carrapato no ninho tucano, disse que a sua pretensa postulação “terá de ser avaliada por seu capital eleitoral”.

Senador esconde as bicadas tucanas

A entrevista de Aécio Neves é pura bravata. Ela tenta esconder o inferno astral vivido por seu partido. Nos últimos dias, o PSDB perdeu três deputados federais para o recém-criado PSD de Gilberto Kassab – outros dois devem trilhar o mesmo caminho. Em alguns estados, a sigla foi simplesmente dizimada. Na capital paulista, sete vereadores tucanos já abandonaram o ninho.

Aécio tenta disfarçar a crise interna, escondendo que penas estão voando para todos os lados. “O PSDB amadureceu o suficiente para ver que, ou vamos todos unidos de verdade, ou não teremos êxito”. Bravata! Os tucanos estão se bicando de forma sangrenta. A guerra entre Alckmin e Serra recrudesceu na fase recente, como confessou o senador serrista Aloysio Nunes em seu twitter. O escândalo da corrupção das emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo acirrou ainda mais os ânimos.

Teste do bafômetro

Em recente blitz policial, o ex-governador mineiro se recusou a fazer o teste do bafômetro. O boletim de ocorrência da Polícia do Rio Janeiro registrou que ele estaria “embriagado ou drogado”. Diante de tanta valentia – e tantas bravatas – de Aécio Neves na entrevista ao Estadão, o jornal por acaso fez um teste de bafômetro? Ou a entrevista chapa-branca só serviu mesmo como palanque eleitoral?

domingo, 2 de outubro de 2011

A herança maldita de Aécio para Minas Gerais




Foto: UPT, por ocasião de audiência pública em Unaí do  blog Unaí para Todos. 



Em entrevista ao Portal Vermelho, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) de Minas Gerais e presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), Gilson Reis, os saldos econômicos da greve ainda serão discutidos. “Os resultados da greve ainda não são mensurados, já que não se chegou a uma proposta definitiva. A luta aqui era pelo piso salarial nacional e pelo plano de carreira — e isso ainda está definido. Esperamos que o governo de Minas inicie de forma séria uma negociação”.
Durante os quase quatro meses de paralisação, a imagem do tucanato mineiro foi gravemente manchada. A greve dos professores — que recebeu a adesão de milhares de trabalhadores na capital e em todo o estado — é resultado de nove anos da política educacional do PSDB à frente do governo de Minas Gerais. “Ela expressa uma insatisfação com uma política que vem precarizando as condições de trabalho nas escolas públicas do estado. Isso deixa marcas também na imagem do senador Aécio Neves — que é o mentor do atual governador”, disse Gilson.
Ele afirmou ainda que, durante a paralisação, o governo do estado assumiu uma postura intransigente e truculenta diante dos trabalhadores. “O governo de Minas, de forma intransigente não negociou. Na verdade ele foi omisso — desconsiderando a greve e pressupondo que ela não teria fôlego. Até que a greve começou a incomodar. Ao invés de buscar a negociação, o governo começou a tentar reprimir o movimento, utilizando todos os canais da estrutura jurídica e política — Ministério Público e Assembleia Legislativa — para tentar derrotar a greve”.
O movimento ganhou destaque no noticiário nacional nos últimos dias pelo longo período de resistência dos trabalhadores — que apesar de mais de 100 dias de paralisação mantiveram a unidade —, e depois que os educadores Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo entraram em greve de fome por tempo indeterminado, no hall de entrada da Assembleia mineira. “Nos últimos dias o governo viu a greve ganhar uma grande dimensão política. O governo de Minas e o atual governador do estado Antônio Anastasia foram muito desgastados com essa greve em função da atitude de não negociar e de reprimir o movimento”, ressaltou o presidente da CTB-MG.
Ainda de acordo com Gilson, a população manteve uma posição de apoio aos professores e de luta pela educação — o que fortaleceu ainda mais o movimento. “Foi uma greve combativa e firme — que demonstrou a insatisfação profunda dos educadores do estado com a política de Aécio Neves e de Anastasia para a Educação”.

Negociações

A comissão deve iniciar as negociações nesta quinta-feira (29). Além da questão salarial e do plano de cargos e carreira, ela deverá debater os pagamentos referentes ao mês de agosto, já que participando da greve, os professores não teriam direito a receber salário.
Outra incumbência da comissão é analisar uma espécie de "anistia", já que a categoria pleiteia que o tempo de paralisação, que começou no dia 8 de junho, não seja levado em conta no momento de progressão da carreira. A reposição das aulas também será analisada. “A intenção dos trabalhadores caso o governo faça o pagamento é discutir o ano letivo”, afirmou Gilson.
No dia 8 de outubro o comando de greve vai se reunir novamente para avaliar o desenrolar das negociações com o governo estadual.