terça-feira, 30 de agosto de 2011

Boris Casoy advoga para a Veja




Por Altamiro Borges

Boris Casoy, âncora do “Jornal da Noite” da TV Bandeirantes, virou advogado de defesa da Veja. Na madrugada desta terça-feira (30), ele repercutiu as denúncias da publicação contra o ex-ministro José Dirceu. Ele destacou a “reporcagem” da revista contra o “poderoso chefão” e as acusações levianas de que o dirigente do PT conspira contra a presidenta Dilma.

Na maior caradura, Boris Casoy não falou absolutamente nada sobre a ação criminosa da famiglia Civita. Não disse que o repórter da Veja tentou invadir o apartamento do ex-ministro num hotel de Brasília; que foram usadas imagens ilegais de vídeos; que o tal jornalista fugiu do hotel sem pagar as diárias; que a camareira e o gerente do estabelecimento registraram queixa na polícia; e que o escândalo já está sendo investigado pela Polícia Federal. Nada, absolutamente nada!

O uso seletivo do biquinho

Se esta ação criminosa atingisse FHC – o ex-presidente que continua super-ativo na política, conspirando contra o governo Dilma –, com certeza Boris Casoy teria feito o maior escarcéu com o seu patético biquinho do “é uma vergonha”. Ele criticaria a invasão da privacidade e o uso de recursos ilegais, entrevistaria o gerente do hotel e o delegado da PF e atacaria a “ditadura petista”.

Mas Boris Casoy, que na juventude foi simpatizante de grupos de extrema-direita e que até hoje mantém suas posições elitistas – que o digam os garis humilhados por ele num vazamento de áudio –, é bastante seletivo no uso do seu biquinho. FHC pode fazer política, já o ex-ministro deveria ser preso e exilado como nos tempos da ditadura militar.

A máfia midiática

Mas vamos ser justos: a seletividade manipuladora não é um atributo apenas do apresentador da TV Bandeirantes. É uma marca do grosso dos monopólios da mídia “privada”. No geral, jornalões, revistonas e as emissoras de rádio e televisão abafaram a ação criminosa da Veja, que não ficam muito distante dos episódios mafiosos que abalaram o império de Rupert Murdoch na Inglaterra.

As sete famílias que controlam a mídia nativa brigam entre si por fatias do “mercado”, por audiência e pela bilionária publicidade. Mas na política, elas se unem e difundem um pensamento único – falam “una solo voz”, como se diz na Venezuela. Para proteger a Veja, desmascarada na sua ação criminosa, elas agem como as famílias mafiosas e usam seus “advogados” de forma conjunta.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dilma Rousseff é a terceira mulher mais poderosa do mundo, segundo a Forbes

Reuters

A presidente Dilma Rousseff é a terceira mulher mais poderosa do mundo, de acordo com ranking elaborado pela revista Forbes, divulgado nesta quarta-feira, 24. A chanceler alemã Angela Merkel está em primeiro na lista, seguida da secretário de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Em 2010, Dilma apareceu na 95ª posição.

A lista da revista norte-americana é dominada por políticas, empresárias e líderes dos setores de mídia e entretenimento. “Nossa lista reflete os caminhos diversos e dinâmicos em direção ao poder para as mulheres hoje, seja liderando uma nação ou definindo a pauta de questões críticas da nossa época”, disse Moira Forbes, presidente e editora da ForbesWoman, em nota.



Dilma Rousseff made news when she was elected to lead Latin America's largest economy in October, but in many ways the election result was not a surprise. As the first female Chief of Staff under reformist President Lula da Silva, appointed in 2005, she was widely expected to be his successor. It is her rise to that post that is remarkable. Involved in Latin America's radical labor politics, Rousseff was jailed for two years. In 2001, when she was appointed Minister of Energy, Rousseff began to alter her views towards a more a pragmatic and capitalist approach. Today she is battling a rebellious National Congress threatening to halt her agenda and Brazil's economic boom. Outside politics, Rousseff is an avid theater fan, particularly classical Greek drama and opera


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“Estadão” crava a espada em Dilma



por Rodrigo Vianna


A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar. 
Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…
O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?
Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.  
Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem. 
Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”. Exemplo, aqui:
20 de Agosto de 2011 | 20h52
A Dilminha tá fazendo certinho, adulando um pouco os milicos, ai eles se derretem todos e se dobram ficando de quatro para a ex-terrorista.



Volto eu. Para essa gente, terroristas não foram os que mataram, torturaram e impediram o país de viver em regime democrático. Não. Para eles, “terroristas” são os que lutaram contra a ditadura.   


foto da página A-7  cumpre o papel de agradar essa gente. 

sábado, 20 de agosto de 2011

UNE-Afro Brasil responde ao DEM

UNE-Afro Brasil responde ao DEM (ex ARENA, PDS, PFL)



Resposta do Movimento ao DEM – Partido Democratas


Resposta do Movimento ao DEM – Partido Democratas Vídeo produzido pela UNEafro-Brasil, com apoio do Instituto Luis Gama. Trata-se de uma reposta à propaganda eleitoral promovida pelo DEMOCRATAS e veiculada em rede nacional, nas duas primeiras semanas de Agosto/11. No referido vídeo, o DEM (ex ARENA, PDS, PFL) – partido historicamente comprometido com as elites mais conservadoras do país – se utiliza da imagem e da boa fé de um jovem negro morador da periferia de Salvador (BA) para tentar legitimar o ilegitimável.

Assista o Vídeo hipócrita do DEM: http://www.youtube.com/watch?v=qqpaBn19SEE

Para que todos/as nos escutem: O DEMOCRATAS e seus aliados NÃO NOS REPRESENTAM!

Ficha Técnica: Atriz (vida real) Maira Santos Cunha Produção: Militantes da UNEafro-Brasil

Visite nosso site www.uneafrobrasil.org

sábado, 6 de agosto de 2011

A falta de princípios da Rede Globo


Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

A TV Globo também fez uma declaração de princípios, em 1989.

Foi na noite em que o Jornal Nacional transmitiu o resumo do debate eleitoral entre Fernando Collor e Lula, editado de tal forma a destacar as melhores falas de Collor e as piores de Lula.

Collor e Lula disputavam a presidência da República. Collor, com apoio da Globo, venceu a eleição.

Seguiu-se ao resumo do debate uma pesquisa do Vox Populi, então ligado a Collor, mostrando como Collor era “o melhor preparado”.

Então, Alexandre Garcia apareceu no vídeo para dizer:

“Nosso trabalho, como profissionais da televisão, foi e continuará sendo o que fez a televisão nesses dois debates. Manter aberto esse canal de duas mãos entre o eleito e os eleitores, para que melhor se exerça a democracia”.

Foi no mesmo ano em que a ex-namorada de Lula, Miriam Cordeiro, apareceu primeiro no Jornal Nacional e depois na propaganda de Collor dizendo que o ex-metalúrgico Lula tinha pedido a ela que abortasse e feito declarações racistas. Miriam recebeu dinheiro para fazer tais declarações.

Sobre os Princípios Editoriais das Organizações Globo


Foi publicada hoje (sábado 06 de agosto) uma Carta contendo os Princípios Editoriais das Organizações Globo que trás em seu bojo muita dissimulação, um tanto de ironia regada por muitos falsos princípios jornalísticos, mas evidencia uma grande e disfarçada preocupação com a Blogosfera Progressista.
Fica bem claro neste episódio que a militância na net tem assustado a outrora imbatível Organizações Globo.
Assim se pronuncia a Globo: "Na Era Digital todos os indivíduos podem usar a internet para se comunicar livremente e atingir uma audiência potencialmente ampla."
O documento ainda discorre sobre o que a Globo chama de "os atributos da informação de qualidade" e enumera a isenção, correção, agilidade, lealdade com a notícia sem sensacionalismo e independência apartidária e laica.
Pode parecer piada já que todos somos testemunhas da forma subliminar e muitas vezes ate direta com que a Globo favorece o PSDB ( por exemplo ).
O fato é que os Blogs Progressistas estão sendo respeitados ate pela velha mídia, que corre atrás do prejuízo causado pela falta de credibilidade deles e pela bela militância de esquerda, sempre alerta, sempre   em suas trincheiras de luta e coragem.
Vamos em frente, estamos vencendo a luta e precisamos mais do que nunca defender, denunciar, expor, relatar e escrever, fazendo justiça mesmo fora dos tribunais.

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com/

A Globo volta a ser vivandeira de quartel?



Nos anos 60, chamava-se assim aos políticos da UDN que andavam peregrinando pelos quartéis para incitar os militares ao golpe, que os udenistas contavam iria dar-lhes o poder que não obtinham no voto.
Temos agora, ao que tudo indica, as neovivandeiras, que buscam inventar uma inexistente crise militar.
É, ao menos, o que se depreende do post do jornalista Rodrigo Vianna, o Escrevinhador, que conhece bem os mecanismos de fabricação de notícias em nossas redações:
“Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.
O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.”
(…)passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.
Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”

A Globo vai partir pra cima de Amorim: isso prova que Dilma escolheu bem!




por Rodrigo Vianna


Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.

O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.

Trata-se do velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel: as “reportagens” devem comprovar as teses que partem da direção.

Foi assim em 2005, quando Kamel queria provar que o “Mensalão” era “o maior escândalo da história republicana”. Quem, a exemplo do então comentarista Franklin Martins, dizia que o “mensalão” era algo a ser provado foi riscado do mapa. Franklin acabou demitido no início de 2006, pouco antes de a campanha eleitoral começar.

No episódio dos “aloprados” e do delegado Bruno, em 2006, foi a mesma coisa. Quem, a exemplo desse escrevinhador e de outros colegas na redação da Globo em São Paulo, ousou questionar (“ok, vamos cobrir a história dos aloprados, mas seria interessante mostrar ao público o outro lado – afinal, o que havia contra Serra no tal dossiê que os aloprados queriam comprar dos Vedoin?”) foi colocado na geladeira. Pior que isso: Ali Kamel e os amigos dele queriam que os jornalistas aderissem a um abaixo-assinado escrito pela direção da emissora, para “defender” a cobertura eleitoral feita pela Globo. Esse escrevinhador, Azenha e o editor Marco Aurélio (que hoje mantem o blog “Doladodelá”) recusamo-nos a assinar. O resultado: demissão.

Agora, passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.

Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”

A questão é: esses ataques vão dar certo? Creio que não. Dilma saiu-se muito bem nas trocas de ministros. A velha mídia está desesperada porque Dilma agora parece encaminhar seu governo para uma agenda mais próxima do lulismo (por mais que, pra isso, tenha tido que se livrar de nomes que Lula deixou pra ela – contradições da vida real).

Nada disso surpreende, na verdade.

O que surprendeu foi ver Dilma na tentativa de se aproximar dessa gente no primeiro semestre. Alguém vendeu à presidenta a idéia de que “era chegada a hora da distensão”. Faltou combinar com os russos.

A realidade, essa danada, com suas contradições, encarregou-se de livrar Dilma de Palocci, Jobim e de certa turma do PR. Acho que aos poucos a realidade também vai indicar à presidenta quem são os verdadeiros aliados. Os “pragmáticos” da esquerda enxergam nas demissões de ministros um “risco” para o governo. Risco de turbulência, risco de Dilma sofrer ataques cada vez mais violentos sem contar agora com as “pontes” (Palocci e Jobim eram parte dessas pontes) com a velha mídia (que comanda a oposição).

Vejo de outra forma. Turbulência e ataques não são risco. São parte da política.

Ao livrar-se de Jobim (que vai mudar para São Paulo, e deve ter o papel de alinhar parcela do PMDB com o demo-tucanismo) e nomear Celso Amorim, Dilma fez uma escolha. Será atacada por isso. Atacada por quem? Pela direita, que detesta Amorim.

Amorim foi a prova – bem-sucedida – de que a política subserviente de FHC estava errada. O Brasil, com Amorim, abandonou a ALCA, alinhou-se com o sul, e só cresceu no Mundo por causa disso.

Amorim é detestado pelos méritos dele. Ou seja: apanhar porque nomeou Amorim é ótimo!

Como disse um leitor no twitter: “Demóstenes, Álvaro Dias e Reinaldo Azevedo atacam o Celso Amorim; isso prova que Dilma acertou na escolha”.

Não se governa sem turbulência. Amorim é um diplomata. Dizer que ele não pode comandar a Defesa porque “diplomatas não sabem fazer a guerra” (como li num jornal hoje) é patético.

O Brasil precisa pensar sua estratégia de Defesa de forma cada vez mais independente. É isso que assusta a velha mídia – acostumada a ver o Brasil como sócio menor e bem-comportado dos EUA. Amorim não é nenhum incediário de esquerda. Mas é um nacionalista. É um homem que fala muitas línguas, conhece o mundo todo. Mas segue a ser profundamente brasileiro. E a gostar do Brasil.

O mundo será, nos próximos anos, cada vez mais turbulento. EUA caminham para crise profunda na economia. Europa também caminha para o colpaso. Para salvar suas economias, precisam inundar nosso crescente mercado consumidor com os produtos que não conseguem vender nos países deles. O Brasil precisa se defender disso. A defesa começa por medidas cambiais, por política industrial que proteja nosso mercado. Dilma já deu os primeiros passos nessa direção.

Mas o Brasil – com seus aliados do Cone Sul, Argentna à frente - não será respeitado só porque tem mercado consumidor forte, diversidade cultural e instituições democráticas. Precisamos, sim, reequipar nossas forças armadas. Precisamos fabricar aviões, armas. Precisamos terminar o projeto do submarino com propulsão nuclear.

Não se trata de “bravata” militarista. Trata-se do mundo real. A maioria absoluta dos militares brasileiros – que gostam do nosso país – não vai dar ouvidos para Elianes e Alis; vai dar apoio a Celso Amorim na Defesa, assim que perceber que ele é um nacionalista moderado, que pode ajudar a transformar o Brasil em gente grande, também na área de Defesa.

O resto é choro de anões que povoam o parlamento e as redações da velha mídia.



Escrevinhador 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Celso Amorim desagrada direita e mídia

Por Altamiro Borges

Nelson Jobim finalmente caiu. Ótima notícia! Ele já vai tarde. O novo ministro da Defesa será o embaixador Celso Amorim. Notícia melhor ainda. Como chanceler de Lula nos seus oito anos de mandato, Amorim conseguiu reerguer a política externa brasileira, tornando-a mais ativa e altiva. Agora, retorna ao governo, que pode ganhar assim uma nova fisionomia – mais à esquerda.

A queda de Jobim, um tucano infiltrado no governo Dilma, e a nomeação de Amorim desagradaram a direita nativa. De imediato, o líder dos demos, ACM Neto, deu entrevista à Globo News criticando a surpreendente mudança no Ministério – o único jornalista que antecipou este desfecho foi Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada (veja a matéria).

O ódio dos colonizados

ACM Neto rasgou elogios ao defenestrado e atacou Amorim “por sua postura ideológica”, por seu nacionalismo. De fato, a direita nunca gostou de Amorim. Não gostou da forma como ele conduziu as negociações que implodiram a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o tratado neocolonial orquestrado pelos EUA. Não gostou do rompimento do acordo de cessão da base militar de Alcântara (MA) aos milicos ianques. Não gostou das suas críticas à invasão e genocídio no Iraque ou às torturas em Guantánamo.

A direita brasileira sempre preferiu capachos do império – como Celso Lafer, o ex-chanceler de FHC que tirou os sapatinhos nos aeroportos dos EUA. Oriunda do regime militar, ela preferia contar com Nelson Jobim no Ministério da Defesa para evitar a criação da Comissão da Verdade ou a apuração dos crimes da ditadura. Hoje, a direita dorme mais incomodada!

Ataques e intrigas da mídia

A mídia colonizada também não dormirá tranqüila. Ela sempre satanizou Celso Amorim, reproduzindo as opiniões do império como uma sucursal rastaqüera. Quando do golpe em Honduras, patrocinado pelos EUA, ela condenou o ex-chanceler por ceder a embaixada daquele país ao presidente deposto, Manuel Zelaya. Ele sempre criticou as posições “nacionalistas” do embaixador.

Este, por sua vez, nunca se intimidou diante dos ataques e intrigas da mídia. Numa recente entrevista à BBC de Londres, Amorim voltou a criticar o “complexo de vira lata” da imprensa nativa. Segundo ele, a mídia sempre atacou o governo Lula porque ela “nunca aceitou nossas atitudes independentes”.

A mídia quer “um Brasil pequenininho”

Ele lembrou que, logo no início do governo Lula, “quando fomos à Síria a primeira vez, fui perguntado: ‘Mas vocês perguntaram a Washington se podia?’. É achar que o Brasil tem que ser pequeno, caudatário... Eles querem o Brasil pequenininho. No máximo cuidando um pouco aqui na região, sempre com uma postura agressiva em relação aos fracos e submissa em relação aos fortes”.

Sua postura é totalmente diferente do tucano Jobim – que Paulo Henrique Amorim sempre tratou de Johnbim, lembrando o seu servilismo diante do império e dos poderosos nativos.



Blog do Miro 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bem-vindo, Celso Amorim!Um especialista em relações internacionais, um latinoamericanista por excelência! Melhor notícia, impossível!


Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, é diplomata e foi ministro de Relações Exteriores no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele trabalhou no governo de Fernando Henrique Cardoso e, de forma interina, no governo de Itamar Franco.
Amorim nasceu no dia 3 de junho de 1942, em Santos (SP). Formado pelo Instituto Rio Branco, em 1965, ele se pós-graduou na Academia Diplomática de Viena, em 1967.
Amorim não é o primeiro diplomata a assumir o Ministério da Defesa. O primeiro foi José Viegas Filho, que foi ministro de Lula, mas deixou o cargo por divergências com comandos militares. Viegas, na época, foi substituído pelo então vice-presidente, José Alencar, que acumulou as duas funções.
A atuação política de Amorim começou no PMDB, mas em 2009, durante o governo de Lula, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores. No governo de Lula (2003 a 2010) ele esteve à frente da política exterior.
No governo de Fernando Henrique, em 1995, Amorim chefiou a missão permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1999, ele assumiu a missão brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, Suíça. Em 2001, Amorim passou a embaixador brasileiro no Reino Unido.

Jobim já vai tarde

Por Marco Antonio Araujo

Nelson Jobim vai sair por onde entrou, pela porta dos fundos. O quase ex-ministro da Defesa é uma daquelas figuras inexplicáveis da era Lula. Parecia um ex-funcionário que se convidou para o churrasco da firma e foi ficando. Nunca entendi.
Sua arrogância jamais foi útil à República. Fanfarrão, jurou que ia acabar com o caos aéreo no país. No lugar de um terremoto, implantou um tsunani.
E mais nada há para se falar de sua carreira política. Sua passagem como ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso é uma imensa página em branco na história do Brasil.
Como ministro do Supremo Tribunal Federal, sua única atitude elogiável foi abandonar o cargo, em março de 2006. Momento glorioso do nosso Judiciário.





Jamais saberemos os motivos que o mantiveram tanto tempo no poder. Além de ser a encarnação perfeita do oportunismo da base aliada, não vejo outra explicação. Sempre prestes a trair, até que demorou.

Não surpreende a forma covarde que escolheu para se retirar. Após suas declarações deselegantes e infelizes, fosse um homem público de verdade, teria a decência de pedir demissão. Esse traço de pusilanimidade ao menos é coerente com sua trajetória pífia de gandula do PMDB.

Mas não vamos nos iludir. Nelson Jobim não vai desaparecer do cenário político. Há vagas abertas na oposição: vai ser uma experiência inédita para quem sempre se manteve aos pés do poder. Desejo-lhe sorte na tarefa de prejudicar o país. Talento para isso não lhe falta.

Bons ventos o levem. É de homens assim que não precisamos.Marco Antonio Araujo