terça-feira, 28 de outubro de 2014

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Professores mineiros vão às ruas denunciar gestão de Aécio frente à educação estadual


Belo Horizonte – Na tarde desta quarta-feira (15), na Praça da Liberdade, na capital mineira, foi realizado o ato "Pela Educação, Aécio Não", organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação de Minas Gerais (Sindute-MG), em protesto contra os estragos causados na educação pública do estado durante a gestão do ex-governador e presidenciável Aécio Neves (PSDB, 2003-2010), bem como por Antonio Anastasia (PSDB), seu ex-vice e sucessor, que elegeu para continuar à frente do governo do estado. O ato também marcou o apoio oficial do professorado mineiro à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Compareceram centenas de professores e militantes solidários à categoria, que assistiram a uma "aula política aberta" ministrada por dirigentes do sindicato, com as participações do vereador Arnaldo Godoy (PT), do deputado estadual reeleito Rogério Correia (PT), e da deputada federal reeleita Jô Moraes (PCdoB). Ao final da aula, os participantes seguiram em caminhada até a Praça 7, no centro de Belo Horizonte.
Na aula pública, foram repassados todos os pontos e fatos que, primeiro, desmitificam a eficiência que Aécio atribui ao choque de gestão que, com cumplicidade incondicional da mídia mineira, impôs à máquina pública e seus servidores; por fim, desmentiram o discurso que o candidato usa em debates, entrevistas e em seu programa eleitoral para falar da "reconhecida" excelência que seu governo conferiu à Educação em Minas, contemplando alunos, escolas e trabalhadores do setor.
No governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), perdeu força uma concepção de educação como direito fundamental assegurado pelo Estado, em detrimento de uma visão mercantilizada, com a educação a ser oferecida como mais um serviço do pacote neoliberal de privatizações. Com isso, a rede pública de ensino, em todos os níveis, teve sua estrutura sucateada. Eleito para seu primeiro mandato como governador imediatamente após o fim da presidência de FHC, Aécio adotou a mesma cartilha para Minas, aprimorando apenas a retórica para justificar a manutenção de um modelo excludente de educação.

Fatos e fabulações

Em oito anos de sua gestão, Aécio nunca aplicou na Educação o mínimo de 25% do orçamento anual do estado, conforme determina a Constituição Federal. Com isso – e sem contar a gestão de Anastasia, que também descumpriu a Lei –, o ex-governador deixou de investir R$ 8 bilhões no setor. Não se sabe o destino de tanto dinheiro, mas alunos, professores e demais trabalhadores da educação sabem no que tamanha ingerência resultou para eles.
Os professores mineiros recebem um dos piores salários da categoria no país, e, nesse caso, devido a outro desmando de Aécio, que não cumpriu o Piso Salarial Profissional Nacional, Lei Federal 11.738, de 2008, criada no governo Lula (2003-2010). Além disso, acabou com as gratificações por tempo de serviço e congelou a progressão na carreira até 2015, tudo em favor de um plano de metas cujo único resultado eficaz foi o de adoecer professores, física e psicologicamente, graças à pressão e sobrecarga de trabalho impostas pela Secretaria Estadual de Educação para o cumprimento de tais metas. Hoje, a média salarial de um professor mineiro com 10 anos de serviço na rede estadual e pós-graduação é de R$ 1.013,32.
No caso dos profissionais da educação aposentados, o quadro é ainda mais crítico, em virtude da extinção do Fundo de Previdência dos servidores estaduais, que já somava R$ 3 bilhões. Sem este, e correspondendo unicamente aos critérios do choque de gestão, a aposentadoria dos trabalhadores do setor está pouco acima de um salário mínimo.
Sem os investimentos obrigatórios, a estrutura física das escolas estaduais, hoje, é precária: 633 unidades não possuem rede de esgoto; 1.991 não possuem refeitório; 1.984 não possuem quadras cobertas de esportes; 2.475 não têm laboratórios de Ciências; e quanto à merenda, boa parte dos recursos repassados pelo governo federal para tal finalidade nunca foi transferida para as escolas, faltando comida para os alunos.
Segundo alguns professores presentes ao ato, há, no interior de Minas, escolas improvisadas em postos de gasolina e motéis.
Outro grave problema derivado da negligência de Aécio e Anastasia para com a educação diz respeito às vagas para o ensino: apenas 35% das crianças mineiras conseguem se inscrever no ensino infantil, ao passo que, no ensino médio, faltam mais de um milhão de vagas. Os que conseguem se matricular, entretanto, não têm qualquer garantia de qualidade no aprendizado, uma vez que, para produzir números mais elogiosos a sua gestão, Aécio e Anastasia tiraram dos professores a autonomia para avaliação dos alunos, impondo a aprovação automática destes.

Reprovado

Graças a esse modus operandi, e com um preciso equilíbrio entre omissão da mídia "amiga" e autopropaganda diretamente proporcional, Aécio propaga como projetos o que não passam de produtos de marketing político, caso do "Poupança Jovem", que assiste apenas nove dos 844 municípios mineiros, tamanho desproporcional ao tratamento que o projeto recebe em seu programa eleitoral e, sobretudo, em seu discurso. Mas Aécio edita o que convém a sua imagem pública, conforme explica Mônica Maria de Souza, diretora estadual do Sindute-MG e professora nas redes estadual e municipal de ensino.
"O Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] foi criado pelo Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais] para reunir em um só indicador dois conceitos para avaliação da qualidade na educação: médias de desempenho nas avaliações e fluxo escolar. Mas, ao se limitar a esses conceitos, desconsidera problemas graves, como a exclusão do ensino e a falta de vagas escolares em Minas, fruto do choque de gestão de Aécio. Outra coisa. Com a aprovação automática, o conceito de médias de desempenho é contemplado, mas isso não significa de forma alguma que o aluno teve um aprendizado de qualidade. Mas, como a avaliação despreza estas questões, a nota final é boa, e ele faz toda essa propaganda disso”, pondera.
Aécio ainda se vale de outro expediente para exaltar os "feitos" da gestão tucana pela educação: personalista, nunca explica que a avaliação do Ideb não se refere à gestão do estado, mas à soma dos resultados obtidos nos municípios mineiros, graças aos esforços dos prefeitos e secretários municipais de Educação.
A diretora Mônica destaca que todos esses desmandos do agora presidenciável Aécio Neves foram denunciados pelo Sindute-MG, composto por mais de quatrocentos mil trabalhadores da Educação, ao longo de seus dois mandatos como governador. Nesse período, Aécio nunca recebeu a categoria, limitando-se a fazer acordos pontuais, que, segundo o sindicato, invariavelmente acabaram descumpridos. O ex-governador respondia às denúncias contra sua gestão com processos judiciais, na tentativa de calar seus opositores. Somente agora, nas eleições, foram movidos 27 processos contra o sindicato e contra dirigentes, pessoalmente.
O último processo, movido pela Coligação Todos por Minas, que tentou eleger governador Pimenta da Veiga, candidato de Aécio, dá a exata dimensão de como construiu a imagem de eficiência para si e sua gestão: o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), depois de o Sindute-MG fazer uma campanha em que mostrava a real situação da Educação em Minas, proibiu o sindicato de fazer qualquer crítica à rede pública de ensino de Minas, com punição de R$ 100 mil por denúncia.
Para o deputado estadual Rogério Correia, um dos fundadores do movimento Minas Sem Censura, Aécio apenas repete o que fez durante oito anos como governador e continuou fazendo como senador e candidato: “Quando ele falava bem da educação ou de qualquer outro segmento em Minas, a realidade mostrava que ele estava mentindo, então ele mobilizava o Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça e a imprensa para calar a verdade, um verdadeiro estado de exceção. A resposta a isso veio nas urnas: seu candidato ao governo foi derrotado no primeiro turno, e ele também perdeu pra Dilma em Minas, o que o torna desacreditado como candidato a presidente. A verdade se estabelece".

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma acua Aécio em debate, e mostra força para reta final

Por Rodrigo Vianna
outubro 15, 2014 01:22

Vou falar de impressões apenas – sem pesquisas qualitativas, sem nenhuma pretensão de esgotar o assunto. No primeiro bloco do debate da Band, Aécio estava mais solto. Mas Dilma cresceu na hora do confronto mano a mano. Especialmente, no segundo e no terceiro blocos.

Foi um debate tenso demais, com o país dividido como nunca. Isso talvez explique o meio sorriso que escapava da boca do candidato tucano desde os primeiros minutos. Poderia ser um sorriso para disfarçar o nervosismo. Mas conferia a Aécio Neves um certo ar de arrogância, de deboche – que não cai bem para quem almeja a presidência da República.

Dilma, por outro lado, mostrava a conhecida falta de fluência. Ela não é uma oradora. Nunca foi. Em alguns momentos, se atrapalhou para completar frases. Mas não é isso que a fará ganhar ou perder a eleição. Se assim fosse, Pedro Simon seria o presidente da República.

A minha colega Christina Lemos (sem paixões e com objetividade) talvez tenha definido bem a questão, no twitter: “Aécio, mais fluente, como sempre, mas sem resultados para apresentar.”

Sim, porque “fluência” não é o principal num debate televisivo. O principal é a capacidade de pautar temas. E de produzir motes que permaneçam nos dias seguintes. Nesse ponto, Dilma parece ter sido mais efetiva.

Em minha modesta opinião, três coisas ficam desse debate…

1 No segundo bloco, o candidato do PSDB queria saber da corrupção da Petrobras, e mantinha ainda o tal sorriso irônico no rosto, quando Dilma – de forma aguda e surpreendente – trucou e perguntou sobre o aeroporto da cidade de Cláudio-MG (aquele, construído com dinheiro público dentro da fazenda de um tio do ex-governador tucano).

O sorriso de Aécio se desmanchou. Isso fica para o espectador. Aécio não chegou a ser nocauteado, mas pareceu zonzo durante alguns segundos. Isso foi visível no vídeo.

2 No mesmo bloco, a pergunta de Dilma sobre violência contra a mulher tinha endereço certo. E também tirou Aécio do prumo. O candidato do PSDB foi acusado publicamente – pelo jornalista Juca Kfouri (leia aqui) – de ter batido na namorada numa festança no Rio. Aécio jamais processou Juca por isso. De novo, Dilma fez a pergunta, e Aécio se desmanchou. Nesse caso, nem fechou o rosto, parecia ainda mais aturdido, temendo um golpe final.

Dilma não avançou o sinal. Poderia ter perguntado: “o senhor já acompanhou, em sua família, algum caso de agressão contra a mulher?” Não foi tão longe.

Mas a campanha de Dilma provavelmente sabe que a pergunta seria suficiente para pautar esse tema – “agressão contra a mulher” – na internet.

3 Dilma mostrou que Aécio nomeou parentes para o governo de Minas. Aécio tentou reagir,disse que Dilma precisava provar o que fala. No dia seguinte a debate, estão aí as provas: irmão, primos, tio: a parentalha do tucano toda empregada. Esse é o sujeito que vai “varrer a corrupção”?*

Essas três perguntas foram o ponto alto do debate. Significaram golpes duríssimos contra o candidato que se apresenta como “novo” e “mudança”. Talvez uma parte do Brasil se pergunte: que mudança pode comandar um homem acusado de fatos tão graves?

Dilma – como já fizera em 2010 no debate da Band, com as denúncias sobre Paulo Preto e o enfrentamento da questão do aborto – pode ter pautado de novo o segundo turno de 2014.

Mandou dois recados certeiros:

- Aécio não tem moral pra falar em corrupção – vamos enfrentá-lo nesse quesito;

- os telhados de vidro do tucano não permitem que ele paute essa campanha com “moral e bons costumes”.

Claro que tucanos mais ferrenhos podem ter achado que Aécio (o “fluente”) foi o grande vitorioso. Mas o que Aécio deixou ao fim do debate? Ele que fala em “propostas” e “futuro”, o que propôs? Basicamente, a continuidade dos programas implantados por Dilma/Lula.

Uma análise honesta – ainda que pouco simpática ao tucano – deve reconhecer que ele não saiu do debate maior do que entrou. Por outro lado, não foi uma derrota completa.

Mas há uma diferença importante: a turma de Aécio começou a semana encomendando o paletó pra festa de posse. Os tucanos subiram no salto. Aécio chegou a falar em “meu ministro da Fazenda”. Dele se esperava um golpe final para garantir a vitória.

Dilma, ao contrário, foi para o debate com parte de sua militância preocupada, na dúvida sobre a capacidade de enfrentar a onda midiática e ganhar a eleição.

A candidata do PT mostrou força, incendiou a sua turma e injetou ânimo para a reta final dessa duríssima campanha.

Para azar de Aécio, o desastrado Pastor Malafaia (apoiador do tucano) fazia graça no twitter no fim da noite: “Já esta saindo uma ordem de prisão a caminho da Band contra Aécio por espancamento a mulher” (numa referência a suposta superioridade do tucano no debate).

Malafaia não deveria falar de corda em casa de enforcado. Aécio agradece se esse tema “violencia contra a mulher” for rapidamente esquecido.

Não será, ao que parece…

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Vitrine de Aécio Neves quebrou em Minas Gerais

Comparação direta entre dois candidatos envolve propostas para o futuro, biografia, realizações e confiança a partir do que fez no passado. Quadro mineiro põe em xeque credenciais do tucano


O candidato Aécio Neves (PSDB) entra no segundo turno com um paradoxo difícil de explicar ao eleitor: foi demitido pelo povo mineiro. Teve uma votação nacional acima do que as pesquisas indicavam, ultrapassando com folga Marina Silva (PSB), chegando em segundo lugar na disputa pelo segundo turno, mas sofreu uma derrota acachapante em Minas Gerais, seu reduto eleitoral, onde fez toda sua carreira política.
Aécio entrou na campanha acreditando que largaria com ampla vantagem no seu estado, o segundo maior colégio eleitoral, e esperava equilibrar o resultado em São Paulo, o maior colégio, onde ele era uma incógnita. O resultado foi bem diferente. Em Minas, onde reinou nos últimos 12 anos, mantendo a hegemonia tucana em todas as eleições estaduais, teve uma votação menor do que sua adversária no segundo turno, Dilma Rousseff (PT), e ainda viu seu candidato a governador perder em primeiro turno para o candidato Fernando Pimentel (PT), aliado de Dilma. Enquanto isso, de São Paulo veio sua maior vitória, casada com o bom desempenho nas urnas do PSDB paulista.
Esse quadro dificulta a campanha do candidato tucano no segundo turno. Sua maior credencial a ser exibida ao eleitor era justamente os governos de Minas, onde foi governador por oito anos. Ao perder a eleição onde é bem conhecido, parte do eleitorado que votou nele onde era desconhecido, pode ficar com a pulga atrás da orelha.
No mínimo, muitos vão querer saber melhor as razões de ele ter perdido a eleição justamente onde é mais conhecido.
O tucano sofreu um forte desgaste de imagem recentemente quando foi descoberto que construiu aeroportos com dinheiro público, quando era governador, em locais que beneficiam suas propriedades particulares e de sua família, sem conseguir justificar com critérios técnicos. O aeroporto da cidade Cláudio foi construído a seis quilômetros de sua fazenda e em terras de seu tio-avô, desapropriadas em um processo rumoroso. O Ministério Público de Minas Gerais abriu investigação para analisar que estudos embasaram a decisão de construir ali, se já existe outro aeroporto ao lado, em Divinópolis que atende a região.
Outro aeroporto foi construído na cidade de Montezuma, onde Aécio também tem fazenda. Nos dois casos, são cidades pequenas, cujos aeroportos ficam ociosos, trancados, ainda pendentes de regularização na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e que, na prática, foram usados para uso privado do ex-governador tucano e de seus familiares.
Outros problemas são escândalos no entorno político de Aécio. Recentemente, o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB) renunciou ao mandato quando iria ser julgado no STF pelo "mensalão" tucano. A renuncia evitou o julgamento fazendo o processo voltar à justiça de Minas. A manobra de última hora foi vista por boa parte do eleitorado como confissão de culpa e busca pela impunidade, afinal se houvesse convicção de inocência poderia enfrentar o julgamento e preservar o mandato. Além disso, foi vista como uma operação para abafar o escândalo de forma ao julgamento não ocupar o noticiário próximo à campanha eleitoral.
A mesma manobra foi feita por outro político bastante próximo a Aécio. O ex-senador Clésio Andrade (PMDB) também renunciou ao mandato quando o STF já iria marcar seu julgamento pelo mesmo escândalo. Apesar de hoje estar no PMDB, o ex-senador foi vice-governador de Aécio de 2003 a 2006, e chegou ao Senado como suplente, em vaga conquistada em coligação com o tucano nas eleições de 2006.
Outro caso rumoroso envolvendo um aliado foi o do senador Zezé Perrella, quando um helicóptero de sua família foi apreendido com quase meia tonelada de cocaína. As investigações não encontraram envolvimento do senador e de sua família no crime de tráfico de drogas, mas não deixa de ser constrangedor o descontrole sobre as atividades ilícitas que eram feitas com o helicóptero. Tudo isso criou uma agenda negativa para o tucano mineiro.
Além disso, Aécio sempre contou com uma imprensa majoritariamente dócil em Minas, que blindava malfeitos e fracassos, divulgando uma agenda positiva dos governos tucanos. Ao longo de 12 anos, a percepção de que o governo tucano de Minas não estava atendendo aos anseios da população chegou à maioria do povo, que resolveu votar contra a continuidade do grupo político de Aécio.
Em eleições de dois turnos, a comparação direta entre apenas dois candidatos envolve propostas para o futuro, biografia, realizações e confiança a partir do que fez no passado. A vitrine de realizações de Aécio entrou quebrada no segundo turno, pelo resultado da eleição em Minas.

Luciana Genro, o Psol e a esquerda brasileira

"(...) Será muito difícil pro PT se localizar na oposição de uma forma coerente, mas serão muito bem vindos.Nos vamos atuar de forma unitária(...)" 



domingo, 12 de outubro de 2014

Aécio Neves e a situação da educação em Minas Gerais nos 12 anos de governo tucano

É com revolta que escuto o candidato a presidência Aécio Neves dizer que a educação em Minas Gerais é um exemplo para o Brasil.Sempre estudei em escola pública estadual, convivi diretamente com os problemas que cercaram e cercam a situação da educação no meu estado. Convivi com precariedade na minha escola,com falta de materiais, e principalmente com professores desmotivados.Convivi também com as constantes greves e paralisações. Convivi com as frustrações dos professores ao voltarem de uma greve humilhados, por não terem suas reivindicações nem se quer ouvidas pelo governo tucano e sem falar das constantes perseguições relatadas por eles. Eu já cheguei a ver o contra-cheque de um dos meus professores, e realmente a situação é de penúria. Esse mesmo professor não tinha se quer condição de comprar um veículo pra se deslocar de uma escola a outra e perdia horas e horas no transporte público, tempo que poderia ser gasto na preparação das aulas. E essa situação não se isolava a ele, mas como a maioria dos professores que dependia apenas daquela renda.Essa é a verdade!  
 Querem calar os educadores mineiros
Por: Beatriz Cerqueira*
Desde 2008, os trabalhadores em educação da rede estadual lutam pelo pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional. Mas, a luta vai além da questão salarial. Em todas as pautas de reivindicações demandas de acesso, permanência e qualidade da educação foram apresentadas ao governo mineiro.
Desde que o modelo do choque de gestão foi feito no Estado, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) acompanhou as políticas públicas da educação (ou a sua ausência), os programas de governo e os indicadores de qualidade. Estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), relatórios do Tribunal de Contas do Estado, e mesmo as publicações oficiais do governo denunciam uma realidade diferente das peças publicitárias veiculadas no Estado.
Há anos, o Sindicato denuncia as precárias condições de trabalho do professor e dos educadores em Minas Gerais, a falta de estrutura física das escolas, a falta de vagas na educação básica, a destruição da profissão docente no Estado. Em 2014, o comportamento da entidade não foi diferente. Apresentou a pauta de reivindicações com demandas relacionadas à educação de qualidade, acesso e permanência na escola.
O governo estadual, a exemplo de anos anteriores, ignorou os problemas das escolas estaduais e seus educadores. Também, a exemplo de anos anteriores, o Sind-UTE/MG denunciou os problemas. Mas a denúncia da realidade, que não cita nenhum nome de candidato, incomodou a coligação encabeçada pelo PSDB que, em dois dias, já tentou impedir, por três vezes, a veiculação da campanha de informação da realidade das escolas estaduais. A tentativa de censurar os trabalhadores em educação demonstra a forma como fomos tratados nos últimos anos: a mordaça como pedagogia do medo enquanto se destrói a escola pública mineira.
Na campanha de informação, conforme divulgamos a seguir, não falamos nenhuma novidade.
Acompanhe o que o governo de Minas fez contra a educação mineira
• Não dá autonomia para os professores avaliarem o processo de aprendizagem dos alunos, impondo a aprovação automática.
• Manipula as informações sobre qualidade da educação, divulgando apenas o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB). Outros indicadores que apontam os problemas não são repassados à população.
• O programa Fica Vivo não diminuiu a violência. A taxa de homicídio em Minas aumentou 80% de 2001 a 2011. Nossos jovens estão morrendo!
• Os programas do Governo são apenas para propaganda, não atingem a maioria dos municípios mineiros. O Poupança Jovem, por exemplo, atende apenas nove municípios.
• Faltam 1.010.491 de vagas no Ensino Médio.
• Somente 35% das crianças mineiras conseguem vaga na Educação Infantil.
• Não tem nenhuma política preventiva sobre violência nas escolas. Professores são agredidos, alunos assassinados e nada é feito.
• Não paga o Piso Salarial Profissional Nacional aos profissionais do Magistério, conforme determinado pela Lei Federal 11.738/08 e decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
• Efetivou, sem concurso, mais de 98 mil servidores, colocando estas pessoas numa situação de fragilidade jurídica.
• Congelou a carreira de todos os trabalhadores em educação até dezembro de 2015.
• Não cumpre acordos que assina.
• Acabou com o Fundo de Previdência dos Servidores Estaduais (Funpemg), que já tinha capitalizado mais de R$3 bilhões para aposentadoria dos servidores.
Mas parece que o que incomodou foi a possibilidade da população ser lembrada sobre os problemas da escola, durante o período eleitoral. Qual o medo? Vamos fazer o debate público sobre a realidade da educação mineira? Porque a censura é o instrumento de uma ditadura, não de um Estado democrático.
Quem quer ser gestor tem que aprender a conviver com quem pensa diferente.
*Professora Beatriz Cerqueira
Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG)

Dilma e o PT vão enfrentar a Globo? Policial acusa Aécio: “ele é amigo da turma do helipóptero”

por Rodrigo Vianna
A imprensa (comandada pela Globo) martela durante 24 horas acusações sem provas contra o PT. O partido de Dilma tem gente boa e ruim. O PSDB tem muito mais gente denunciada por corrupção.  Mas por que só há denúncias contra o PT na véspera de eleição? Toda vez é assim…
A onda de noticias sobre corrupção impede que o país perceba que estamos diante de dois projetos: um é o programa dos ricos, do desemprego e do arrocho (já conhecemos Aécio=FHC); o outro é o governo que gerou empregos e melhorou a vida dos pobres (apesar de ter feito menos do que tanta gente esperava do PT). Isso é o que está em jogo.
A campanha de Dilma deveria atacar de frente a Globo e a Veja. É combate aberto o que se espera: pra ganhar ou perder! Mas com boas chances de ganhar.
Para que o jogo se equilibrasse, duas coisas teriam que acontecer…
1 – A campanha petista deveria denunciar, de forma frontal, na campanha de TV, o envolvimento da mídia (comandada pela Globo) com a campanha de Aécio. Outros casos precisavam ser lembrados, de forma didática: a tentativa da Globo de impedir a eleição de Brizola em 82, a manipulação do debate em 89, o caso aloprados em 2006 (com a foto do dinheiro mostrada na véspera da eleição), o caso da bolinha de papel (que Ali Kamel – o diretor da Globo – tentou transformam num míssil contra Dilma em 2010).
2 – As graves acusações que pesam contra Aécio deveriam ganhar peso. Elas não virão pela mídia velha. Mas podem se espalhar pela internet. Assim como as acusações que envolvem o PT no caso Petrobras, as acusações contra Aécio não são acompanhadas de provas, mas de indícios gravíssimos. Além de envolvimento com supostos atos escusos na administração pública, Aécio é acusado de envolvimento com a família Perrela (aquela mesma, do helicóptero com 500 quilos de cocaína) e de adotar um estilo de vida pouco convencional – digamos assim.
Em minha modesta opinião, apoiadores de Dilma não deveriam partir para o vale-tudo nem para ataques pessoais a Aécio.
Até porque, não adianta atacar Aécio sem confrontar a Globo! E quem pode confrontar a Globo? Lula e Dilma. Se o fizerem, incendeiam a militância e podem virar a eleição.
Os apoiadores de Dilma, imagino, estão à espera de um sinal da direção: vai haver um combate aberto ou não? A decisão tem que ser rápida…
Enquanto isso, pessoas que parecem não ter ligações com Dilma e o PT começam a falar na internet o que em Minas todo mundo fala sobre Aécio.
É o caso de policial mineiro, que gravou vídeo no youtube acusando Aécio de envolvimento com a família Perrela – aquela do helicóptero do pó. O policial diz que o tucano “deveria estar preso”.
O policial será processado (ou ameaçado) pela turma de Aécio?
O Brasil pode-se dar ao luxo de escolher um presidente sobre quem pesam dúvidas tão graves? Juca Kfouri acha que não. Aécio jamais processou Juca pelas graves acusações contidas no artigo.
Dilma e o PT erraram feio por não enfrentar o poder da velha mídia desde 2011. Ainda que não quisesse (ou não tivesse apoios suficientes) para aprovar uma Lei da Comunicação no Congresso, Dilma deveria ter feito ao menos o embate político: mostrando ao povão que a mídia velhaca tem lado e funciona como um partido.
Dilma preferiu preparar omeletes com Ana Maria Braga. Visitou a Folha, distribuiu agrados aos coronéis da imprensa. Agora, na véspera da eleição, a mídia velhaca age como sempre: parte para os ataques sem provas contra apenas um dos lados.
Foi sempre assim: contra Vargas, contra Jango, contra Brizola, contra Lula…
No PT, já se avalia que os ataques (que devem persistir até o dia 26) freiam o crescimento de Dilma e podem impedir uma reação. Na real, Dilma está a 2 ou 3 pontos de Aécio. Empate técnico – com o tucano levemente na frente. Esqueçam a pesquisa Sensus – aquilo é piada, pra ser usada no programa tucano.
Vejamos: Dilma teve quase 42% dos votos válidos no primeiro turno. Com 2% que foram pra Luciana e outros nanicos, chega a 44%. Faltaria a ela conquistar entre 6% e 7% dos 22% que votaram em Marina. Ou seja: menos de um terço dos votos marineiros.
Não é uma operação impossível, em condições normais. Acontece que não estamos em condições normais.

domingo, 5 de outubro de 2014

BOCA DE URNA: PT E PIMENTEL CONQUISTAM MINAS GERAIS

Minas 247 - Com 52,42% das urnas apuradas, o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, tem 51,84% dos votos válidos. O candidato do PSDB, Pimenta da Veiga, registra 43,04%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com a pesquisa de boca de urna, Pimentel será eleito governador, neste domingo, com 53% dos votos válidos. 
A conquista representa uma das mais importantes vitórias do PT nas eleições de 2014. Será a primeira vez que o partido governa um estado do Sudeste, numa vitória com sabor especial. Pimentel venceu na terra do presidenciável tucano Aécio Neves (PSDB-MG), que contava com a eleição de Pimenta da Veiga. 
"Minas não tem rei nem imperador", disse Pimentel, neste domingo, após votar, pouco depois das 9 horas, na Escola Estadual Leopoldo de Miranda, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte (MG).
Segundo dados do TSE, o candidato do PSB, Tarcísio Delgado, tem 4,08% dos votos válidos, enquanto Professor Tulio Lopes (PCB), Eduardo Ferreira (PSDC) e Cleide Donária (PCO) têm menos de 1% dos votos.
Biografia
Fernando Damata Pimentel, 63 anos, é um economista. Iniciou-se na militância política nos movimentos estudantis de 1968, contra a ditadura militar. Vinculado ao grupo de guerrilha VAR-Palmares, foi perseguido pelos órgãos de repressão e viveu na clandestinidade. Foi preso em 1970 e libertado em 1973. Foi secretário da Fazenda de Belo Horizonte em 1993, na gestão de Patrus Ananias. Em 2000, foi eleito vice-prefeito da Capital mineira junto com Célio de Castro. Em 2003, assumiu o cargo de prefeito, em razão da aposentadoria de Célio de Castro. 
Disputou uma vaga no senado nas eleições de 2010, sendo derrotado por Aécio Neves e Itamar Franco. Foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil do governo Dilma Rousseff entre 1º de janeiro de 2011 e 12 de fevereiro de 2014, quando deixou o cargo para iniciar sua pré-campanha para governador de Minas Gerais. Foi sucedido no Ministério por Mauro Borges Lemos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PIMENTEL PROMETE AMPLIAR PARTICIPAÇÃO POPULAR EM Minas Gerais


Vamos aproximar do povo mineiro o governo sem criar novos cargos, sem aumentar a burocracia e dando espaço à sociedade civil em cada região
Nos últimos 12 anos, a propaganda do governo de Minas Gerais fez muita gente acreditar que hospitais superlotados, criminalidade em alta e educação de baixa qualidade eram problemas do resto do Brasil.
Nesse mundo virtual, as mineiras e os mineiros viviam em segurança, seus filhos tinham acesso à boa educação e a um atendimento médico de qualidade perto de casa. As empresas estavam sempre interessadas em investir nesse Estado pujante que se via na televisão.
Três meses de campanha foram suficientes para revelar o que o discurso oficial sempre escondeu. O Estado que historicamente esteve entre os três mais desenvolvidos do Brasil perdeu posições nos rankings internacionais de competitividade.
As empresas --e com elas o emprego e a renda-- estão, na verdade, sendo expulsos de Minas por uma das leis de ICMS mais anacrônicas e uma das tarifas de energia mais altas do país. Nossa economia ainda é extremamente dependente do minério de ferro e do café, tal como no século 19, enquanto o mundo já vive a economia do conhecimento.
Um mineiro é assassinado a cada duas horas no Estado, onde os homicídios cresceram 52% entre 2002 e 2012. Faltam hospitais regionais, escolas profissionalizantes, investimento em infraestrutura. Para tentar esconder essa realidade, os programas federais dos governos dos presidentes Lula e Dilma eram rebatizados e apresentados aos mineiros como iniciativa estadual.
Em 12 anos de um suposto "choque de gestão", a única realização do atual governo foi a Cidade Administrativa, um conjunto de três palácios construído ao custo de quase R$ 2 bilhões. É o símbolo de uma administração que se encastelou.
Esse afastamento aguçou nos cidadãos a vontade de serem ouvidos e de participarem das decisões de governo. Minas Gerais pede uma nova atitude: um governo participativo e regionalizado, que respeite as diferenças, o potencial e as necessidades das muitas Minas. Um governo mais verdadeiro e menos preocupado em construir versões midiáticas de gestão.
Vamos aproximar do povo mineiro o governo, valendo-nos da estrutura atual, sem criar novos cargos, sem aumentar a burocracia, dando poder aos escritórios regionais e abrindo espaço para conselhos de representantes da sociedade civil, dos empresários, trabalhadores e do meio acadêmico em cada região.
Com 11 universidades federais, duas estaduais e seis institutos federais de educação técnica, Minas tem um dos mais robustos centros de produção de conhecimento do país, um ativo que até agora não mereceu qualquer atenção do atual governo estadual. Nesses campi e nos institutos de pesquisa do Estado estão muitas das soluções para a retomada do desenvolvimento econômico e social do Estado.
Vamos criar canais de comunicação para que a população se manifeste. Quando fui prefeito de Belo Horizonte, tornamos digital o Orçamento Participativo. Além das assembleias, os mineiros podiam definir as prioridades para seu bairro ou seu distrito pela internet. Na ocasião, para compensar a dificuldade de acesso a computadores, a prefeitura instalou terminais em pontos de grande fluxo.
Hoje, com os smartphones nas mãos de praticamente todos os mineiros, o governo do Estado vai precisar apenas de um aplicativo para permitir a efetiva participação popular. Minas precisa de um governo que escute as pessoas, que regionalize suas ações e que trate com carinho a nossa gente. Minas, enfim, chegará ao século 21.
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